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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Marina Raskova: A Heroína dos Céus

Marina Raskova foi uma das mais valentes mulheres aviadoras da União Soviética e uma das primeiras cidadãs a receber a Ordem de Herói da União Soviética. Foi ela quem criou a lendária unidade feminina de aviação apelidada pelos alemães de “Nachthexen” (Bruxas Noturnas).

Nascida em 1912, no seio de uma família de destacados músicos, a jovem Marina não pode seguir carreira devida a morte prematura de seu pai. Ao terminar o colégio, começou a trabalhar como operária em uma fabrica de produtos químicos. Justo ali passou a se interessar pela aviação e pela romântica idéia de poder voar. Em sua nova profissão, progrediu rapidamente graças a sua tenacidade e valentia. Aos 19 anos, Marina Raskova se matriculou na Academia de Aviação de Zhukovsky. Em 1934, graduou-se com a primeira mulher aviadora da União Soviética. A Academia de Aviação aprovo-a e no ano seguinte Raskova recebeu sua licença de piloto.

Em 1938, ela e outras aviadores estabeleceram uma marca mundial para as mulheres, ao cobrir 5908 km sobrevoando as intermináveis estepes e bosques russos em um avião bimotor Tupolev ANT-37 batizado de “Rodina” (Pátria em português). O vôo sem escalas foi realizado em 26 horas e 29 minutos, cobrindo a distância entre Moscou e Komsomolsk-on-Amur, no Extremo Oriente da URSS. Por sua façanha, Marina foi ganhadora da Estrela de Ouro dos Heróis Soviéticos.

Quando a Alemanha invadiu a URSS, em 1941, Raskova ostentava a patente de Capitã da Força Aérea Soviética. Ela conseguiu convencer Stalin a formar uma unidade combatente feminina. O desejo de Raskova atraiu a atenção de milhares de mulheres, que posteriormente a apoiaram. Quando a ansiada permissão foi recebida, imediatamente começaram a chegar voluntárias de toda URSS. A seleção das aspirantes foi feita pela própria Raskova nas aulas de Academia de Aviação.

Em outubro de 1941, a jovem aviadora foi enviada com suas alunas à base aérea na cidade de Engels, que fica situada no Oblast de Saratov, ao norte de Stalingrado. A primeira ordem foi pegar os tecidos de linha, agulhas e refazer os uniformes, uma vez que eram masculinos. Pantalonas, camisas, meias e botas tiveram que ser recondicionadas ao corpo feminino.

O treinamento em Engels foi duro. As pilotos voavam entre 12 e 14 horas diárias com o propósito de aprender em dias o que deviriam aprender em dois anos em tempos de paz, ou seis meses em tempos de guerra.

Naquele período de sangrenta guerra, os pilotos alemães dominavam os céus. Muitos aviões soviéticos foram destruídos em terra durante as primeiras horas da guerra, no entanto, os pilotos soviéticos não estavam devidamente preparados para combates defensivos.

O treinamento inicial era efetuado nos aviões Polikarpov PO-2, biplanos de madeira e lona. As mulheres praticavam bombardeiros em diferentes alturas e vôos noturnos em duplas ou sozinhas, aprendendo a navegar com instrumentos rudimentares como relógios, sem comunicação com a terra e com muita intuição. Cada avião contava com um piloto e um navegador, e esses estavam a voar e Roskova ficava avaliando-os.

Depois de seis meses de treinamento, Marina Raskova criou os três primeiros regimentos de diferentes aviadoras. Todos foram distribuídos no regimento da série 500: Foram o 586 Regimento de Caça, o 587º Regimento de Bombardeiro e o 588º Regimento de Bombardeiro Noturno.

Uma vez terminado o ciclo prático, as jovens aviadoras receberam sua pistola padrão e foram atribuídas oficialmente a seus aviões. Vestindo a roupa de vôo, dirigiram-se as suas aeronaves e desta vez, sem a assistência dos instrutores, e decolaram. Raskova naquele momento temeu pela vida das jovens aviadoras, afinal ela tinha dúvidas se havia ensinado o suficiente para salvar a vida de suas pupilas.

Raskova passou a comandar o Regimento de número 587. Eventualmente receberam os aviões Su-2, mas posteriormente passaram a voar nos bimotores PE-2. Em 22 de novembro de 1942, receberam ordens para mudarem-se para Stalingrado. As zonas de combate do grupo compreendiam Orel, Kursk, Smolesk, Vitebsk, Borysov e o Distrito dos Lagos Masurian.

O Regimento 587º de Bombardeiro Noturno, o mais famosos organizado por Raskova. Não tinha nada igual no mundo naquele momento. Os ataques das aviadoras soviéticas tiveram efeitos tão bons, que os alemães apelidaram os membros desse regimento de “Bruxas Noturnas”. Os pilotos da Luftwaffe que abatessem apenas um avião desse regimento, automaticamente ganhavam a Cruz de Ferro.

Marina não sobreviveu à guerra, afinal ela morreu em um acidente durante um vôo de uma unidade PE-2 sob o seu comando, em 04 de janeiro de 1943. Nesse dia houvera uma forte tempestade de neve que fez seu avião cair no lado ocidental do Rio Volga.

Rússia Invisível: A caçada ao invisível

A seguir deixarei um documentário de um canal russo acerca da corrida entre Rússia e EUA pela furtividade de suas aeronaves. O áudio está em russo, mas há legendas em inglês.

Assistindo o documentário você irá saber como as duas superpotências desenvolveram suas aeronaves stealth. Você ouvirá da boca de um americano que a base da tecnologia furtiva americana é originária de um conceito russo. O russo que estou a falar é Petr Ufimtsev, que migrou para os EUA e na década de 70 passou a trabalhar na Lockheed no desenvolvimento de aeronaves furtivas, tais com o F-117. A Northrop utilizou muito trabalho de Ufimtsev no desenvolvimento do bombardeiro estratégico B2 Spirit. No entanto, o criador das aeronaves furtivas americanas revela que os aviões furtivos na verdade não eram invisíveis. Petr Ufimtsev relevou para todos a vulnerabilidade das aeronaves furtivas americanas.
 
Quer saber mais? Assista o documentário!




Paquistão dispõe de um arsenal nuclear com mais de cem ogivas

O arsenal nuclear do Paquistão por pouco não se duplicou nos últimos anos e atualmente o país dispõe de mais de uma centena de ogivas, informou hoje um canal DawnNews, baseando-se em dados de um centro de investigação não governamental.

A quatro anos atrás, o Paquistão tinha em torno de 30 a 60 ogivas nucleares. Entretanto, ultimamente esse arsenal aumentou para 110 unidades. Isso é uma clara mostra que Islamabad intensificou a fabricação de urânio e plutônio militar.

Segundo o especialistas David Albright, do Instituto de Ciência e Segurança Internacional (ISIS) de Washington, Islamabad aumenta rapidamente seu arsenal nuclear, apesar da complicada situação econômica, política e uma onda de atentados que vive o país. O país islâmico já conseguiu ultrapassar a Índia nesse sentido, uma vez que o país hindu e rival do Paquistão dispõe de um arsenal de 60 a 100 ogivas nucleares.

O Paquistão iniciou seu programa nuclear militar em 1972, mas só em maio de 1998 realizou a primeira detonação de uma arma nuclear. Desse momento em dia, o sul da Ásia viveu uma corrida armamentista de caráter nuclear.

Chagai-I é nome dado aos seis testes nucleares subterrâneos realizados pelo Paquistão no mês de maio de 1998.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Vídeo: A Modernização da IMBEL

Chegou até o INFORMANTE um vídeo do programa “Itajubá em Foco”, que é um programa de entrevistas do Canal 20 (canal local de Itajubá transmitido pela operadora de TV a cabo da cidade), que cede as imagens para exibição no Conexão Itajubá On-line, acerca da modernização da IMBEL.

Assista a entrevista do Superintendente da IMBEL, o Cel. Paulo Roberto Costa concedida ao repórter Octavio Scofano.

Resposta russa a aeronave espacial americana reutilizável à vista

Concepção artística da Boeing X-37 
Pesquisadores russos estão trabalhando em uma aeronave espacial não-tripulada similar a Boeing X-37 americana. A informação foi dada pelo chefe das Tropas Aeroespaciais russas, Oleg Ostapenko na quinta-feira passada (27).

Ostapenko disse que os oficiais ainda não sabem que tipo de missão a futura aeronave cumprirá.

“Alguma coisa tem sido feito ao longo destas linhas (no âmbito das aeronaves espaciais não-tripuladas), mas saber como iremos usá-la, só o tempo dirá”, disse Ostapenko.

A Boeing X-37 é utilizada em missões espaciais orbitais, mede 8,9 metros e possui duas aletas na parte em ângulo na parte de trás da aeronave.

A primeira missão espacial orbital da Boeing X-37 aconteceu no dia 22 abril de 2010 após um foguete Atlas V ter colocado a aeronave em órbita.

Escudo anti-mísseis de Moscou poderá incorporar em breve o sistema S-500

Sistema S-400
A defesa anti-mísseis de Moscou poderá reforçar seu potencial devido a possível incorporação dos sistema S-400 Triumf e está disposta receber o sistema S-500 Samoderzhets ainda em fase de desenvolvimento, declarou ontem o comandante das Tropas Aeroespaciais da Rússia, o tenente-general Valeri Ivanov.

Em entrevista a emissora Ekho Moskvy, o general indicou que “esta em marcha o processo de reequipamento. Os sistemas S-400 já estão operacionais”, disse o general e agregou que dentro de pouco tempo, o Exército irá receber o novo sistema S-500 Samoderzhets.

Segundo o general, o S-500 Samoderzhets está passando por testes regulamentares.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Brasil e Itália poderão ser parceiros em projeto de caça de 5ª geração turco


O INFORMANTE recebeu a informação de que as autoridades turcas estão em busca de parceiros para o desenvolvimento de um caça de 5ª geração e o Brasil e a Itália são os países preferidos. As autoridades turcas em breve iniciarão conversas com a empresa brasileira Embraer e a italiana Alenia Aeronautica.

