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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Israel teme que a Síria esteja vendendo armas químicas ao Hamas e ao Hizbollah

As autoridades israelenses se mostram bastante preocupadas ante a possibilidade do Exército Sírio estar vendendo armas químicas à organizações armadas como o movimento islâmico Hamas ou para a milícia do grupo político-militar libanês Hizbollah, assim confessou o embaixador israelense nos Estados Unidos, Michael Oren.

Em uma entrevista ao jornal americano Wall Street Journal, Oren declarou textualmente que Israel está “muito preocupada sobre a situação atual da Síria e com as armas de destruição em massa, entre elas as armas químicas” e assegurou que tantos os Estados Unidos como Israel “estão vigiando de perto está situação”.

O jornal americano cita fontes da inteligência americana, fontes estas que estima que Damasco armazena “grandes quantidades de armas químicas” em seus arsenais. A inteligência americana também qualifica a Síria como “um dos distribuidores de armas de destruição em massa mais importantes do mundo” junto com a Coréia do Norte. Ademais, os americanos e israelenses carecem de mais informações para confirmação de que a Síria tenha transferido armas químicas para organizações terroristas sob o prisma americano e israelense.

Gostaria de lembrar aos meus leitores que tanto Israel como os EUA são os países que mais desrespeito o direito internacional acerca dos direitos humanos e do uso proibido de algumas armas. Os americanos usaram armas químicas no Vietnã, Afeganistão e Iraque. Já Israel usou munições de fosforo branco em sua última ofensiva à Gaza. Sem contar que inúmeras ONGs ligadas aos direitos humanos já denunciaram Israel de contaminar as águas dos palestinos. Não foram só ONGs, mas também a Anistia Internacional.

Sugestão de leitura: Os Espiões de Fidel

No início da década de 1990, Cuba criou a Rede Vespa, um grupo de doze homens e duas mulheres que se infiltrou nos Estados Unidos e cujo objetivo era espionar alguns dos 47 grupos anticastristas sediados na Flórida. O motivo dessa operação temerária era colher informações com o intuito de evitar ataques terroristas ao território cubano. De fato, algumas dessas organizações ditas "humanitárias" se dedicavam a atividades como jogar pragas nas lavouras cubanas, interferir nas transmissões da torre de controle do aeroporto de Havana e, quando Cuba se voltou para o turismo, depois do colapso da União Soviética, sequestrar aviões que transportavam turistas, executar atentados a bomba em seus melhores hotéis e até disparar rajadas de metralhadoras contra navios de passageiros em suas águas territoriais e contra turistas estrangeiros em suas praias.

Em cinco anos, foram 127 ataques terroristas, sem contar as invasões constantes do espaço aéreo cubano para lançar panfletos que, entre outras coisas, proclamavam: "A colheita de cana-de-açúcar está para começar. A safra deste ano deve ser destruída. [...] Povo cubano: exortamos cada um de vocês a destruir as moendas das usinas de açúcar". Em trinta ocasiões, Havana formalizou protestos contra Washington pela invasão de seu espaço aéreo por aviões vindos dos Estados Unidos - sem nenhum efeito. Enquanto isso, em entrevistas, líderes anticastristas na Flórida diziam explicitamente: "A opinião pública internacional precisa saber que é mais seguro fazer turismo na Bósnia Herzegovina do que em Cuba".

Os últimos soldados da Guerra Fria narra a incrível aventura dos espiões cubanos em território americano e revela os tentáculos de uma rede terrorista com sede na Flórida e ramificações na América Central, e que conta com o apoio tácito nos Estados Unidos de membros do Poder Legislativo e com certa complacência do Executivo e do Judiciário. Ao escrever uma história cheia de peripécias dignas dos melhores romances de espionagem, Fernando Morais mostra mais uma vez como se faz jornalismo de primeira qualidade, com rigor investigativo, imparcialidade narrativa e sofisticados recursos literários.




Alemanha vai investigar como fuzis HK G36 foram parar na Líbia

Rebelde líbio é fotografado com um fuzil HK G36 depois que rebeldes invadiram e posteriormente saquearam fortaleza de Khaddafi de Bab al-Azizia
A Alemanha as novas autoridades líbias irão investigar como fuzis ultramodernos alemães foram parar nos arsenais de Muammar Khaddafi. Os rebeles aprenderam vários fuzis modernos, fuzis esses que foram usados pelas forças de Khaddafi contra os rebeldes.

Rebeldes líbios foram flagrados carregando vários fuzis de alta-tecnologia fabricados pela Heckler & Koch, uma renomada fabricante de armas alemães com sede em Oberndorf am Neckar. Com exceção do Exército Alemão, o fuzil HK G36 dificilmente é visto nas mãos de soldados comuns, ou seja, o fuzil é comum no mundo das Forças Especiais.

O jornal alemão Stuttgarter Nachrichten os rebeldes passaram a usar armas modernas, incluindo uma versão do G36, depois que esses se apossaram dos arsenais do ditador líbio.

“O governo alemão não sabe como armas desse tipo foram parar na Líbia”, disse Tobias Pohl, porta-voz do Ministério da Economia da Alemanha em coletiva de imprensa.

“Nós iremos analisar essa questão com o novo governo da Líbia, assim como a estrutura correspondendo local”, disse Pohl.

A empresa Heckler & Koch em comunicado disse que nunca entregou tais armas à Líbia e entrou com pedido de investigação junto ao Ministério Público da cidade de Rottweil.

“Em nenhum momento entregamos fuzis HK G36 à Líbia ou empresas ou organizações locais que poderiam justificar tais fins”, disse a empresa acrescentando que era muito “interessante esclarecer esse caso”.


Reportagem da REDETV! Sobre o Grupo de Operações Especiais (GOE) da PCESP

Tributo ao velho Johnny Mac



No vídeo acima o “velho Johnny Mac” no ensina a arte do Combate em Ambientes Confinados (CQB). O vídeo faz parte de um episódio da série “SAS – Sobrevivência Secreta” (produzida pelo próprio McAleese) e está dedicado as técnicas de entrada a um ambiente confinado.

Morre uma das maiores lendas do SAS

John McAleese
O Reino Unido está de luto. Também, não era pra menos. Afinal morreu um dos maiores símbolos das Forças Armadas Britânicas contemporâneas.

Morreu na última sexta-feira (26), ninguém menos que John McAleese, um ex-SAS, homem que participou de uma das maiores operações de resgate de reféns da história, o “assalto a embaixada iraniana” em 1980.

