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sábado, 9 de abril de 2011

As enfermeiras ucranianas de Gaddafi

Muammar Al-Gaddafi
Muammar Gaddafi pode ser visto como déspota no Ocidente, mas suas enfermeiras da Europa Oriental o chamam de “Papa”. Agora, uma enfermeira publicou sua história e revelou que o ditador líbio não é um mau patrão. E que ele tem uma queda por carne de camelo e cuscuz.

No final, foram os baixos salários em Kiev que levaram Oksana Balinskaya, enfermeira de cabelos longos e castanhos, a entrar em contato com uma agência de emprego há três anos. Ela queria mais do que os 800 a 1.100 hryvnia (entre R$ 200 e R$ 300) mensais que poderia ganhar na capital ucraniana, e a agência, com ofertas lucrativas de emprego no exterior, não teve problemas.

A agência serviu de mediadora entre a ucraniana e um cliente particularmente bem de vida no Oriente Médio cuja queda por enfermeiras da Europa Oriental é famosa: Muammar Gaddafi. Atualmente, uma aliança ocidental está tentando colocar Gaddafi de joelhos com ataques aéreos, porque o ditador voltou suas armas contra seus oponentes e descreveu seu próprio povo como “ratos”. Balinskaya, porém, tem palavras gentis para seu antigo patrão, que ela chama de “Papa”.

Uma vez em Trípoli, a ucraniana foi levada com outras jovens para a tenda de Gaddafi. Ali, o próprio ditador avaliou as opções, “olhando-as com atenção” e perguntando sobre as áreas de especialização específicas das enfermeiras. Depois ele tomou a decisão –Balinskaya foi contratada com um salário muito mais generoso do que poderia receber na Ucrânia.

Uma “loura voluptuosa”

Gaddafi e as mulheres que o cercam são alvo de lendas. Ele tem proteção, por exemplo, de uma “guarda de amazonas”, constituída de mulheres altamente atraentes. E é claro, tem as enfermeiras ucranianas. Balinskaya não era a única –Galyna Kolotnytska, que voltou à Ucrânia pouco depois do início dos combates na Líbia, serviu ao “Líder Revolucionário” por oito anos. Seu relacionamento próximo com Gaddafi levou diplomatas americanos a especularem livremente sobre relações íntimas entre Gaddafi e sua “loura voluptuosa” ucraniana.

Depois da publicação de milhares de comunicações diplomáticas norte-americanas pelo WikiLeaks no ano passado, a suspeita do Departamento de Estado dos EUA sobre a vida sexual do ditador ficaram famosas. O homem desacreditado pelo ex-presidente Ronald Reagan como o “cachorro louco do Oriente Médio” assumiu uma posição quase mítica por suas explorações.

Balinskaya, porém, alega que os boatos não são verdadeiros. Ela falou ao jornal russo “Komsomolskaya Pravda”, em entrevista publicada na terça-feira (05/4). A única coisa que se passava no harém de enfermeiras de Gaddafi era que o déspota fazia check-ups médicos regulares, diz ela. “Galyna trabalhou oito anos no hospital que cuidava exclusivamente da família de Gaddafi”, disse ela. “Mas ela tinha as mesmas tarefas que todas as outras enfermeiras”. Além disso, acrescentou, a enfermeira-chefe e confidente de Gaddafi sempre foi uma mulher chamada Draga, da Sérvia, que acompanhava o ditador em “todas as viagens”.

Balinskaya admitiu, porém, que poucos tinham a proximidade com o déspota apreciada por Galyna Kolotnytska. Jornalistas da Ucrânia contam que a enfermeira estava agitada e expressou esperança em seu voo de Trípoli para Kiev em fevereiro que “Papa” prevalecesse e acabasse com a revolta.

Cuscuz e comida italiana

Oksana Balinskaya também tem familiaridade com os gostos de Gaddafi. Durante as viagens ao exterior, por exemplo, ela diz que seus quartos sempre tinham aquecedores instalados. “Papa é um homem do deserto, acostumado ao calor”, disse ela. Ele gosta de cuscuz, que come com carne de camelo ou de cordeiro. Como a maior parte dos líbios, ele também gosta de comida italiana.

Ela também disse que Gaddafi não poupava em suas viagens como chefe de Estado. “O avião de Papa era seguido por dois outros –um com suas coisas e outro com seus carros”, diz Balinskaya.

Até hoje, a ucraniana ainda fala calorosamente da generosidade de Gaddafi. Quando o déspota líbio rasgou simbolicamente uma cópia da Carta da Organização das Nações Unidas na Assembleia Geral, em setembro de 2009, ele proporcionou às enfermeiras uma viagem de compras nas butiques de Nova York.

“Você pode adivinhar se uma pessoa trabalha para Papa pelo relógio” disse Balinskaya. No dia 1º de setembro de cada ano, aniversário da ascensão ao poder por Gaddafi em 1969, ele dá a cada um dos funcionários de suas residências um relógio de ouro feito na Itália com seu retrato.

Balinskaya diz que Gaddafi está em melhor forma que muita gente. Ela diz que espera por um fim rápido à guerra –e que possa retornar logo ao seu emprego a serviço do déspota.

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