Os turcos, esperam iniciar as negociações com os dois países ainda esse ano e quem conduzirá as negociações será a empresa Turkish Aerospace Industries (TAI), uma vez que o governo turco depositou toda confiança na empresa. Uma fonte precisou que em 2012, as autoridades turcas já saberão quem realmente irá aderir ao projeto.

A empresa aeroespacial turca mencionada acima, recebeu do governo turco, mais precisamente do escritório nacional de compras, ou da Subsecretaria da Indústria de Defesa (SSM), a bagatela de US$ 20 milhões para o ‘design conceitual’ do caça, cuja a expectativa de construção seja de 9 anos (2020).

A Turquia cada vez mais conduz seus próprios programas para a criação de armas top de linha, e isso é mais visível no âmbito naval e armas de infantaria. Mas a mentalidade turca também vem mudando na área especial, vide o programa que o país leva a cabo para a construção de veículos aéreos não-tripulados (UAVs) de alta tecnologia. Especialistas sugerem que os esforços no programa FX (nome do programa para a construção do caça de 5ª geração) visam a independência tecnológica do país, onde os turcos se afastariam cada vez mais a dependência das tecnologias americanas. O país ultimamente vem dando declarações que não medirá esforços para ampliar o seu poderio aéreo.

Em dezembro passado, o ministro da Defesa Nacional da Turquia, o senhor Vecdi Gönül, já havia salientado que o seu país iria desenvolver e fabricar seu próximo caça, com ou sem a ajuda de parceiros estrangeiros.

Gönül disse que o seu país também poderia cooperar com a Coréia do Sul, mas a chance é remota, uma vez a Coréia do Sul exigiu ser dona de grande parte do projeto.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Número dois dos terroristas do Daguestão é morto pelo FSB em resposta russa ao atentado ao aeroporto de Domodedovo

Um dos terroristas da República Russa do Daguestão, Adam Guseinov, foi morto ontem, quinta-feira (27) por oficiais do Serviço Federal de Segurança (FSB) durante uma operação especial perto da cidade de Jasaviurt.

As forças federais encurralaram Adam Guseinov em uma casa situada nos arredores de Jasaviurt. Os agentes propuseram que Adam Guseinov se entregassem, mas o mesmo abriu fogo contra as forças de segurança. Segundo o porta-voz do Comitê Nacional Anti-terrorista do Daguestão, junto com Adam Guseinov, de 32 anos, a polícia abateu a suposta esposa do meliante, que também ofereceu resistências as forças do FSB.

De acordo com uma informação fornecida a Ria Novosti por uma fonte policial, Adam Guseinov era o segundo no comando dos grupos terroristas da República do Daguestão. Adam Guseinov comandava vários grupos armados que controlavam diferentes regiões da República Caucásica.

Segundo dados do Comitê Nacional Anti-terrorista, Adam Guseinov, que estava sendo procurado desde 2004, levou a cabou uma série de atentados terroristas na República do Daguestão, incluindo os recentes atentados por carro-bomba em Jasaviurt, que deixaram oito mortos e vários feridos.

Os grupos criminosos controlados por Guseinov, realizam crimes de extorsão a homens negócios locais, assassinavam policiais e membros do governo local.

Rússia desenvolve ogivas nucleares capaz de transpor qualquer sistema de defesa anti-mísseis

A Rússia desenvolveu uma tecnologia que permite que suas ogivas nucleares sejam capazes de burlar qualquer sistema de defesa anti-míssil, declarou hoje Yuri Solomonov, projetista chefe do Instituto de Termo-técnica de Moscou.

Solomonov, disse à agência de notícias Interfax que se trata de um “trabalho único”, realizado em 2010, uma vez que há 30 anos atrás essa tecnologia era tratada como "ficção científica” e “põe ponto final em todas discussões sobre como combater um virtual sistema de defesa anti-míssil de um inimigo hipotético”.

Salomonov precisou que “as ogivas de tipo balístico se integrarão com meio individuais de separação, no lugar do chamado ônibus (plataforma única)”, que é frequentemente utilizado nas cabeças MIRV (veículo de reentrada múltipla e independente).

“O míssil agora deixará de existir como um todo único, depois de concluído o trabalho da última etapa sustentadora”, declarou Solomonov, que é o criador do novíssimo míssil russo de Bulava.

“O chamado setor de separação nas ogivas é enorme, para que assim possam atingir vários alvos localizados a grandes distância um do outro. O importante agora, é adaptar a nova tecnologia aos mísseis já existentes. Esse processo é muito complexo e poderia levar alguns anos, disse. Salomonov disse também que as novas ogivas serão testadas nos mísseis experimentais Topol-E.

Jovens egípcios encabeçam a revolta, deixando líderes para trás

Milhares de egípcios desafiaram na quarta-feira a proibição expressa do governo, que havia advertido que não permitiria protestos, e voltaram a se lançar às ruas para pedir o fim do regime de Hosni Mubarak. A rede social Facebook foi novamente a ferramenta que os jovens do país empregaram para se mobilizar em várias localidades. Apenas algumas horas depois de protagonizar as maiores manifestações dos últimos 30 anos, a mensagem corria de terminal em terminal: "Filhos do Egito, tomem as ruas".

Desse modo, o grupo de oposição Jovens de 6 de Abril, um dos organizadores, animava a não perder o espírito que havia inflamado durante a jornada anterior, que denominaram "dia da ira". E assim também a juventude egípcia voltava a se situar na vanguarda da revolta, deixando para trás seus líderes políticos. O grande ausente da jornada de terça-feira foi Mohamed El Baradei.

O ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica defendeu desde seu regresso ao Egito, há um ano, uma corrente de oposição denominada Assembleia Nacional para a Mudança. Esse grupo, um dos promotores das manifestações de terça-feira, confirmou que o diplomata não só não participou dos protestos, os quais havia animado timidamente em seu Twitter, como nem sequer está no Egito.

Enquanto com o avanço do dia começavam a surgir pequenas explosões de protesto em diferentes partes do país, a tentativa do governo de desautorizar a revolta, argumentando que os islâmicos Irmãos Muçulmanos a estavam comandando, caía por seu próprio peso. Assim como os demais dirigentes políticos, esses ficaram em segundo plano diante da força dos egípcios comuns que seguem os jovens que defendem a mudança.

Uma mudança política e carente de lemas de tom islâmico, como pretendia contaminar o regime. "Abaixo Hosni Mubarak. Abaixo Gamal Mubarak", "Povo egípcio, levanta a voz, tem o direito de falar", "Ontem éramos todos tunisianos, hoje somos todos egípcios, amanhã seremos todos livres" - foram alguns dos lemas lançados diante dos sindicatos de advogados e dos jornalistas, nas imediações dos tribunais egípcios. Mais de 500 mil pessoas protagonizaram ali confrontos com a polícia.

Alguns manifestantes lançaram pedras contra a polícia antidistúrbios do telhado de um edifício para romper o cerco que afogava os que se encontravam embaixo cortando a central rua de Ramsés. A reação policial foi contundente e a chegada de reforços levou os manifestantes a dirigir-se por ruas laterais para a praça de Tahrir, perseguidos por policiais que disparavam balas de borracha e gás lacrimogêneo. A central praça da Libertação é o símbolo a conquistar desta revolta e durante todo o dia os cidadãos haviam tentado alcançá-la sem êxito.

Houve mais de 500 detenções, que se somam às mais de 200 registradas pela Rede Árabe para a Informação de Direitos Humanos (ANHRI) na última terça-feira. Entre elas está a de um cidadão egípcio, Mark Gamal, casado com uma espanhola que se encontra em paradeiro desconhecido. A ANHRI confirmou que tem mais de 200 nomes de detidos, mas considera que o número poderia chegar a 400. Seu diretor, o advogado Gamal Eid, explicou que a maioria foi detida durante a noite nos confrontos que ocorreram na citada praça e em perseguições por todo o centro do Cairo.

"Muitos deles foram golpeados e torturados. Alguns feridos foram sequestrados dos hospitais e levados para dois campos de detenção fora da cidade", explica Eid. A polícia egípcia é famosa pela tortura sistemática em delegacias e centros de detenção, fato que foi denunciado por organizações internacionais de direitos humanos. "Fizemos saber ao promotor geral que todas as detenções são ilegais, porque se realizaram em uma manifestação legal, e vão contra os direitos fundamentais. Isso é um crime", concluiu o advogado.

Ao anoitecer, milhares de pessoas enfrentaram a polícia, que não hesitou em dispersá-las com gás lacrimogêneo. "Por que está me batendo? Também estou lutando por seus direitos", recriminou um jovem ao policial que empunhava à sua frente um cassetete de quase um metro. O desconcerto durou apenas o que demorou para dar o próximo golpe.

Governantes árabes temem a disseminação da febre da democracia após crise na Tunísia

Manifestantes confrontam as forças de segurança tunisianas, em Tunís, capital do país
Após a revolução em grande parte pacífica da Tunísia, os líderes árabes estão preocupados que suas populações jovens, frustradas, possam seguir o exemplo. Enquanto o Ocidente se recosta e assiste, os regimes destacam a estabilidade acima da democracia genuína e esperam acalmar o fervente descontentamento com dinheiro.

O líder líbio Muammar Gaddafi e o vice-primeiro-ministro de Israel, Silvan Shalom, não têm muito em comum, mas eles compartilham uma coisa: nenhum deles gosta muito da revolução na Tunísia.

“Eu temo que agora estejamos diante de uma nova fase muito crítica no mundo árabe”, disse Shalom, que nasceu na Tunísia em 1958, em uma entrevista transmitida por uma rádio israelense em 14 de janeiro, e a maioria de seus vizinhos árabes agora concorda com a importância de combater o fundamentalismo islâmico, disse Shalom. Suas preocupações são com o que poderia acontecer caso os países árabes começassem a se tornar democráticos. Ele teme que a Tunísia possa “estabelecer um precedente que possa ser repetido em outros países, possivelmente afetando diretamente a estabilidade de nosso sistema”. Se governos democráticos assumirem o comando dos Estados vizinhos de Israel, disse o vice-primeiro-ministro, os dias da aliança de segurança árabe-israelense chegarão ao fim.