John McAleese morreu aos 60 anos de idade devido a um ataque do coração. Ele morreu na cidade de Thessaloniki, na Grécia.

Sua filha disse que agora McAleese pode se reencontrar com seu outro filho, Paul McAleese. Seu filho era sargento do Exército Britânico, e morreu aos 29 anos de idade, quando servia no Afeganistão. Lotado no 2nd Battalion the Rifles, Paul McAleese foi vitima de um artefato explosivo improvisado na cidade de Sangin, na província de Helmand.

“Estamos ciente da morte John McAleese, um herói que serviu seu país com bravura e profissionalismo, em uma carreira que durou muitos anos. Nossos pensamentos estão com os familiares e amigos nesse momento”, disse um porta-aviões do Ministério da Defesa da Inglaterra.

A equipe de McAleese resgatou 24 reféns em poder de homens armados que anteriormente haviam se infiltrado na embaixada iraniana em Londres.

Milhões de telespectadores assistiram times SAS, vestidos de preto, assaltarem a embaixada em 5 de maio de 1980 para colocar fim a seis dias de crise.

Seis terroristas declararam pertencer a uma organização chamada “Frente Revolucionária Democrática de Libertação do Arabistão”, uma província de etnia árabe localizada a oeste do Irã, com o nome oficial de Khuzistão. O líder e porta-voz dos terroristas, Awn Ali Mohammad, apelidado de “Salim”, fazia as seguintes exigências: a restauração dos direitos humanos para o povo do Arabistão, a liberdade, reconhecimento internacional e a autonomia da região, e a libertação de 91 prisioneiros políticos vítimas do regime do aiatolá Khomeini, assim como um avião para leva-los para fora do Reino Unido. Se as exigências não fossem atendidas até a tarde do dia 1º de maio, uma quinta-feira, a embaixada seria destruída por meio de explosivos juntamente com os reféns.

O secretário William Whitelaw ordenou a invasão depois que Abbas Lavasani, chefe de imprensa da embaixada, foi morto e seu corpo lançado na rua.

Durante a operação do SAS, cinco dos terroristas foram mortos junto com um refém.

O comandante geral da operação foi o tenente-coronel Michael Rose, comandante do SAS 22, que mais tarde tornou-se um general e comandou das forças britânicas na Bósnia-Herzegovina em 1994.

Testes em mar do porta-aviões chinês fora um sucesso

Porta-aviões VaryagO primeiro porta-aviões chinês concluiu com sucesso os testes de mar e voltou para estaleiro no porto de Dailan. Agora o porta-aviões retornará ao processo de acabamento, visto que sua construção não foi totalmente concluída, disse o Ministério da Defesa da China.

O porta-aviões, o ex-Varyag da URSS, será usado como plataforma de pesquisa e treinamento para os pilotos navais chineses.

“Os testes recentes no mar do porta-aviões atingiram os objetivos previstos”, disse Yang Yujun, porta-voz do Ministério da Defesa da China em uma coletiva de imprensa em Pequim.

O porta-aviões da classe Almirante Kuznetsov tinha apenas 70% do processo de construção completado quando a China o comprou da Ucrânia pela bagatela de US$ 20 milhões. A aquisição aconteceu no ano de 1998. Antes de ser vendido o porta-aviões fora desarmado e tivera os motores removidos.

O porta-aviões tem 300 metros de comprimento e pode abrigar 26 aeronaves de asas fixas e 24 helicópteros.

Repórter encontra armas brasileiras em depósito secreto de Khadafi

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A crise no mundo árabe é vantajosa para indústria bélica ocidental

Irã começa a produção massiva de foguetes anti-blindagem

O ministro da Defesa do Irã, o general-de-brigada Ahmad Vahid, inaugurou ontem (29) uma linha de produção massiva de foguetes anti-blindagem, foguetes esses que são destinados a destruir tanques e outros veículos blindados, bem como bunkers inimigos.

O foguete portátil com um diâmetro de 73mm conta com uma ogiva que pode destruir alvos a uma distância de 1.300 metros, disse Ahmad Vahid ao canal de TV iraniano via satélite PRESS TV.

Os foguetes ligeiros com alta precisão e poder de penetração de blindagem são adequados para operações terrestres e táticas que podem ter um papel muito importante na destruição de alvos em ataques curtos a distância em guerras regulares e irregulares, disse Ahmad Vahid.

O Ministério da Defesa do Irã desenha e produz armas com o objetivo de incrementar a mobilidade de operação as Forças Armadas, disse Ahmad Vahid.

A produção massiva de foguetes anti-blindagem é outra prova das elevadas capacidades da indústria de defesa do país para enfrentar ameaças, agregou Ahmad Vahid.

No sábado, o ministro disse que a República Islâmica está fabricando aviões de patrulha marítima.

“Este produto que esta sendo produzindo atualmente pela indústria de defesa pode ser usado amplamente no setor militar e em patrulhas marítimas e esperamos introduzi-lo nas Forças Armadas em um futuro próximo”, disse Ahmad Vahid.

O avião está equipado com subsistemas ópticos e de radar e é capaz de operar durante muito tempo, disse Ahmad Vahid.

Vídeo de general chinês falando de espionagem vaza no Youtube

General Jin Yinan
Um vídeo de um general chinês falando de delicados casos de espionagem foi postado no Youtube.

Não se sabe quando e nem onde o general Jin Yinan fez essas declarações e o Ministério da Defesa da China até a presente momento não respondeu nenhuma agência de notícias ou jornais sobre as palavras de seu general. A Universidade chinesa da Defesa, entidade onde o general é professor, também não quis se pronunciar.

Enquanto alguns dos casos já haviam sido anunciados previamente, não haviam sido revelados muito detalhes. Já outros assuntos relacionados com os militares haviam permanecido em total segredo.

Entre o discutido estava o ex-embaixador chinês na Coréia do Sul, Lin Bin, esse fora sentenciado a 7 anos de prisão por corrupção. Jin disse que Li de fato havia sido descoberto passando segredos para a Coreia do Sul, os quais comprometiam a posição da China nas conversas sobre o desarme da Coréia do Norte, mas as acusações eram demasiadas vergonhosas para torna-las públicas e a China foi obrigada a condená-lo por corrupção.

“Em todo o mundo, que embaixador de um país serve de espião para outra nação?”, questionou Jin.

O mesmo tratamento foi dado a um ex-diretor do programa de energia nuclear da China, Kang Rixin, que foi condenado à prisão perpetua no final de novembro por corrupção. Jin disse que Kang na realidade havia repassado dados secretos do programa nuclear civil da China a um país estrangeiro, país esse que a China não se identifica, mas os detalhes eram demasiados delicados para revela-los nos tribunais.

Dissidentes confiam na divisão do Exército da Síria para acabar com o regime

Protestos em Duma, cidade próxima a Capital da Síria, Damasco
No mercado negro de armas do Líbano não se encontra um só fuzil de assalto Kalashnikov. De vez em quando a imprensa de Beirute, sobretudo os jornais "As Safir" e "Al Akhbar", informam que o exército libanês interceptou um carregamento de armas com destino à Síria, país onde a repressão desde março acabou com a vida de pelo menos 2.200 civis.

De vez em quando, a agência de imprensa oficial síria, Sana, também informa sobre um ataque contra o exército. Na última quinta-feira, por exemplo, ocorreu na província de Homs, onde em duas emboscadas caíram oito militares. Grande parte das notícias da Sana são pura propaganda, mas alguma tentativa de resistência armada deve existir.

No final da semana passada foi publicado no YouTube um vídeo em que vários chefes tribais da região de Deir al Zor, perto da fronteira com o Iraque, anunciavam sua determinação a enfrentar uma iminente operação repressiva do exército. Afinal quase não opuseram resistência.

"Temo que alguns da oposição, que têm pressa de acabar com o regime [do presidente Bashar el Assad], agora vão dizer que na Líbia foi um êxito" e vão querer "recorrer às armas" na Síria, advertia o escritor dissidente Louai Hussein em uma entrevista à agência Reuters.

A oposição síria está se armando? Através da fronteira libanesa e também da iraquiana, mais distante dos núcleos urbanos, ela vem fazendo isso há semanas, segundo fontes diplomáticas europeias, embora por enquanto seus protestos de rua cotidianos sejam pacíficos. Mesmo assim, o exército os reprime a ferro e fogo.

Há meses os membros das coordenadorias que convocam as manifestações possuem telefones via satélite com os quais se comunicar e também enviar material gráfico para o estrangeiro sem ser interceptados. Foram presentes de colaboradores do ex-primeiro-ministro libanês Saad Hariri, cujo pai foi assassinado em Beirute em 2005, talvez com a cumplicidade dos serviços secretos sírios. Alguns magnatas do Golfo, sobretudo de Catar, também fizeram doações para a luta da oposição. Agora acontece o mesmo com as armas.

Para derrubar El Assad, não basta que a oposição síria empunhe as armas. Um de seus dirigentes mais destacados, Haitham el Maleh, previa em julho, ao passar por Madri, que o exército acabaria se dividindo como aconteceu na Líbia. Por enquanto não há muitas evidências de que esteja se rompendo.

Um soldado desertor declarou este mês em Amã a Michael Weiss, do grupo de pensadores Just Journalism, que milhares de companheiros seus haviam desertado. Um oficial destinado há pouco em Abu Kamal afirma no YouTube falar em nome do Exército Sírio Livre, e no sábado um comunicado assinado por "oficiais livres" anônimos anunciava que tropas leais ao regime lutavam contra militares rebeldes nos jardins de Al Ghouta, na periferia de Damasco. Moradores do bairro o confirmaram por telefone à agência Reuters.

Assad não confia no conjunto de suas forças armadas. Prova disso é que só dois corpos de elite participam da repressão, a Guarda Republicana e a Quarta Divisão Encouraçada, na qual manda seu irmão menor, Maher. Esses 20 mil soldados se coordenam com os serviços secretos e a "shabbiha", os grupos paramilitares.

Todos eles pertencem à minoria religiosa alauíta, da qual faz parte o presidente, embora o país seja majoritariamente sunita. Os dois corpos não possuem efetivos suficientes para reprimir simultaneamente em várias cidades, e por isso o fazem por turnos.

O grosso dos cerca de 300 mil recrutas do enorme exército sírio e os pilotos da força aérea são sunitas. Até agora quase não foram utilizados para reprimir. Quase não têm contato com suas famílias, que com frequência sofrem a opressão do regime, o que eles ignoram. Se as manifestações continuarem e explodir a insurreição armada, El Assad não terá remédio senão envolvê-los na repressão. É então que o exército poderá se romper.

Assim se reproduziria uma situação semelhante à da Líbia em março passado, quando uma parte do exército regular se uniu em Benghazi aos rebeldes e juntos tomaram o controle da segunda cidade do país. Os leais a Gaddafi se dispunham a reconquistá-la em abril, mas a França e o Reino Unido contiveram essa ofensiva e os ajudaram a ganhar a guerra contra o ditador.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O futuro da Líbia foi o tema do Canal Livre de ontem

A discussão sobre o futuro da Líbia, no Canal Livre, traz como convidados o sociólogo Demétrio Magnoli e o cientista político Reginaldo Nasser, coordenador do curso de Relações Internacionais da PUC de São Paulo.






IDF desenvolve doutrina para melhorar a precisão de seus snipers

Sistema Amit
Forças de Defesa de Israel já se preparam para manifestações violentas originadas pela declaração de um Estado Palestino, pela ONU, em 20 de setembro. Os israelenses colocaram em prática uma nova doutrina operacional para atiradores de elite, doutrina essa que propiciará aos sniper o uso de designadores de laser para aumentar a precisão desses atiradores.

A nova doutrina fora criada pela Brigada de Paraquedistas. Essa Brigada também participou da operação das IDFs que parou centenas de sírios que tentaram passar para o lado israelense no inicio de junho. A ação terminou com mais de 20 mortos do lado sírio, assim disse o governo sírio. Já Israel diz que número óbitos foram significativamente menores.

A nova doutrina também inclui o uso do sistema óptico “Amit”. Esse sistema foi desenvolvido pela empresa israelense Elbit System e se tornou operacional na “Operação Chumbo Fundido” em (dezembro de 2008 a janeiro de 2009). Curiosamente os atiradores israelenses foram acusados de matar vários civis. Sem falar da controversa camiseta usada pelos soldados israelenses que tinha a ilustração de uma mulher palestina grávida na mira de um rifle os dizeres “Um tiro e duas mortes”. Um oficial israelense disse à época ao jornal Ha'aretz que um atirador israelense havia matado uma mulher palestina e seus dois filhos. Segue as palavras do oficial israelense:

“Disseram para que fossem pela direita. Uma mãe e os dois filhos não entenderam [o comandante] e foram à esquerda, mas esqueceram de dizer ao atirador de elite no telhado que deixasse eles irem, que tudo estava normal e que não devia atirar. E ele fez o que achava que devia fazer, cumpria ordens. O atirador viu a mulher e os dois filhos se aproximando dele além das linhas que ninguém devia atravessar. Atirou. Em qualquer caso, o que aconteceu é que os matou”, disse o oficial.