Gaddafi também se queixou de que foi “muito doloroso” ver o regime de seu amigo Zine El Abidine Ben Ali ruir e a Tunísia mergulhar no medo e insegurança. “Para que isso?” ele perguntou. “Para mudar Zine El Abidine? Ele não disse que deixaria o poder em três anos? Bastava ser paciente por três anos e seu filho permaneceria vivo.”

Priorizando a estabilidade

A revolução no Magrebe representa um dilema difícil não apenas para os vizinhos da Tunísia, mas também para a Europa, Estados Unidos e Israel. De fato, o dilema encarna a questão central das políticas para o Oriente Médio em geral: O que é mais importante, democracia ou estabilidade?

Na última quarta-feira, quando os líderes árabes se reuniram no balneário de Sharm el Sheikh, no Mar Vermelho egípcio, para um encontro econômico árabe, aquela foi a primeira vez que o ditador tunisiano Ben Ali não estava presente entre eles. Os anfitriões da cúpula tentaram desviar a conversa dos eventos sem precedentes na Tunísia. “A revolução tunisiana não está distante de nós”, disse o líder da Liga Árabe, Amr Moussa, em seus comentários de abertura da conferência. “O cidadão árabe entrou em um Estado sem precedente de raiva e frustração”, ele acrescentou, notando que “a alma árabe está quebrada pela pobreza, desemprego e recessão geral”.

Falando depois de Moussa, o presidente do Egito, Hosni Mubarak, nem mesmo mencionou a Tunísia, preferindo destacar a importância da cooperação econômica, que ele chamou de “exigência para a segurança nacional”. Foi uma negação ousada da realidade que Moussa tinha acabado de descrever. Afinal, as condições na Tunísia também se aplicam à maioria dos outros 21 países árabes e territórios palestinos –e às vezes até mais.

Massas jovens lideradas por velhos

As populações desses países são jovens e infelizes. De fato, 53,4% –ou aproximadamente 190 milhões dentre a população atual de 352 milhões de árabes– têm menos de 24 anos, e quase três quartos deles estão desempregados. Em muitos casos, a educação que esses jovens recebem não lhes ajuda em nada, porque não há emprego nos campos que estudaram. Muitos têm 35 ou mesmo 40 anos até terem condições de se casar. Basicamente, esta é uma violação de um direito humano básico, perpetrada contra milhões em países como o Egito, onde a expectativa de vida é nove anos menor do que na Alemanha, ou no Iêmen, onde o número é quase 15 anos mais baixo.

Os governos desses países, por outro lado, são corruptos e datados. De fato, antes da derrubada de Ben Ali, os líderes dos cinco países do Norte da África desfrutavam de um total combinado de 115 anos no poder. Os ministros jovens dos países geralmente são velhos.

Em países como Argélia, Tunísia, Líbia e Egito, demografia, governos comandados por velhos e mal-estar disseminado estão formando uma mistura perigosa. Apesar de estar ciente da situação, o Ocidente continua apoiando os velhos governantes.

Um problema por todo o Norte da África

Veja o exemplo da Argélia. Nas últimas semanas, o vizinho a oeste da Tunísia tem visto distúrbios semelhantes. Segundo um relatório de 2008 da embaixada dos Estados Unidos em Argel, vazado pelo site WikiLeaks, o Departamento de Estado americano considera o governo argelino “frágil” e repleto de “níveis sem precedentes de corrupção”. Da mesma forma, Abdelaziz Bouteflika, o presidente de 73 anos do país, está “isolado” e perdeu o contato com a realidade. Segundo o documento, Bouteflika está tentando cultivar seu irmão Said, 20 anos mais jovem do que ele, para ser seu sucessor. O país, disse uma fonte citada no documento, está “sentado sobre um vulcão” e seus jovens se sentem “desgostosos” e têm apenas a escolha “entre a morte no mar e uma morte lenta, aos poucos, em casa”.

Outro cabograma diplomático é intitulado “Os Harragas: Dê-me Dignidade ou Morte”, que leva o nome dos imigrantes ilegais que tentam escapar atravessando o Mediterrâneo. Ele relata que barcos de refugiados partem semanalmente da cidade portuária de Annaba, “repletos de uma variedade de jovens argelinos frustrados –médico, advogados, pessoas que abandonaram a escola, desempregados”. Até mesmo membros da elite do país estão fugindo. “O neto do ex-presidente Chadli Bendjedid, Mourad Bendjedid, 29 anos, partiu em 8 de fevereiro de 2007, juntamente com seis outros homens jovens e não se tem mais notícias deles.”

Diplomatas americanos enviaram relatos semelhantes do Marrocos. Lá, dezenas de pessoas com ensino superior completo acamparam na esperança de serem contratadas como funcionários públicos, pessoas que perderam a esperança começaram a atear fogo em si mesmas há três anos, e “práticas corruptas” se tornaram “muito mais institucionalizadas” sob o rei Mohammed 6º.

Enquanto isso, seus colegas na Líbia relataram que o regime dali tinha as coisas muito menos sob controle do que parecia e que Gaddafi se viu em uma “espiral descendente” após cair em desgraça devido aos excessos de seus filhos.

Ao mesmo tempo, os diplomatas americanos reconhecem o que esses e outros governos árabes realizaram em termos de evitar ataques terroristas, frustrando os radicais islâmicos e estabelecendo dinastias que oferecem estabilidade, mesmo que não forneçam uma democracia que atenda aos padrões ocidentais.

A revolução se disseminará?

Diante dessas condições, a pergunta que surge é se a Tunísia está apenas dando início ao fim das autocracias árabes, assim como por quanto tempo as populações de países da Mauritânia ao Iêmen, e do Sudão à Síria, continuarão suportando as humilhações diárias que enfrentam em casa.

Os eventos dos últimos dias podem apontar para a resposta para essas questões. Na Mauritânia, Argélia e Egito, 10 homens seguiram o exemplo de Mohammed Bouazizi, o vendedor de frutas tunisiano de 26 anos cuja autoimolação, após ter sido humilhado e enxotado da rua como um cão, provocou a revolução em seu país.

Milhares também foram às ruas na Jordânia e Iêmen, exigindo a renúncia de seus governantes. No emirado do Kuait, rico em petróleo, que discrimina sistematicamente contra sua população beduína há décadas, o governo enviou para cada cidadão US$ 3.500 para cortar quaisquer possíveis protestos pela raiz.

Há dois aspectos do exemplo da Tunísia que dão esperança aos reformistas árabes. Primeiro, foram os próprios tunisianos que derrubaram seu déspota, não a invasão de um exército ocidental com sua própria “agenda de liberdade”, como os Estados Unidos fizeram ao libertar o Iraque de Saddam Hussein, em 2003. E, segundo, foi um movimento de base que provocou a mudança no governo da Tunísia, em vez de um movimento de oposição altamente organizado controlado por um líder carismático, como no caso da revolução iraniana de 1979. Este último caso, em particular, por muito tempo foi visto pelos cientistas políticos como um pré-requisito para uma derrubada bem-sucedida de um déspota no Oriente Médio.

Respostas nervosas

Todavia, a maioria dos especialistas em Oriente Médio ainda hesita em proclamar o amanhecer de uma nova era no mundo árabe. Segundo eles, as condições sociais, econômicas e políticas variam muito para o exemplo da Tunísia servir como indício de que a centelha revolucionária se espalhará por toda a região.

Por mais que o Ocidente possa desaprová-las, essas condições são tão reais quanto o desequilíbrio demográfico, o desemprego entre os jovens e a corrupção oficial na região. As pessoas em países ricos em petróleo como a Líbia e a Argélia, por exemplo, estão olhando para a Europa com o mesmo anseio que as pessoas na Tunísia, mas seus governos desfrutam de recursos que podem empregar quando seus sistemas sofrem uma ameaça séria. Argel conteve os distúrbios por causa do aumento dos preços do pão com uma redução geral dos preços dos alimentos. E no Egito, que é muito mais pobre do que a Tunísia, o círculo de pessoas que se beneficia do atual sistema é muito maior do que o clã de Ben Ali, com seus estilo de vida despudoradamente opulento.

Isso é ainda mais verdadeiro para a Arábia Saudita, que possui tantos jovens desempregados e frustrados quanto a Tunísia. A monarquia profundamente conservadora do país nem mesmo finge que há estruturas democráticas no país. Mas ela ainda distribui sua riqueza do petróleo de modo mais justo do que as repúblicas árabes que exibem orgulhosamente suas eleições, Parlamentos e partidos.

Desde a revolução tunisiana, os príncipes árabes pobres –que dependem mais de grandes aparatos de segurança do que recursos de energia– não mais se sentem realmente seguros, e seus pares mais rico têm pouca fé de que esta paz tênue resistirá. Como resultado, ao se encontrarem na última quarta-feira em Sharm el Sheikh, os monarcas do petróleo do Golfo decidiram enviar um sinal, prometendo um total de US$ 2 bilhões para os governos de todo o mundo árabe, para criação de empregos e promoção de novos negócios.

Eles se importam demais com estabilidade e muito pouco com democracia. E, até o momento, ninguém no Ocidente lhes disse para agirem de modo diferente.

"A era de paralisia no Egito terminou"

As manifestações continuaram no Egito na quinta-feira (27/1), no mesmo dia que chegaria ao Cairo o líder defensor das reformas Mohamed ElBaradei. Com a inquietação se espalhando da Tunísia para o Egito, a imprensa alemã se pergunta se o mundo árabe está passando por uma transformação similar à do bloco soviético em 1989.

O Egito entrou em mais um dia de perturbação na quinta-feira, com pedidos para o fim do regime autoritário do presidente Hosni Mubarak.

Os protestos contra o regime começaram na terça-feira e deixaram pelo menos quatro mortos e cerca de 1.000 pessoas presas. A ira popular contra Mubarak, que governa o país há três décadas, foi inflamada pelos eventos na vizinha Tunísia, quando seu presidente foi forçado a fugir, há duas semanas, após quase um mês de protestos.

Na manhã de quinta-feira, manifestantes atearam fogo a uma delegacia de polícia na cidade de Suez, no Leste. A Reuters informou que os policiais fugiram do prédio antes dos manifestantes lançarem as bombas de petróleo. Os manifestantes depois se reuniram diante de outra delegacia, exigindo a libertação de seus parentes presos desde o início dos confrontos.

Um agente de segurança egípcio confirmou à Agence France Presse na quinta-feira que “ao menos 1.000 pessoas foram presas em todo o país desde o início das manifestações”. A polícia usou gás lacrimogêneo e tiros de borracha contra os manifestantes, que reagiram com pedras. Também há relatos que o Twitter e Facebook foram bloqueados. Como na Tunísia, os sites de redes sociais serviram para informar o mundo externo dos eventos internos e ajudaram a organizar os protestos.

As manifestações, que começaram na terça-feira, são as mais significativas desde os confrontos que abalaram o país em 1977. O Egito, como a vizinha Tunísia, tem um enorme problema com o desemprego entre os jovens. Dois terços da população têm menos de 30 anos e compõem 90% dos desempregados.

ElBaradei se dirige ao Egito


O maior defensor das reformas e prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei deve aterrissar no Egito na quinta-feira para participar do grande protesto contra o governo na sexta-feira, final de semana egípcio. ElBaradei, que foi diretor da organização de fiscalização nuclear da ONU, a Aiea, lançou uma campanha pela mudança no ano passado e pode se tornar uma figura chave do movimento de protesto. “Defendo qualquer demanda pacífica por mudança. Meu pedido de reformas não foi ouvido pelo regime, o que deixa as ruas como única opção”, disse ele ao “Spiegel” em uma entrevista publicada nesta semana. “São pessoas jovens e impacientes que estão demonstrando sua resolução, e espero fortemente que os protestos não fujam ao controle.”

Contudo, o influente grupo islâmico Fraternidade Muçulmana também está à espreita, com uma forte base de apoio no mundo árabe. É o maior grupo de oposição no país e sustenta uma ampla rede de obras de caridade islâmicas, que conquistou o apoio entre os pobres.

O presidente Mubarak manteve o silêncio desde o início dos protestos na terça, mas seu ministro do interior, Habib Al Adli, menosprezou as manifestações, dizendo: “Somos uma grande nação, e o governo conta com apoio popular. O futuro desta nação será decidido por milhões de pessoas, não por manifestações, mesmo que tenham milhares de pessoas.”

Os EUA estão tentando estimular Mubarak, importante aliado na região, a implementar as reformas. “Acreditamos fortemente que o governo egípcio tem uma oportunidade importante neste momento para implementar reformas políticas, econômicas e sociais, de maneira à responder as necessidades legítimas e interesses do povo egípcio”, disse a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, nesta semana. Apesar dos EUA terem estimulado o Cairo a implementar reformas por anos, também toleraram abusos de direitos humanos e outros, devido à importância estratégica do país na região, particularmente seu papel como intermediário do conflito entre Israel e a Palestina. No ano passado, o Egito recebeu mais de US$ 1,5 bilhão (em torno de R$ 2,5 bilhões) dos EUA em apoio econômico e assistência militar.

A imprensa alemã na quinta-feira observou os eventos no Egito e alguns editoriais se perguntaram se os eventos ali e na Tunísia não anunciavam uma mudança no mundo árabe similar à vivenciada pelo bloco soviético em 1989.

O “Die Tageszeitung”, de esquerda, escreve:

“O destino de Mubarak, 82, que está no poder há quase 30 anos, não será decidido apenas nas ruas, mas também pela Casa Branca... o Egito é o mais importante aliado norte-americano na região, depois de Israel. Os representantes do governo em Washington praticamente têm um assento no gabinete do Cairo. O fator decisivo será o que está sendo discutido atrás das cenas, não os anúncios oficiais de Washington.”

“Há três meses, o presidente egípcio teve muitas oportunidades de introduzir uma nova abertura política. Isso teria levado a um parlamento no qual todas as forças mais importantes do país –desde a oposição secular até a Fraternidade Muçulmana- teriam sido representadas. Isso, por sua vez, teria garantido mais de um candidato nas próximas eleições presidenciais.”

“Seria, contudo, o início do fim do regime. Sabe-se que Mubarak preferiu outra opção. Mas a era da paralisia no Egito, de falta de cultura de mudança política por meio século, terminou na terça-feira.”

O conservador “Die Welt”, escreve:

“Muitos especialistas assumiram que os amplos aparatos de segurança em países como Síria e Egito eram insuperáveis. Mas os especialistas ocidentais disseram o mesmo sobre o bloco comunista oriental no final dos anos 80. Quase ninguém entendeu, na época, como esses regimes estavam de fato enfraquecidos internamente. Nem quão facilmente cairiam quando os cidadãos aprendessem a superar seus medos.”

“Desde a queda do Muro de Berlim, nenhuma região se mostrou tão resistente à mudança democrática quanto (o Oriente Médio). Em nenhum lugar houve tanta estagnação política, cultural e da sociedade. O que agora estamos testemunhando, contudo, não são as temidas ‘Ruas Árabes’, mas pessoas como você e eu, que não veem porque seus ditadores deveriam negar-lhes o direito à ‘vida, liberdade e a busca da felicidade’, como estipula a Declaração de Independência americana. Ainda não se sabe se esses esforços terão sucesso, mas quem procura um caminho para a liberdade e democracia merece nosso respeito –e nosso apoio”.

O jornal de esquerda “Berliner Zeitung” escreve:

“O Egito há muito é visto como um barril de pólvora. Os islâmicos não têm um papel social ou político forte na Tunísia, mas no Egito eles são a maior força de oposição. Eles controlam importantes posições econômicas e operam uma intrincada rede de instituições de caridade, que os torna populares entre os setores mais pobres da sociedade. É difícil imaginar uma oposição unida como essa na Tunísia. Além disso, o Egito tem o exército mais forte da região, é uma potência regional e um importante pilar da política americana para o Oriente Médio. O regime no Cairo depende do apoio financeiro dos EUA, que vão promover a democratização, se isso prometer mais estabilidade do que o atual regime de Mubarak.”

“Assim como a greve dos estivadores em Gdansk em 1980 levou à fundação do Solidariedade e o início de um processo que culminou na queda do Muro de Berlim e o colapso da União Soviética, também a revolução da Tunísia poderá, em uma década, ser considerada um sinal da emancipação do mundo árabe de governos autocráticos. Essa é a hipótese otimista.”

“A alternativa: movimentos islâmicos se aproveitam da ossificação dos regimes e da paralisia da sociedade.”

ElBaradei e a democracia no Egito: "Não há como voltar atrás agora"

Após a revolução na Tunísia, observadores estão se perguntando se governos em outros países do Norte da África também poderiam cair. Em uma entrevista para a “Spiegel”, o egípcio ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, fala sobre as consequências para o regime no Cairo e sua esperança de que os egípcios possam seguir o exemplo dos tunisianos.

Spiegel: Sr. ElBaradei, a oposição no Egito convocou um “Dia da Raiva” para terça-feira. O senhor apoia os protestos?

ElBaradei:
Sim, apoio. Eu apoio qualquer exigência pacífica por mudanças. Meu pedido por reformas não foi ouvido pelo regime, o que deixa a tomada das ruas como única opção. Essas são pessoas jovens e impacientes que agora estão demonstrando sua determinação, e eu espero que os protestos não saiam de controle.

O senhor acredita que os protestos realmente levarão a uma mudança?

Eles marcam o início de um processo histórico. Os egípcios reconheceram que precisam tomar as rédeas de seu próprio destino. Pela primeira vez na história recente do país, eles estão realmente preparados para tomar as ruas. O cultura do medo cultivada pelo regime foi quebrada. Não há como voltar atrás agora. Os ativistas esperam as maiores manifestações em décadas. Esses protestos são uma bola de neve que pode se transformar em uma avalanche.

E o regime ficará simplesmente olhando, sem fazer nada?

Eu espero que as forças de segurança não usem violência contra os manifestantes. Eu apelo ao presidente (egípcio, Hosni) Mubarak que não permita uma escalada da situação. O regime deve respeitar o direito universal à liberdade de manifestação.

O senhor irá às ruas pessoalmente?

Não, eu não quero roubar a vitória das pessoas que convocaram os protestos. Mas eu as apoiarei de qualquer forma que puder. No momento, eu sou mais útil ao movimento de modo estratégico, mesmo que às vezes nem mesmo esteja no Egito, do que seria nas ruas.

Como um adversário potencial de Mubarak na futura eleição presidencial em setembro, o senhor deseja mudanças por meio de eleições. Não é tarde demais para isso agora?
É bem possível que meu país esteja enfrentando uma fase de instabilidade. A liberdade tem seu preço. Mas todos, dos marxistas à Irmandade Muçulmana, concordam que a estabilidade precisa ser nossa meta.

O senhor deseja um Egito moderno, democrático. Mas as pessoas nas ruas não estão pedindo apenas liberdade e dignidade –elas também querem pão.

Essas exigências são compreensíveis em um país no qual mais de 40% da população ganha menos de US$ 1 por dia. Em nosso caso, (os protestos) também giram em torno de necessidades básicas, o que torna o Egito diferente da Tunísia. Ela possui uma grande classe média, enquanto poderíamos enfrentar uma revolta dos pobres e frustrados.

A autoimolação de um verdureiro provocou a revolução em Túnis. Várias pessoas já se incendiaram no Egito, mas Mubarak parece inabalado.

Não se deixe enganar. Essa frieza é apenas fachada. Secretamente, ele está extremamente nervoso. Ele nunca deu ouvidos e também não está ouvindo agora. O regime não quer ver ou ouvir nada. Eu alertei Mubarak sobre essa possibilidade. Agora ele está recebendo o que merece.