O sistema Amit pesa menos de 2 kg, incluindo uma bateria recarregável de 8 horas. O sistema permite o operador localizar alvos até 1 km de distância, sob quaisquer condições climáticas.

Até pouco tempo atrás, as IDFs utilizavam sistemas mais pesados, os quais precisavam ser montados em um tripé. O novo sistema custa 3 vezes menos que o sistema utilizando anteriormente, sem contar que é mais “móvel”.

As IDFs também testaram a capacidade das imagens térmicas do sistema Amit durante a Operação Chumbo Fundido. Durante os testes, os militares israelenses distribuíram bandeiras envolvidas em um material químico especial, material esse que só foi detectado pelo Amit, assim afirmam os israelenses. Esse teste concluiu que é possível evitar as mortes por fogo amigo.

A Brigada Paraquedista sugeriu o uso do Amit devida a pouca visibilidade que encontrada pelos militares israelenses ao longo da fronteira Síria, durante os protestos do último mês de junho.

“Os snipers não conseguiam ver bem e usamos o Amit, sistema que permite ver em qualquer condição climática. O atirador apontou o Amit para as pernas de um dos manifestantes e disparou, disse um oficial do Exército Israel. “Nosso objetivo não era matar pessoas, mas sim atirar nas pernas dos manifestantes violentos que tentavam cruzar a fronteira para Israel. Isso fez com que os tiros fossem mais precisos.

As IDFs nunca foram reconhecidas por terem bons snipers. Depois que a Rússia conseguiu vencer a Segunda Guerra da Chechênia, Israel passou a assediar os snipers mais experientes das Forças Armadas Russas, prometendo-lhes ótimos soldos. Muitos snipers russos aceitaram a tentadora proposta. Há quem diga os russos modificaram a fraca doutrina israelense para essa finalidade e agora são os russos que ministram os cursos para os futuros snipers das IDFs.

Italianos registram tomada de Bab al-Aziziya



Oito dias depois da tomada da capital da Líbia, Trípoli, os rebeldes recusaram, neste domingo, uma oferta do ditador Muammar Kadhafi para negociar a transição no país. A notícia foi divulgada pela agência de notícias Associated Press - que atribuiu a oferta a um dos filhos de Kadhafi, Saadi. Os enviados especiais da Rede Globo, Marcos Uchôa e Edu Bernardes visitaram, neste domingo, um hospital, onde foram encontrados quase 200 corpos.

Ele é o maior hospital para emergência de Trípoli e fica no bairro onde foram travados os combates mais violentos. Nos cinco dias de combates, os feridos eram levados para lá. Só que os médicos e enfermeiros tinham fugido. As pessoas ficaram abandonadas, sangrando até morrer.

Os enviados especiais da Rede Globo entraram para ver como ficou o hospital. Mesmo com a falta d’água, eles conseguiram fazer uma boa limpeza. Eles lavaram tudo, pois existiam quase 200 corpos ali. São muitas marcas de sangue por todos os lados.

Um homem que trabalhava no hospital explicou por que eles tiveram que fugir. Segundo o relato dele, os francos atiradores de Kadhafi chegaram no hospital e iam matando todos que estavam lá. Houve execuções, além da morte dos que chegaram feridos.

“Quando se for lembrar na história tudo que aconteceu na revolução da Líbia, existe um momento simbólico, que é a tomada da fortaleza de Bab al-Aziziya que é onde Muammar Kadhafi controlava todo país. Todas as pessoas que viram esse ataque, como o Cristiano, que é italiano, o Elio Colavolpe, que também é italiano, estavam com os rebeldes quando os rebeldes chegaram, quer dizer, foram os primeiros dos primeiros e eles que vão contar pra gente como foi realmente essa histórica conquista do poder pelos rebeldes”, apresenta o repórter Marcos Uchôa.

O repórter pergunta como foi essa chegada. Elio diz que esperaram o fim do bombardeio dos aviões da Otan, que foi muito difícil passar pelo primeiro portão e que era um grupo de cerca de 300 homens no ataque. A maioria deles era de ex-soldados de Kadhafi que tinham se revoltado contra o regime.

Imagens feitas pelos dois mostram os rebeldes momentos antes da tomada da fortaleza do ditador. Ainda havia um segundo e um terceiro portões a serem ultrapassados. Elio diz que viu a morte de quatro homens na hora do ataque.

Foi um avanço totalmente desordenado. Mas impulsionado com o ânimo para conseguir entrar. Eles não param de atirar.

Cristiano lembra que, na verdade, nessa hora, não se vê muita coisa, porque o instinto é se proteger e também porque tinha muita fumaça e cheiro de explosivos.

Os feridos vão ficando pelo caminho. Elio diz que todos se espalharam pela área e recebiam muitos tiros de franco atiradores escondidos atrás das árvores. Enquanto falávamos, os rebeldes passam e, a todo momento, comemorando. Mas os tiros hoje são de alegria.

Eles caminham tranquilamente por um local onde tiveram muita coragem para ver e sobreviver a tudo.

Buzinas, grito e tiros de festa. É o que se vê hoje. Mas naquele dia muitos morreram. Muitos foram presos. Os que lutaram pelo ditador.

E a cena realmente histórica que esses dois italianos gravaram. Foi de 300 homens ocupando o prédio inteiro. Era o fim de 42 anos de sofrimento.

sábado, 27 de agosto de 2011

Irã entra para o seleto grupo de detendores da tecnologia de fibra de carbono

Ahmad Vahidi, ministro da Defesa do Irã
O Irã lançou a primeira linha de produção de fibra de carbono, um material estratégico usado em sistemas de defesa e em projetos civis, noticiou a agência de notícias iraniana IRNA.

O Ministro da Defesa do Irã, Ahmad Vahidi, disse que apenas 10 país possuem a tecnologia.

A fibra de carbono é usada em avançados sistemas de defesa, incluindo no sistema de propulsão de mísseis (combustível sólido), asas e células de aviões de combate, armas leves e etc.