Ele ainda pode impedir os protestos de se espalharem?

Para isso, Mubarak teria que não concorrer à reeleição e permitir uma Constituição democrática que torne possível eleições livres. E, naturalmente, a lei marcial que foi imposta ao país nos últimos 29 anos teria que ser suspensa. Sem essas concessões, o regime não sobreviverá.

Israel teme uma revolução no Egito. Muitas pessoas em Jerusalém acreditam que a Irmandade Muçulmana chegaria ao poder e declararia guerra ao Estado judeu.

Nós temos que parar de satanizar a Irmandade Muçulmana. É incorreto que nossa única opção seja entre a opressão sob Mubarak e o caos dos extremistas religiosos. Eu tenho muitas diferenças com a Irmandade Muçulmana. Mas ela não promoveu nenhum ato de violência em cinco décadas. Ela também deseja mudanças. Se quisermos democracia e liberdade, nós temos que incluí-la, e não marginalizá-la.

O senhor concorda com a teoria do “efeito dominó”, que diz que a revolução em Túnis é apenas o início?

Talvez estejamos atualmente experimentando os primeiros sinais de uma “Primavera Árabe” (isto é, semelhante à chamada Primavera de Praga de liberalização política na Tchecoslováquia, em 1968). Nossos vizinhos estão observando o Egito, que sempre exerceu um papel pioneiro. Eu espero que meu país seja o primeiro em que a liberdade e democracia florescerão. Nós egípcios também devemos conseguir o que os tunisianos conseguiram.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Rússia é o segundo país no mercado de caças multi-role

Um caça Su-27PU da Força Aérea Russa (VVS)
A companhia russa Sukhoi ocupou o segundo lugar no mundo pelo total de caças multi-função que produziu para exportação nos últimos 10 anos, informa hoje o Centro de Análises do Comércio Mundial de Armas (CACMA).

“Entre 2000 e 2004, os aviões da empresa Sukhoi ocupavam 35,2% do mercado internacional de caças multi-função, e entre 2005 e 2009 a exportação dos caças da empresa russa ocupou 29,5% das exportações mundiais. Nos últimos 10 anos, a Rússia exportou 437 caças e chegou ao segundo lugar depois dos EUA”, indica o informe.

Especialistas do CACMA destacam que a diminuição das exportações para o mercado chinês, fizeram com que a Rússia diversificasse a exportações dos caças da Sukhoi.

“Um eficaz estudo de mercado, permitiu (a Rússia) firmar importantes contratos com a Malásia, Indonésia, Argélia, Venezuela e Vietnã”, diz o estudo.

O primeiro ligar no mercado internacional de caças multi-função, segundo os analistas do CACMA, corresponde a empresa americana Lockheed Martin, que exportou um total de 583 aviões em 10 anos (entre 2000 e 2009).

O terceiro ligar ocupa a empresa chinesa Chengdu com 90 aviões J-7, J-40 e JF-17, seguido da francesa Dassault Aviation (57 caças Mirage 2000), a americana Boeing (50 aviões F-15 e F/A-18) e a empresa russa Mikoyan em sexto lugar com 42 caças multi-função.

Ficção científica: A "arma etnogenética"

Cientista russo afasta possibilidade de criação de arma etnogenética



O director do Instituto de Genética da Rússia, Nikolai Iankovski, considera ser missão impossível a criação de uma arma “etnogenética”, destinada a exterminar uma determinada etnia.

“Conseguimos encontrar particularidades próprias de uma determinada etnia. Mas estas particularidades também são encontradas, mesmo que numa pequena percentagem, em outras etnias. Se alguma particularidade genética se observa frequentemente, ela pode ser encontrada de forma mais rara nas etnias vizinhas”, disse Nikolai Iankovski, citado pela agência Ria-Novosti.

Militares e cientistas russos admitiram recentemente a possibilidade de criação no futuro de uma arma etnogenética, capaz de exterminar uma determinada etnia através de agentes biológicos que, ao mesmo tempo, não sejam nocivos para outras etnias.

Mas Iankovski contrapôs hoje que “pertencer a uma nacionalidade, a uma etnia, é mais um acto cultural que genético”.

“Por exemplo, segundo alguns indícios genéticos, os eslavos croatas es tão mais próximos dos italianos do que dos eslavos russos. Os eslavos eslovacos estão mais próximos dos austríacos do que dos russos”, sublinhou o especialista em genética.

Estudos sociológicos realizados em Moscovo mostram que os descententes de matrimónios mistos, na maioria dos casos consideram pertencer à nacionalidade titular da região em que residem.

Segundo Nikolai Iankovski, os povos que vivem em proximidade pouco se diferenciam geneticamente. Por exemplo, os russos e os tártaros pouco diferem no que diz respeito a genes europeus e asiáticos adquiridos de suas mães. Se os russos têm 90 por cento de genes europeus por nascimento, os tártaros têm 85 por cento.

Iankovski conclui que “actualmente, não existe tecnologia para criar uma arma que extermine uma etnia específica. Se algum dia a criarem, aniquilará uma mísera percentagem de pessoas que pertencem a uma mesma etnia.

Se aumenta o diapasão de particularidades genéticas da arma, então populações vizinhas poderão correr o risco de serem destruídas”.

Obs: Encontrei essa matéria em meus arquivos. Essa matéria é um pouco antiga, de março de 2009 para ser mais preciso. Ademais, achei oportuno postá-la no blog.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Toque de recolher

Dois oficiais do Exército que defendem mais democracia nos quartéis enfrentam a ira das Forças Armadas, são presos e correm o risco de ser expulsos da corporação


O capitão paraquedista Luiz Fernando Ribeiro de Sousa está há quase dois meses proibido de sair de sua residência em uma vila militar na pacata cidade de General Câmara, a 80 quilômetros de Porto Alegre. Militar da ativa e oficial do Arsenal de Armas do Rio Grande do Sul, capitão Fernando, como é conhecido, está preso e sentará no banco dos réus nos próximos dias diante de um Tribunal Militar que poderá afastá-lo dos quartéis. Considerado inimigo do Exército brasileiro, ele fundou há dois anos um movimento, junto com outros capitães, batizado de Capitanismo – que defende a adequação das normas da caserna à Constituição Federal. Na prática, Fernando advoga pela reformulação do Estatuto e do Código Penal Militar, ambos anteriores à Carta Magna de 1988. “Defendemos a manutenção da hierarquia e da disciplina militar, mas as coisas mudaram nas últimas quatro décadas”, escreveu ele à presidente da República, Dilma Rousseff, ainda durante a campanha eleitoral.

Fernando foi candidato do PT a deputado federal no Rio Grande do Sul nas últimas eleições. Durante a campanha, saiu às ruas defendendo propostas que causaram extremo desconforto no alto comando do Exército, como mais democracia nos quartéis, a descriminalização da presença de homossexuais assumidos nas tropas, assim como a implantação da Comissão da Verdade, apuração dos crimes praticados por militares durante a ditadura. O capitão não se elegeu, teve 2.158 votos, mas suas propostas têm repercutido até hoje.

Também no Rio Grande do Sul, um outro oficial do Exército tem enfrentado reprimendas severas das Forças Armadas por conta de suas opiniões. Autor do livro “Exército na Segurança Pública: uma Guerra Contra o Povo Brasileiro” (editora Juruá), o capitão Mário Soares, lotado no 3º Batalhão Logístico do Exército, em Bagé (RS), também enfrentou a prisão domiciliar ao criticar as Forças Armadas. “O Exército não pode mais ser uma ilha dentro do Estado”, argumenta. O livro, lançado no final de 2010, é resultado do mestrado em ciências penais que ele concluiu no ano passado e contém críticas ao uso das Forças Armadas no combate ao crime comum. “O preparo do Exército para desenvolver ações de polícia enfraquece a Defesa Nacional”, afirma Soares. Para ele, os armamentos adotados pelos militares em operações na cidade “têm capacidade de perpassar e destruir várias pessoas, pois os militares têm na força de seus armamentos a condição única de sua existência”.

Em ambos os casos, o Exército justifica que, oficialmente, os militares foram confinados em seus respectivos quartéis não pelas opiniões, mas pelo crime de deserção, ou seja, se afastarem por mais de oito dias consecutivos da caserna. A mesma estratégia já havia sido adotada com o casal de sargentos homossexuais Leci de Araújo e Fernando Figueiredo, em 2008. Após se declararem abertamente gays, os dois foram detidos por deserção. Agora, o Ministério Público Federal investiga se houve irregularidades na detenção e se houve tortura enquanto os dois estavam presos no quartel em que eram baseados.

No episódio dos militares do Rio Grande do Sul, não há acusações de agressão. Mas em ambos os casos os oficiais dizem que foram detidos de forma irregular. Soares se defende, afirmando que tinha bons motivos para não estar no quartel na data prevista de seu retorno. O militar foi passar as festas de fim de ano na Bahia, onde vive sua família, e encontrou o pai com uma doença degenerativa em estágio adiantado, a mãe em depressão profunda e procurou ajudar o irmão, deficiente físico, que mora com os dois. Diante dos problemas, Soares – que é tutor do pai – resolveu ficar um pouco mais para ajudar e, por fim, o drama familiar acabou por abatê-lo também. “Um psiquiatra diagnosticou que eu estava emocionalmente abalado”, explica Soares. “Tive o cuidado de levar o atestado ao quartel na Bahia no dia 31 de dezembro, para justificar o fato de não estar presente na data marcada para o regresso.” O documento não foi suficiente para justificar sua ausência, e ele ficou preso durante oito dias.

SILÊNCIO: Afastado do Exército desde março,
o capitão Fernando Ribeiro está em
prisão domiciliar há dois meses


Como o companheiro de farda, o capitão Fernando também está sendo acusado da prática do crime de deserção. Assim que terminaram as eleições em outubro, o Exército exigiu o retorno imediato do militar ao trabalho, antes mesmo da publicação oficial dos resultados do Tribunal Regional Eleitoral, que aconteceu em 3 de novembro. Segundo o militar, ele não recebeu a ordem: “O Exército enviou a convocatória para um endereço errado e não para o meu na vila militar onde vivo”. O imbróglio não para por aí. Ao convocar seu retorno ao quartel, a ordem do Comando do Sul contraria a decisão do chefe-maior do Exército, general Enzo Martins Peri, que, em março de 2010, afastou o capitão Fernando das atividades militares por tempo indeterminado até que ele responda ao Conselho de Justificação – um tribunal que pode expulsá-lo das fileiras militares por causa de suas opiniões públicas sobre as Força Armadas. A decisão de Peri foi baseada em entrevistas que Fernando deu a órgãos de imprensa e a blogs na internet, em que defendia suas ideias.

De acordo com especialistas em área militar, as Forças Armadas utilizam-se do artifício da deserção para condenar as vozes dissidentes. Quem desqualifica a tese de deserção é o procurador aposentado da Justiça Militar João Rodrigues Arruda. Uma das maiores autoridades brasileiras sobre direito militar, Arruda explica que o crime não tem mais lugar entre os oficiais, já que eles não precisam desertar para sair do Exército. “A qualquer momento, eles podem pedir demissão. Então, para que praticar um crime?”, questiona Arruda. Procurado para explicar os motivos das prisões dos dois oficiais baseados no Rio Grande do Sul, o Exército não quis se pronunciar.

Anatoly Serdyukov se converte em inimigo número um dos fãs do AK-47

Ministro da Defesa da Rússia causa polêmica ao dizer que o AK-47 tem que ser substituído nas Forças Armadas Russas

Soldado americano da 1st Combat Aviation Brigade se familiariza com um AK-47; O Pentágono
comprou milhares de fuzis AK-47 provenientes da Bulgária e distribuí-os dentre suas tropas no Iraque
O ministro da Defesa da Rússia, Anatoly Serdyukov, desencadeou um debate acalorado na Rússia depois de ter mencionado que o orgulho militar da Rússia, o fuzil de assalto AK-47 está ‘moralmente obsoleto’ e que está considerando comprar armas leves estrangeiras.

As palavras de Serdyukov foram feitas durante uma reunião privada com os membros da Duma (Câmara baixa da Federação Russa), antes do Ano Novo segundo relata a mídia russa. Na reunião, Serdyukov, apresentou um plano de aquisição de armas estrangeiras e essas aquisições seriam encabeçada pela compra do porta-helicópteros Mistral para a Marinha Russa. Esse plano faz parte do plano de reforma, modernização e reestruturação das Forças Armadas Russas.

Os fuzis Kalashnikov, em especial o AK-47 são o orgulho militar da Rússia. Desenhado e construído durante a Segunda Guerra Mundia, o AK-47 é considerado o primeiro fuzil de assalto do mundo de fato. Os AK-47 são conhecimento mundialmente pela sua robusticidade e por se adapterem a quase todas condições. A simplicidade no uso,a fácil manutenção, o baixo custo de produção e a confiabilidade são marcas registradas do AK-47. Militares americanos afirmam que o AK-47 pode ser enterrado na lama, desenterrado um ano depois, e ainda sim ele continuará atirando.

Por essas razões, o AK-47 se transformou em um símbolo nas mãos de forças irregulares, vide Talibã. A Forças Armadas Russas (soviéticas) começaram a usar o AK-47 a mais de 60 anos, mas o fuzil pouco mundo desde então.

Como legados não se mexe! Serdyukov foi mexer no legado do AK-47 e agora ouve críticas de todos os lados, seja dos civis, seja dos militares. Recentemente o jornal russo Pravda reproduziu as palavras de Dmitry Shirayev, um projetista de armas russos e que disse isso:

“Os estrangeiros admitem que as armas leves russas são as melhores do mundo. Mostre-me um fuzil estrangeiros que compete com os russos em todas as especificações, inclusive no nível de integridade”, disse Shirayev.

Shirayev continuou dizendo: “O principal problema aqui (na Rússia) é que ninguém quer trabalhar na produção de armas devido aos baixos salários. A Comprar armas estrangeiras, poderá acabar de vez com a indústria de armas leves na Rússia.”

Sergei Clussky, um ex-membro das Forças Especiais Russas, disse ao mesmo jornal russo que as palavras do ministro da Defesa vieram fora de hora.

“O ministro da defesa não é um militar, esse é o problema. Como ele pode avaliar as vantagens e desvantagens desse ou daquele tipo de arma? Pessoas que não tem formação (em alusão o fato do ministro não ser militar) não podem tomar decisões tão importantes”, disse Clussky.

Clussky já comandou uma unidade contra-terrorista e segundo ele o AK-47 é arma preferida dos insurgentes chechenos.

“Os terroristas do Cáucaso sempre optam por usar os Kalashnikovs  e rifles SVD”, disse Clussky. “O financiamento que eles recebem do exterior, dão-lhes uma boa oportunidade para receber armas americanas e francesas. Eles costuma usar sistema de comunicação de origem estrangeira, mas isso já não acontece quando o assunto é fuzis. Afinal eles quase sempre utilizam fuzis de fabricação russa.”

O comentarista de assuntos militares do canal Fox News, o Major-general Bob Scales, disse não ficar surpreso com o fato dos russos estarem procurando uma arma melhor. Entretanto, é cedo para esperar que eles comprem armas americanas.

“O AK-47 é uma arma obsoleta porque não é precisa”, diz Scales, “Eu suspeito que os russos estejam procurando por uma arma mais precisa, porém robusta, e isso sacrificará o AK-47, que está no serviço ativo daquele país desde 1947.

Scales disse que a precisão de 400 metros (alcance efetivo do AK-47) não é bom para a guerra moderna de hoje. O padrão ouro para as armas do ocidente é o Colt M4 americano, fuzil cujo o alcance efetivo é de 600 metros.

Mas Scales disse que os olhos dos russos podem estar voltados para o G1 alemão (FN FAL usado Alemanha Oriental) ou para rifles franceses ou britânicos com o calibre menor (5.56mm). O Galil israelense estaria descartado, segundo Scales, pois o mesmo é uma mera cópia do AK-47.

Para Scales, uma arma não é apenas um pedaço de tecnologia, mas sim um instrumento que reforça a cultura militar. Segundo ele, na cultura americana cada arma sempre foi instrumento de precisão, o que envolve tecnologia de ponta. Mas isso não acontece na Rússia, visto que cada arma tem que ser a arma do povo. Tem que ser uma arma que qualquer jovem em idade escolar possa montar e desmontar, que qualquer camponês leve 10 minutos apenas para aprender a atirar,  Esse é o espírito dos militares russos.

Como mais de 110 milhões de unidades produzidas até a presente data, é pouco provável que os Kalashnikovs desapareçam.

EUA vigiam seu quintal de trás em uma nova ordem mundial

Presidente da China, Hu Jintao, e presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em coletiva de imprensa
A crescente presença da China na América Latina é o objeto de uma vigilância permanente por parte dos EUA, que não querem ver diminuída sua "relação privilegiada" com a região, nem que esta se livre de sua histórica dependência comercial e econômica, algo que ainda se mantém com força. Os EUA continuam sendo o principal parceiro comercial dos países latino-americanos e sua principal conexão "cultural", e é difícil que isso possa mudar em curto ou médio prazo, mas a nova presença chinesa como importante agente econômico mundial pode reequilibrar forças no que Washington sempre considerou seu "quintal de trás", e isso gera uma certa inquietação, quando não franco mal-estar, nos setores mais conservadores da política americana.

Talvez por isso, a China, que multiplicou seu comércio com a região nos últimos anos de maneira exponencial, em busca das procuradas matérias-primas necessárias para seu próprio crescimento econômico, move-se na América Latina com extrema prudência, evitando qualquer gesto que possa irritar ou provocar um confronto com Washington.

"Não é verdade que os EUA vejam a presença chinesa na América Latina como uma ameaça. Pelo contrário, acreditamos que pode beneficiar suas economias e ajudar na criação de emprego na área", afirmou o secretário de Estado adjunto para Assuntos Americanos, Arturo Valenzuela, durante uma recente visita a Pequim. Valenzuela salientou que a América Latina em seu conjunto só representa por enquanto 5% do comércio total da China, enquanto a relação comercial dos EUA nessa mesma área beira os 40%. "Portanto, há muito espaço para que essa relação cresça", afirmou. De fato, o aumento do comércio da China com a América Latina ajudou a estabilizar essas economias e a sustentar o desenvolvimento desses países, coisa que também beneficia os EUA.

O desembarque econômico chinês na América Latina coincidiu com uma relativa perda de interesse por parte de Washington, que por causa do 11 de Setembro se dedicou à luta antiterrorista e às guerras do Iraque e Afeganistão. Essa relativa redução na intensidade das relações, sempre denunciada como um perigo pelos setores mais conservadores de ambos os lados, não significa que a Casa Branca ou o Congresso tenham deixado de estar muito atentos ao que acontece na vida latino-americana.

Pequim parece estar plenamente consciente disso e insiste que seu interesse é exclusivamente comercial, sem qualquer conotação ideológica nem, é claro, militar. De fato, continua sendo a Rússia que mantém alguns acordos de cooperação militar ou venda de armas na região, enquanto a China se mantém escrupulosamente afastada desse campo.
A área onde podem ocorrer mais atritos é, segundo a maioria dos especialistas, a que se relaciona com as reservas de petróleo. A China representa mais de 40% do crescimento da demanda mundial de energia e busca na América Latina não só soja ou cobre, mas também acordos que lhe garantam o abastecimento de petróleo ou investimentos que facilitem seu acesso a reservas atuais ou potenciais. Os EUA, que já frustraram alguma manobra de Pequim para controlar alguma empresa americana do setor, observa atentamente seus progressos, sobretudo no Brasil ou na Argentina.