O material também é usado em projetos civis, incluindo reforço da estratura de edifícios, plataformas de exploração de petróleo, brocas especiais para difícil perfuração, produção de freios de avião e vagões, bem como equipamento esportivo.

Sanções impostas à Repúblibca Islâmica do Irã proibem a exportação desse material ou tecnologia para produzi-lá.

Submarino estratégico russo K-535 Yuriy Dolgorukiy realiza com sucesso lançamento de teste do míssil balístico intercontinental Bulava

Submarino K-535 Yuriy Dolgorukiy
O submarino nuclear estratégico russo Submarino estratégico K-535 Yuriy Dolgorukiy realizou hoje, sábado (27), um lançamento com sucesso do míssil balístico intercontinental Bulava, comunicou um porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia.

“O míssil foi lançado com o submarino submerso desde o Mar Branco e atingiu o alvo instalado em uma zona do Pacífico na hora programada”, disse o porta-voz.

O lançamento estava previsto inicialmente para o dia 20 de agosto, mas foi cancelado. Uma fonte do Ministério da Defesa da Rússia comentou que isso aconteceu devido a necessidade de se comprovar adicionamento todos os sistemas do submarino e do míssil.



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

MiG nega transferência de tecnologia furtiva à China

J-20 Black Eagle
A Rússia nunca transferiu tecnologia furtiva à China, para que essa usasse em seu primeiro caça furtivo de quinta geração J-20 Black Eagle, disse a fabricante de aviões russas nessa sexta-feira (26).

“Nós nunca entregamos nenhum equipamento à China e não estamos entregando”, disse Yelena Fyodorova, porta-voz da MiG.

As declarações da MiG são uma respostas aos meios de imprensa russos e estrangeiros que produziram notícias afirmando que o caça chinês de quinta geração J-20 Black Eagle foi baseado na tecnologia e em componentes do MiG 1.44, um caça demonstrador de tecnologia furtivo da Mikoyan, caça esse que tivera o projeto suspenso.

Alguns especialistas dizem que os caças têm semelhanças.

“A traseira do J-20 parece muito com o MiG 1.44, assim como o design geral com canards em delta”, disse Douglas Barrie, um especialista em guerra aérea do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos com sede em Londres.

“Se for uma coincidência, é uma impressionante. A Rússia pode fornecido apoio técnico, mas não há nada substancial que prove isso. A China por sua vez já contou coma ajuda Rússia para o setor de defesa por mais de uma década e meia.

Imagens históricas: Bab al-Azizia é tomada pelos rebeldes líbios





Na manhã do dia 23 de agosto de 2011, as forças rebeldes assaltaram o complexo de Bab al-Azizia, iniciando violentos combate com as forças khaddafistas. Os soldados leais a Khaddafi impuseram uma grande resistência, inclusive em um primeiro momento conseguiram repelir a primeira tentativa de invasão e uma das primeiras portas da enorme fortaleza. Más, finalmente, depois de várias horas de combate, os soldados de Khaddafi tiveram que entregar suas armas.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A premissa que o cão é o melhor amigo do homem se confirma em velório de um SEAL

Não foi só a tristeza de amigos e familiares que chamou a atenção no funeral do soldado Jon Tumilson, integrante do grupo de elite Navy SEAL, morto no Afeganistão.

Durante o velório de Tumilson, no início da semana em Rockford, Iowa, o cachorro do soldado deitou ao lado do caixão, coberto com uma bandeira dos Estados Unidos, e emocionou muitos dos presentes na cerimônia de despedida do americano.

Segundo o site da MSNBC, o labrador Hawkeye se aproximou do caixão quando os discursos em homenagem ao soldado começaram, e lá ficou até o final da cerimônia.

O cão foi fotografado no velório pela prima do soldado, Lisa Pembleton, e postada no Facebook. "Me senti na obrigação de dividir essa foto", comentou ela na rede social.

Tumilson foi morto depois que seu helicóptero foi atingido por granadas atiradas pelos talebans, no dia 6 de agosto. Ele tinha 35 anos e, com ele, morreram outros 22 oficiais dos Navy SEALs.

Agora, por decisão da família, o cão será dado para um amigo de infância de Tumilson, Scott Nichols. As informações são do site da MSNBC.




Polícia Militar do Estado de São Paulo gerencia de forma impecável mais uma crise com reféns



Nove pessoas que invadiram uma agência do banco Santander na Avenida Presidente Altino, na região do Jaguaré, zona oeste de São Paulo, hoje à tarde, foram presas no início da noite. Foram presos sete homens e duas mulheres. Os assaltantes ficaram por cerca de duas horas dentro do banco antes de se entregarem. Inicialmente a Polícia Militar informou que o número de bandidos era seis. Ao menos oito pessoas foram feitas reféns, entre eles seis mulheres. Foram apreendidos com os bandidos cinco revólveres e duas pistolas.

Uma foto que suscita muitas questões: Fuzil HK G36 nas mãos de um rebelde líbio

(Clique na imagem para ampliar)

A descrição do "New York Times" sobre a foto acima é clara: "Rebeldes entram na região fortificada conhecida como complexo residencial de Muammar Gaddafi, em Bab al Aziziya, em Trípoli. Combatentes rebeldes invadiram Trípoli no início desta semana e entraram no complexo de Gaddafi, na capital, na terça-feira, no que é visto como um golpe final a seu governo depois de uma guerra de seis meses. Mas o paradeiro de Gaddafi continua um mistério."

Mas o que esse fuzil está a fazer na Líbia? Segundo eu sei, a Heckler & Koch não exportou e não poderia exportar armas para a Líbia, vide a Constituição Alemã proibir a exportação de armas alemães para “regiões tensas”. Teria a HK fornecido armas para à Líbia de maneira irregular? Como podemos ver os rebeldes saquearam o “Complexo Residencial” do Ditador e “roubaram” várias armas, mas por que só um fuzil HK G36? Seria esse “rebelde” um membro de alguma força especial ocidental? Seria ele um espião ocidental que estava na Líbia?

Deixe a sua opinião.

Aberta a temporada de caça ao pato. Ops! Ao Gaddaffi...