O terceiro lado do triângulo, a América Latina, não oculta seu entusiasmo pelo surgimento da China como parceiro comercial. É verdade que algumas vozes criticam que a América Latina exporte quase exclusivamente matérias-primas enquanto importa manufaturas da China (o salário médio chinês é aproximadamente um quarto do salário médio latino-americana), mas também é verdade que esse problema (e a consequente dificuldade para competir com a China dentro do próprio mercado dos EUA) afeta sobretudo, por enquanto, o México e a América Central.

A maioria dos países sul-americanos pensa, pelo contrário, que o crescimento econômico da China foi sua melhor tábua de salvação diante da última crise e que pode ser sua melhor ajuda para continuar sustentando seu desenvolvimento e um progressivo reequilíbrio de influências. A China se transformou da noite para o dia no principal parceiro comercial de vários países latino-americanos. É por exemplo o ponto de destino de 15% a 20% das exportações do Chile ou do Peru, ou 13% a 14% das exportações brasileiras ou argentinas. Nada parece impedir que essa relação siga de vento em poupa nos próximos anos.

Suíça avalia o futuro papel dos bunkers nos Alpes

Guarda permanece na entrada de um antigo bunker militar que agora é o
local de proteção de um data center, na Suíça, no dia 14 de janeiro
A montanha não parecia certa. De perto, sua face rochosa era o que denunciava, com sua pintura de camuflagem desbotada que parecia não retocada desde a Guerra Fria. A guarda também parecia fora de lugar, montando sentinela em seus uniformes pretos em meio a uma clareira tranquila, perto deste resort de esqui suíço mais conhecido por seus bilionários.

A estranheza estava apenas começando. O guarda apertou alguns poucos botões e um alçapão desgastado na montanha se abriu. Dentro, no final de um corredor parecido com uma caverna estreita, havia uma segunda porta espessa que levava a mais outra porta, esta de 3,5 toneladas e parecendo como se guardasse um cofre de banco.

“Se você colocar sua mão aqui, você poderá sentir o ar saindo”, disse Christoph Oschwald, colocando a palma de sua mão sobre uma fresta na escotilha fechada, “de modo que nenhum ataque com gás ou algo assim é possível”.

Oschwald estava guiando uma visita ao que chama de Swiss Fort Knox (Forte Knox Suíço), um dos dois bunkers militares nos Alpes, que as empresas dirigidas por Oschwald e seu sócio, Hanspeter Baumann, arrendaram das forças armadas suíças. Onde antes os oficiais preparavam a defesa de seu país, Oschwald e Baumann agora alegam operar algumas das fazendas de servidores de computador mais seguras do mundo, protegendo os terabytes tanto de multinacionais quanto de indivíduos.

Quem dera as forças armadas pudessem encontrar mais inquilinos como Oschwald.

A um custo de dezenas de milhões de dólares por ano, elas mantêm um sistema de aproximadamente 26 mil bunkers e fortificações por todos os Alpes Suíços, que visam deter os exércitos agressores. Mas hoje, como um país neutro sem ameaças imediatas às suas fronteiras, a suíça está passando por uma autoanálise prolongada a respeito do papel de suas forças armadas, incluindo a necessidade de um sistema de bunkers. No ano passado, o ministro da Defesa, Ueli Maurer, causou alvoroço ao sugerir que era hora de “um debate honesto” sobre o fechamento da maioria dos bunkers ou sua conversão para outras finalidades.

“Nossa posição é de que enquanto a Suíça estiver engajada fora do país, está fora de questão o enfraquecimento do sistema de defesa de nosso país”, disse Ulrich Schluer, um membro da comissão parlamentar de política de segurança pelo Partido do Povo Suíço de direita.

Pode parecer excentricidade, mas os bunkers e outras fortalezas ocupam um lugar especial na história suíça. O primeiro foi iniciado em 1885, no estratégico Passo de São Gotardo, para desencorajar o uso pelos exércitos invasores da nova rota ferroviária pelos Alpes, disse Jurg Stussi-Lauterburg, um historiador suíço.

Na Segunda Guerra Mundial, com o temor pela Suíça de uma invasão pela Alemanha Nazista, a Suíça desenvolveu a estratégia Reduit, ou fortificação: as forças suíças se fortificaram nas montanhas e em duas conexões ferroviárias no sul, que eram cruciais para o envio pelos nazistas de carvão e aço para seus aliados italianos. A mensagem era simples, disse Stussi-Lauterburg: “Assim que vocês nos atacarem, as linhas serão cortadas, então vocês terão que lutar por elas, e nós as defenderemos e no final nós as destruiremos”.

A dissuasão ajudou, ele acrescentou. Apesar dos nazistas terem elaborado planos para invadir a Suíça em 1940 e 1943, eles nunca os colocarão em ação.

Durante a Guerra Fria, os bunkers, contendo de tudo, de armamento antiaéreo até postos de comando, foram mantidos e modernizados, e outros mais foram construídos, frequentemente com esforços extraordinários de ocultação. Hoje, é difícil um visitante sair para uma caminhada sem passar por uma porta curiosa na encosta da montanha, que parece um acesso à Batcaverna, ou um falso chalé suíço, com persianas trompe l’oeil.

Mas os tempos mudaram.

“Eles são inúteis”, disse Christian Catrina, chefe de política de segurança do Departamento de Defesa, Proteção Civil e Esportes federal, em uma entrevista. “Eles são inúteis e gastam dinheiro.”

Na verdade, o governo está desativando os bunkers há vários anos; hoje, ex-bunkers abrigam coisas como museus e um “hotel zero estrela” na cidade de Sevelen. Mas agora os militares esperam acelerar o processo.

“É melhor nos livrarmos deles hoje do que amanhã; na maioria dos casos, ficaríamos felizes se alguém ficasse com eles de graça”, disse Catrina. “Mas isso é impossível, porque há regulamentações ambientais. Não dá para simplesmente fechar a porta e jogar a chave fora.”

Fechá-los seria caro –US$ 1 bilhão ou mais, estimou Maurer– o que ultrapassa em muito os milhões necessários anualmente para mantê-los.

Para muitos conservadores e suíços mais velhos, os bunkers são um símbolo da determinação de seu país de permanecer independente e neutro.

“As fortificações são muito importantes psicologicamente”, disse Kurt Spillmann, um especialista em política de segurança suíça do Instituto Federal Suíço de Tecnologia, em Zurique.

De volta às montanhas de Gstaad, Oschwald, um simpático ex-oficial das forças especiais da força aérea de 54 anos, guiava o visitante por uma visita ao tipo de reciclagem que o ministro da Defesa aprovaria: um bunker subterrâneo resistente a um ataque nuclear, no qual as empresas de Oschwald gastaram milhões reformando para servir como uma fazenda de servidores protegida. Ela foi aberta em 1996.

Suas empresas também alugaram parte de um segundo bunker, que ele disse ser completamente protegido de pulsos eletromagnéticos que poderiam causar um caos nos servidores. Ele abriu em 2003, mas como ainda é de propriedade das forças armadas suíças, ele permanece fora dos limites para jornalistas que fazem anotações, entre outros.

Oschwald apontou para a rede de canos isolados que fazem uso de uma piscina subterrânea de água glacial, que fornece o resfriamento crucial para os servidores. Ele parou em uma sala com uma máquina imensa, que realiza a filtragem do ar.

“Isto é uma versão gigante de uma máscara de gás –contra ataque atômico, biológico, químico”, ele disse.

Enquanto a visita prosseguia, os ecos dos passos de Oschwald nos corredores frios de pedra poderiam servir como trilha sonora para a própria Guerra Fria.

“Muita gente diz que eles parecem coisas de filme de James Bond”, ele disse.

Em outra sala atrás de uma porta trancada, ficam quatro cofres imensos. Em um deles –“Eu não vou dizer em qual”, ele disse– está o “genoma digital”, uma espécie de Pedra de Rosetta criada por vários acadêmicos europeus para que futuras gerações possam ler dados armazenados em formatos obsoletos, como disquetes floppy.

E, é claro, atrás de outras portas trancadas estão corredores de servidores de computador, piscando silenciosamente.

Um punhado de uns e zeros realmente merece a proteção de um bunker nuclear?

“Informação –dados– é tudo atualmente”, respondeu Oschwald, e não apenas para empresas.

Um bilionário casado mantém sua “pequena lista negra” eletrônica nos servidores do Swiss Fort Knox, disse Oschwald. Se alguma mulher colocar as mãos naquela lista, ele apontou, isso poderia custar a ele milhões.

Criador da Blackwater é acusado de patrocinar mercenários na Somália

Erik Prince
Erik Prince, fundador da gigante de segurança internacional Blackwater Worldwide, está patrocinando um esforço de uma firma mercenária da África do Sul para se inserir na guerra civil sangrenta da Somália, e exercer funções como proteger líderes do governo, treinar tropas somalis e combater piratas e militantes islâmicos, de acordo com autoridades norte-americanas e de outros países do Ocidente.

A revelação ocorre enquanto Prince está vendendo sua participação na enorme empresa que construiu e tem bilhões de dólares em contratos com o governo americano no Iraque e no Afeganistão. Esses contratos afundaram a empresa com processos na justiça e investigações em meio a denúncias de comportamento irresponsável por seus agentes, inclusive causando a morte de civis no Iraque. Seus esforços de nadar pelo caos da Somália parecem ser a mais recente empreitada de Prince para se manter no centro de uma campanha contra o radicalismo islâmico, em um dos cantos mais destruídos pela guerra do mundo. Prince mudou-se para os Emirados Árabes Unidos no final do ano passado.

Com um governo que mal funciona e uma hostilidade feroz aos exércitos estrangeiros desde a retirada apressada norte-americana de Mogadício, no início dos anos 90, a Somália é um país no qual militares ocidentais há muito temem entrar. O governo somali foi encurralado em um pequeno trecho da capital de Mogadício por Al Shabab, grupo militante somali que tem laços com a Al Qaeda.

Isso, junto com a ameaça crescente de pirataria na costa da Somali, criou uma oportunidade para empresas privadas como a firma sul-americana Saracen International de preencher o vácuo de segurança criado por anos de guerra civil. É mais uma ilustração de como as firmas de segurança privada estão desempenhando um papel cada vez maior nas guerras, sendo consideradas por alguns governos como um suplemento para exércitos sobrecarregados, enquanto outros reclamam que são irresponsáveis.

O papel preciso de Prince não está claro. Algumas autoridades ocidentais disseram que era possível que Prince estivesse usando seus contatos internacionais para ajudar a intermediar um acordo entre executivos da Saracen e autoridades dos Emirados Árabes Unidos, que vêm financiando a Saracen na Somália após as operações comerciais dos Emirados serem ameaçadas por piratas somalis.

De acordo com um relatório da União Africana, uma organização de Estados africanos, Prince forneceu o financiamento inicial para uma proposta da Saracen para conseguir contratos com o governo em guerra da Somália.

Um porta-voz de Prince questionou esse relatório, dizendo que Prince “não tinha papel financeiro de nenhum tipo no assunto” e que estava primariamente envolvido com esforços humanitários e o combate aos piratas na Somália.

“É sabido que há muito ele está interessado em ajudar a Somália a vencer o flagelo da pirataria”, disse o porta-voz, Mark Corallo. “Com este fim, algumas vezes ele forneceu conselhos a diferentes esforços no combate à pirataria”.

A Saracen International tem sede na África do Sul, com filiais corporativas em Uganda e em outros países. A empresa, que não quis comentar a questão, foi formada com os restos da Executive Outcomes, uma firma mercenária privada composta em grande parte de forças de operações especiais da África do Sul que trabalharam pela África nos anos 90.

A empresa não divulga quem trabalha para ela, nem suas operações, mas aparentemente é administrada por Lafras Luitingh, que foi do Escritório de Cooperação Civil da África do Sul, uma força de segurança interna da era do apartheid, notória por matar oponentes do governo.

As autoridades americanas pouco disseram sobre a Saracen desde a divulgação das novas informações sobre os planos da empresa na Somália, no mês passado. Philip J. Crowley, porta-voz do Departamento de Estado, disse em dezembro que o governo norte-americano estava “preocupado com a falta de transparência” dos projetos e financiamentos da Saracen.

Por enquanto, o governo Obama continua comprometido em fortalecer o governo da Somália com 8.000 soldados das tropas de paz de Burundi e Uganda, operando sob a bandeira da ONU. Soldados somalis estão sendo treinados na Uganda.

A Saracen ainda não anunciou formalmente seus planos na Somália e parece haver fortes discordâncias dentro do governo fracionado da Somália quanto à contratação da empresa sul-africana. As autoridades somalis disseram que as operações da Saracen –que também incluiriam o treinamento de um exército para o combate à pirataria na região semi-autônoma de Puntland- estão sendo financiadas por um país anônimo do Oriente Médio.

Várias pessoas que conhecem as operações da Saracen confirmaram que este país era os Emirados Árabes Unidos. Um porta-voz da embaixada dos Emirados nos EUA recusou-se a comentar sobre a Saracen ou o envolvimento de Prince na companhia.

Uma pessoa envolvida no projeto, que falou sob condição de anonimato porque os planos da Saracen ainda não tinham se tornado públicos, disse que novas ideias para combater a pirataria e combater a Al Shabab são necessárias, porque “até hoje, outras missões não tiveram sucesso”.

Pelo menos uma das investidas da Saracen no treinamento de milícias no passado atraiu críticas internacionais. A subsidiária da Saracen na Uganda foi implicada em um relatório do Conselho de Segurança da ONU em 2002 por treinar forças rebeldes paramilitares no Congo.

O relatório identificou um dos proprietários da Saracen Uganda como o general da reserva Salim Saleh, meio-irmão do presidente da Uganda, Yoweri Museveni. O relatório também acusou Saleh e outros oficiais ugandenses de usar seus laços com paramilitares para pilhar os diamantes, ouro e madeira do Congo.

De acordo com um relatório confidencial da União Africana, de 12 de janeiro, Prince “está no topo da cadeia administrativa da Saracen e forneceu o dinheiro para o contrato da empresa”. Uma autoridade ocidental que trabalha na Somália disse acreditar que foi Prince quem levantou a ideia pela primeira vez do contrato da Saracen com membros das famílias governantes dos Emirados, com quem tem laços próximos.

Duas ex-autoridades dos EUA estão ajudando a intermediar as negociações delicadas entre o governo da Somália, Saracen e os Emirados. Pierre-Richard Prosper, ex-embaixador dos EUA, foragido por crimes de guerra, e Michel Shanklin, ex-chefe da CIA em Mogadício, estão servindo como consultores do governo somali, de acordo com pessoas envolvidas no projeto. Tanto Prosper quanto Shanklin aparentemente estão sendo pagos pelos Emirados Árabes Unidos.

A Saracen agora está treinando uma milícia de 1.000 homens para combater a pirataria em Puntland, no Norte da Somália, e planeja criar outra milícia separada para Mogadício. A empresa treinou um grupo inicial de 150 milicianos e está treinando um segundo grupo de igual tamanho, disse uma autoridade que conhece as operações da empresa.

Em dezembro, o ministro da informação da Somália emitiu uma nota dizendo que Saracen foi contratada para treinar pessoal de segurança e para executar trabalho humanitário. A declaração dizia que o contrato “era um engajamento limitado claramente definido e voltado para preencher uma necessidade que não é atendida por outras fontes neste momento”.

Por anos, Prince, multimilionário que foi membro da unidade Seal da marinha norte-americana, tentou encontrar novas oportunidades empresariais no mundo da segurança. Em 2008, ele procurou tirar vantagem da crescente onda de pirataria no Chifre da África para fechar contratos para a Blackwater com empresas que frequentam aquelas rotas de navegação. Ele chegou a reformar um barco de pesquisa oceanográfica de 183 pés em uma lancha de aluguel para caçar piratas, completa, com um avião não tripulado e metralhadoras de calibre .50.

Na primavera de 2005, ele se reuniu com membros da CIA para vender uma proposta para a “força de reação rápida” –um quadro especial da Blackwater que poderia lidar com tarefas paramilitares para a agência em qualquer ponto do mundo.

Prince começou sua apresentação na sede da CIA afirmando que, “desde o início da república americana, a nação dependeu de mercenários para sua defesa”, de acordo com um ex-funcionário do governo que estava presente na reunião.

A ideia não foi particularmente bem recebida, disse o ex-funcionário, porque Prince em essência estava propondo substituir a própria força paramilitar da agência de espionagem, a chamada Divisão de Atividades Especiais.

Apesar das dificuldades legais da Blackwater, Prince nunca foi acusado de crime.

Em uma entrevista na edição de novembro da “Men’s Journal”, Prince expressou frustração com a onda de ações legais contra a Blackwater, que hoje é conhecida como Xe Services.

Prince, que disse que a mudança para Abu Dhabi ia “tornar mais difícil para os canalhas pegarem” seu dinheiro, disse que pretendia encontrar oportunidades no “campo da energia”.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Noruega e Suécia têm opiniões diferentes acerca dos novos porta-helicópteros russos

Enquanto a Noruega não se preocupa, a Suécia acha que a questão deve ser discutida

O Ministério da Defesa da Noruega não acha apropriado levantar questões infundadas da decisão russa de instalar um dos seus novos porta-helicópteros em Severomorsk, na província de Kola, onde fica a maior e mais importante base da Frota Russa do Norte.

Já a Suécia tem uma opinião diferente da norueguesa. Em fala em uma conferência sobre políticas de segurança, o ministro da Defesa da Suécia Sten Tolgfors foi franco sobre a aquisição de navios de alta tecnologia por parte da Rússia:

“O porta-helicópteros Mistral contribui para o desenvolvimento das capacidades militares da Rússia e vamos ter que nos relacionar com isso. Uma poderosa força aérea capaz de realizar missões navais e a modernização de nossa frota submarina são algumas decisões que eu considero relevantes para o efeito Mistral”, disse Sten Tolgfors em audiência.

Você, leitor, pode ver a transcrição do discurso do ministro da Defesa da Suécia (em sueco) clicando aqui.

Os membros do Parlamento da Suécia também estão preocupados com à venda de dois Mistal para a Rússia por parte da França.

Membro do Comitê de Defesa do Parlamento Sueco, Mikael Oscarsson, convocou uma reunião e solicitou a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros Carl Bildt, e declarou que a aquisição do Mistral por parte da Rússia irá colocar em perigo a segurança do Mar Báltico, conforme informa o jornal norueguês Dagens Nyhetar.

“Não há razão questionar a Rússia para que eles precisam dessa força militar”, disse Oscarsson.

Irã realiza testes de tiro com o sistema Hawk otimizado

aís anunciou que testou com sucesso uma versão otimizada do sistema de mísseis anti-aéreo de médio alcance ‘Hawk’; Testes aconteceram ao redor de uma usina nuclear

MIM-23 Hawk iraniano
Como parte de sua estratégia de dissuasão, o Irã testou quarta-feira um teste exitoso do sistema de mísseis anti-aéreo Hawk, de procedência americana. O sistema foi otimizado segundo as autoridades iranianas e segundo as mesmas irão proteger as instalações nucleares do país. Por falar em instalações nucleares, o teste aconteceu nas cercanias de uma instalação nuclear, a usina nuclear de Khondab. A usina abriga um reator de água pesada.

O teste foi realizado pela Guarda Revolucionária, sob o comando do Coronel Abolfazl Farmahini, comandante da base aérea de Khatam Al-Anbia.O míssil alcançou o alvo de maneira cirúrgica, afirmam os militares iranianos.

O Coronel Abolfazl Farmahini explicou que o teste teve o objetivo de evoluir o nível de preparação dos sistemas de defesa instalados na região para defender as instalações nucleares iranianas.

“O teste teve como objetivo revisar a eficiência desses sistemas de defesa aérea, incluindo os mísseis, os radares, assim como melhorar as habilidades e o conhecimento do pessoal das unidades táticas e operacionais”, disse Farmahini.