O Serviço Aéreo Especial do Exército Britânico (SAS por sua sigla em inglês) tem a missão de capturar o ditador líbio vivo ou morto; Tropa é a mais condecorada dos Exércitos Europeus

Insígnia do SAS
“Quem arrisca, ganha”. Sob esse lema, o Regimento 22 do Serviço Especial Aéreo se converteu em uma das tropas militares mais temidas do planeta. Desde sua fundação, em 1941, pelas mãos do coronel David Stirling, essa tropa de operações especiais já interviu com sucesso em mais de uma centena de missões. Seu último desafio: Caçar ninguém menos que o ditador líbio, Muamar Al- Gaddaffi.

Segundo reconheceu o ministro da Defesa da Inglaterra, Liam Fox, o Regimento 22 do SAS está há vários dias em campo. Eles estão camuflados, vestidos de rebeldes líbios. Utilziam suas mesmas armas e, igual os opositores, movem-se em pick-ups.

No entanto, os membros do SAS contam com uma vantagem: tem o apoio dos serviços de inteligência da OTAN, assim como a ajuda dos satélites para capturar vivo ou morto, o homem que o Conselho Nacional de Transição (CNT), a autoridade líbia em funções, oferece mais de um milhão de Euros.

Organização
O Regimento 22 do SAS conta com quatro esquadrões ('A' Squadron,'B' Squadron,'D' Squadron e G' Squadron) denominados “Sabres”, que são compostos por 60 homens cada um. Cada esquadrão se divide, segundo sua especialicidade –operaçãos anfíbias, aéreas, veículos de motor ou montanha – em grupos de assalto formados por cada soldados.

Ainda que na Líbia atuem encobertos, há algo que sempre levam consigo, seu emblema: Um punha com asas.

No que tange em armamento, eles utilizam carabinas Colt M4, mas são capazes de manusearem quaisquer tipo de armas curtas, caso de pistolas, submetralhadoras, fuzis, rifles de precisão, metralhadoras leva, média e pesadas... Como meio de transporte eles utilizam veículos Land Rover Defender em suas operações.

Treinamento
Para poder operar no SAS, o candidato tem que ter servido ao menos dois anos em qualquer arma do Exército. O SAS aceita membros da Commonwealth e da República da Irlanda, tendo em conta que seus melhores homens já de países como Nova Zelândia, antiga Rodésia, Austrália e Fiji.

O processo de seleção é duríssimo, inclusive em alguns casos há óbito. Os recrutas devem ser submetidos a provas físicas, de decisão e exercícios de estresse. A segunda parte da seleção centra-se na orientação e mobilidade sobre o terreno. Os treinamentos acontecem nas montanhas de Brecon Beacons e nas montanhas negras do país de Gales.

A exigência física é descomunal. Os instrutores aumentam o peso das mochilas dos recrutas pouco a pouco, a medida que as marchas vão aumentando de distância, bem como de inclinação. É justamente nessa fase que há o maior número de desistência entre os recrutas. Os exercícios de tiro acontecem na mesma intensidade como as marchas.

Essa parte do treinamento é tão dura que fez um dos maiores ícones do SAS, Mike Kealy, herói da Revolta de Omã em 1972, morrer de hipotermia durante manobras em 1979.

Missões
O SAS participou com sucesso de 12 grandes conflitos desde 1941, ano de sua criação. Entre eles a Segunda Guerra Mundial, as Guerras do Golfo e dos Balcãs.

A lendária tropa conta com uma vintena de reconhecimentos internacionais pelo seu valor no campo de batalha. Isso converte a tropa de propósito especial mais condecorada dos Exércitos europeus.

Mancha
No dia 5 de março de 2011, o jornal britânico "The Sunday Times" revelou que um "time" inteiro do SAS havia sido capturado por rebeldes líbios. A ação foi considerada catastrófica por especialistas e militares britânicos.

Líbia: A "mina" de ouro negro que necessita o Ocidente



Aliança entre Israel e Egito entra em crise com atentados da semana passada

Cairo ameaça chamar o embaixador pela morte de cinco policiais no Sinai

Anwar El Sadat, Jimmy Carter e Menachem Begin assinam o Tratato de Paz entre Egito e Israel em 26 de março de 1979
Todas as opções de paz no Oriente Médio se baseiam na aliança entre Israel e Egito. Mas a aliança - forjada nos acordos de paz de Camp David assinados por Menahem Begin e Anuar Sadat em 1978 - rachou com a queda de Hosni Mubarak e hoje, depois dos atentados de quinta-feira (18), entrou em crise. O governo do Cairo convocou ontem o embaixador de Israel e ameaçou retirar seu próprio embaixador em Tel Aviv, em protesto pela morte de cinco policiais egípcios em um tiroteio na fronteira e devido às acusações de que não é capaz de controlar o movimento de terroristas no deserto do Sinai. Apesar da tensão, os dois governos tentavam evitar que a crise desemboque em ruptura. Em um gesto incomum, Israel expressou seu "pesar" pela situação.

O estopim da crise foi um incidente, ainda confuso, durante os combates entre soldados israelenses e milicianos palestinos que penetraram na quinta-feira em Israel para cometer uma série de atentados. Os israelenses entraram no território egípcio para perseguir os palestinos e na batalha foram alcançados e mortos três policiais egípcios (dois outros gravemente feridos morreram ontem).

Em um primeiro momento, o governo de Benjamin Netanyahu acusou por essas mortes um terrorista suicida palestino. Mas essa versão não se sustentou. Tampouco da parte egípcia as coisas estavam claras: alguns diziam que os policiais tinham sido atacados por soldados do lado israelense da fronteira, outros diziam que tinham sofrido um ataque de metralhadora de um helicóptero e uma terceira versão culpava os palestinos que tentavam escapar para o interior do Sinai.

O chefe do exército egípcio, general Sami Enan, se deslocou até a fronteira para recolher informações sobre o incidente. Na sexta-feira, o primeiro-ministro Essam Sharaf convocou seu gabinete para falar sobre a situação no Sinai, um deserto pelo qual circulam com crescente liberdade guerrilheiros e terroristas, e mais concretamente sobre a morte dos policiais. "O Egito apresentou um protesto formal a Israel pelos incidentes na fronteira e exige uma investigação urgente sobre as razões e as circunstâncias que cercaram a morte de membros das forças egípcias", anunciou um porta-voz militar.

O governo egípcio, que cooperou com os israelenses durante os ataques de quinta-feira, só desejava que Netanyahu ou seu ministro da Defesa, Ehud Barak, apresentasse desculpas e oferecesse alguma explicação pública. A população egípcia nunca se mostrou entusiástica diante da existência de Israel e tende a pensar que Mubarak foi demasiado servil com seu vizinho poderoso. Por isso a junta militar e o governo que assumiram o poder depois da queda do ditador, em fevereiro, precisavam mostrar uma imagem de firmeza. A situação não era muito diferente da da Turquia depois do assalto ao navio Mavi Marmara. Bastava uma declaração mais ou menos compungida de Israel para salvar a face e a aliança. Mas Israel, como com a Turquia, ignorou olimpicamente as queixas.

Milhares de manifestantes furiosos se reuniram diante da embaixada israelense no Cairo. Em Alexandria um manifestante arrancou a bandeira com a estrela de Davi do consulado e a substituiu por bandeiras egípcias e palestinas.

Diante da situação, o governo egípcio elevou o tom. A televisão oficial anunciou que o embaixador em Tel Aviv seria retirado por tempo indeterminado. O embaixador israelense foi convocado com urgência (na realidade o embaixador vive em Israel por razões de segurança e a legação é dirigida pelo encarregado de negócios) para ser informado de que o Egito considerava os fatos "uma infração aos acordos de paz de 1979". As relações pareciam à beira da ruptura.

A ameaça surtiu efeito. Netanyahu se reuniu com seus principais ministros para buscar um remédio para a crise e optou por fazer o que poderia ter feito na véspera. Barak fez uma declaração conciliadora: "Israel expressa seu pesar pelas mortes de três agentes egípcios durante o ataque na fronteira", disse. Acrescentou que a paz entre Israel e Egito era "de grande importância e valor estratégico para a paz no Oriente Médio" e elogiou a "discrição e responsabilidade" das autoridades do Cairo. Também tentou satisfazer uma das exigências egípcias e anunciou que o incidente seria investigado. "Faremos o necessário para evitar que o embaixador egípcio vá embora", explicou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em Jerusalém.

O gesto de Barak, entretanto, foi insuficiente para o Cairo. Um porta-voz diplomático egípcio manifestou à BBC que a declaração não bastava e que eram necessárias "desculpas formais", assim como o compromisso oficial de que qualquer investigação sobre o incidente seria compartilhada por militares do Egito e Israel.

"Chegou a hora de dar um passo para o reconhecimento do Estado palestino", diz ministra espanhola

Trinidad Jiménez
No próximo dia 2 de setembro os ministros das Relações Exteriores da União Europeia se reunirão em Sopot, na Polônia. A mesa abordará, entre outros assuntos, a crise da Síria e a guerra da Líbia. Mas o ponto mais delicado será o reconhecimento do Estado palestino, que será votado em setembro no Conselho de Segurança e na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). O tema ainda não é unanimidade entre os 27 países.


Diante das divergências, a ministra espanhola das Relações Exteriores e Cooperação, Trinidad Jiménez (nascida em Málaga), defende que pelo menos a maioria dos países da UE apoie "um avanço no reconhecimento do Estado palestino". Do contrário, adverte que "poderá gerar uma grande frustração na população palestina".

El País: O futuro da Síria passa pela demissão de El Assad?
Trinidad Jiménez: A posição que Bashar el Assad mantém é absolutamente intolerável. A repressão sistemática de cidadãos que clamam pacificamente por liberdade, a entrada dos tanques nas cidades, as detenções maciças... embora a comunidade internacional tenha se modulado para lhe dar alguma opção.

El País: A Espanha foi um dos países mais avessos a uma condenação dura?
Jiménez: Não. Sempre estivemos no consenso básico da UE e fomos um dos países que inclinou a balança a favor da condenação. Tentamos convencê-lo a iniciar um processo de reformas e a parar com a repressão, mas chegou um momento em que é normal que a comunidade internacional diga: "Até aqui chegamos. Não há mais o que dialogar". Quando a pressão diplomática não surte efeito, é preciso ir além. Assad foi tão longe que já não tem qualquer saída. Perdeu toda a credibilidade.

El País: E como forçá-lo a deixar o poder, excluindo uma intervenção militar?
Jiménez: O pedido de demissão já é uma forma de pressão. Além disso, a UE está aplicando sanções que são incrementadas de forma gradual, desde que não afetem a população síria. O próprio Conselho de Segurança aprovou uma declaração de condenação que, embora não seja bastante contundente, foi um passo adiante. Diante da evidência de que Assad não está disposto a parar a repressão, espero que a comunidade internacional atue agora com maior firmeza. Sobretudo quando a ONU nos alerta de que o regime sírio poderia ser acusado de crimes contra a humanidade.

El País: Deverão ser investigados os crimes do regime sírio?
Jiménez: Certamente.

El País: No Tribunal Penal Internacional?
Jiménez: Creio que seria preciso utilizar os instrumentos de investigação das próprias organizações humanitárias da ONU.

El País: A Espanha está na Comissão de Direitos Humanos?
Jiménez: Efetivamente. Estamos trabalhando com nossos parceiros nessa direção. Precisamos saber o que aconteceu, porque não temos informação em campo, não há jornalistas nem ONGs.

El País: A Espanha estaria disposta a dar asilo à família Assad?
Jiménez: É algo que não discutimos ainda. O que me importa é que acabe a repressão e se inicie um diálogo nacional na Síria que garanta a livre convivência em paz.

El País: A Itália retirou seu embaixador em Damasco, o mesmo fizeram Arábia Saudita e outros países do Golfo, mas não a Espanha. Por quê?
Jiménez: Nossos embaixadores têm de continuar informando, fazendo pressão e protegendo nossos cidadãos. Há mais de mil espanhóis na Síria. Enquanto forem úteis, somos partidários em mantê-los por lá, mas estamos abertos a que essa opção seja debatida na UE.

El País: A Espanha recomendou a seus cidadãos que abandonassem a Síria. Pretendem evacuar o país?
Jiménez: Sempre que ocorre uma situação de conflito, se vemos que [os espanhóis] não têm possibilidade de regressar pela via habitual e que existe algum risco para suas vidas, estudamos facilitar meios para que possam fazê-lo.

El País: A intervenção militar na Líbia começou em março com previsão de durar um mês. Há, no entanto, mais de cinco meses que Gaddafi não cede o poder?
Jiménez: A situação era complexa para que pudesse se resolver em um mês. Creio que se trabalhou bem e houve avanços. É questão de tempo que Gaddafi caia e creio que será logo.

El País: O Reino Unido expulsou todos os diplomatas de Gaddafi e pediu ao governo rebelde, o Conselho Nacional de Transição, que nomeie o novo embaixador em Londres. Quando a Espanha dará esse passo?
Jiménez: Praticamente todas as pessoas que estavam na embaixada da Líbia [em Madri] acreditadas pelo governo de Gaddafi já saíram. Agora aguardamos que o CNT nos diga se entre os que ficaram há alguém que possa exercer funções de representação ou qualquer outro que eles designarem.

El País: A Espanha reconhece ao CNT a faculdade de indicar o embaixador da Líbia em Madri?
Jiménez: Sem dúvida. Na última reunião do grupo de contato [em Istambul] reconhecemos o CNT como autoridade governamental e, sendo coerentes, devemos lhe outorgar essa capacidade.

El País: Financiará o CNT com fundos congelados de Gaddafi?
Jiménez: Iniciamos os trâmites com o Ministério da Economia e Fazenda para ver qual seria a melhor fórmula, mas o governo tem toda a disposição para fazê-lo, dentro da legalidade.

El País: A Assembleia da ONU discutirá em setembro o reconhecimento do Estado palestino. A senhora defendeu que a UE adote uma posição consensual. O que vai propor a seus parceiros?
Jiménez: Trabalhamos com a ideia de que o voto seja maioria na União Europeia para que haja um avanço no reconhecimento do Estado palestino, que é um objetivo compartilhado por todos os países dentro da solução para o conflito do Oriente Médio. Inclusive Israel aceita a existência de dois Estados. Esse é o objetivo que estamos buscando há anos e creio que neste momento há um grau de maturidade para dar um passo nessa direção. É verdade que se não houver negociações entre Israel e Palestina é difícil que um reconhecimento formal tenha consequências práticas; portanto, ao mesmo tempo chamamos ao diálogo todas as partes envolvidas para discutir as consequências desse reconhecimento: a capital, os refugiados, as fronteiras, etc...

Existe a sensação de que este é o momento de fazer algo, de dar aos palestinos a esperança de que seu Estado pode ser uma realidade. Sabemos que é um conflito muito prolongado e é muito difícil solucioná-lo em poucos meses, mas este é um momento crucial. Temos de lançar algum sinal, porque caso contrário poderá gerar uma grande frustração para a população palestina. Eles também querem fazer parte dessa expectativa de democracia e liberdade que vive o mundo árabe.

El País: É possível convencer Israel de que o reconhecimento do Estado palestino não é um ato hostil, tampouco o enfraquecerá?
Jiménez: Recorrer à ONU não pode ser um ato de hostilidade contra ninguém. É a organização que de maneira mais ampla e legítima representa a todos. É muito melhor utilizar os instrumentos legais internacionais do que qualquer outra alternativa. Sinceramente, creio que quando a Autoridade Nacional Palestina (ANP) recorre a essa via é pensando no que é melhor para a paz. Assim explicamos muitas vezes às autoridades israelenses e espero que possamos continuar a fazê-lo.

El País: A Espanha tem uma tradição de compromisso com a causa palestina. Será coerente seu voto na ONU com essa política ou se subordinará ao que a UE disser?
Jiménez: O consenso na UE é desejável. Uma posição majoritária na UE seria inclusive mais útil para a própria ANP. Mas temos de conhecer o conteúdo da resolução que será submetida à votação e discuti-la. Isto é algo que a própria ANP compreende.

El País: Seria desejável que a maioria dos países da UE apoiasse na ONU o reconhecimento do Estado palestino?
Jiménez: Há três elementos que todos os parceiros da UE compartilhamos. Um é o reconhecimento dos dois Estados. Outro é a necessidade de dar garantias de segurança a Israel. E um terceiro, a volta às negociações. Tudo o que votarmos terá de reunir essas três condições.

El País: O Fórum Tripartite sobre Gibraltar está suspenso ou definitivamente defunto?
Jiménez: O fórum é um bom instrumento para o que foi criado: abordar questões práticas que afetam a vida cotidiana dos cidadãos da área. Mas o ministro principal de Gibraltar [Peter Caruana] quis levar ao fórum determinadas questões como a soberania e a jurisdição das águas que cercam o Peñón. Para o governo está claro que esses assuntos só são tratados bilateralmente entre o Reino Unido e a Espanha, e portanto decidimos não convocá-lo.

El País: Enquanto Caruana insistir em abordar a soberania das águas...
Jiménez: Não se reunirá o Fórum Tripartite.

El País: A Espanha recebeu o papa como um chefe de Estado estrangeiro ou como um líder religioso?
Jiménez: Recebemos um líder religioso que tem categoria de chefe de Estado, e lhe demos as honras que lhe correspondem.

El País: O governo cedeu em leis que incomodavam a Igreja, como a da liberdade religiosa ou a da morte digna?
Jiménez: Em matéria de liberdades públicas não houve um avanço na história da Espanha mais importante do que o realizado por Zapatero. As leis foram sendo aprovadas na medida em que tivemos o consenso necessário, porque o governo não dispõe de maioria absoluta e deve pactuar com outros grupos. Mesmo assim, o balanço desta etapa é extraordinariamente positivo.

El País: A Igreja também nunca recebeu tanto financiamento.
Jiménez: A Igreja Católica tem na Espanha um papel relevante que nenhum governo deve desconhecer. As relações foram de respeito e diálogo, mas também de estrita separação entre os âmbitos civil e religioso.

Argélia é único país do Magreb que se recusa a reconhecer o governo rebelde na Líbia

Abdelaziz Bouteflika é quem das as cartas
atualmente na Argélia
Um após o outro os vizinhos da Líbia no norte da África foram reconhecendo nos últimos dias o Conselho Nacional de Transição (CNT), que depois de seis meses de guerra civil derrubou o regime de Gaddafi. Só há uma exceção: a Argélia. A bandeira do CNT flutua desde segunda-feira (22) na embaixada da Líbia em Argel, mas o governo argelino continua sem reconhecê-lo.

O tratamento informativo da queda de Gaddafi na televisão pública argelina, a única que existe, ilustra o mal-estar do regime. A notícia da conquista na segunda-feira da maior parte de Trípoli por milicianos do CNT só apareceu no 20º minuto do telejornal vespertino, o de maior audiência. Na imprensa escrita privada foi primeira página.

De todos os países da região, a Argélia foi o único que preferia Gaddafi no poder em Trípoli, e não os rebeldes. "Apoiou com discrição o coronel Gaddafi, apesar de ele não ter qualquer possibilidade de sobreviver", lembrou ontem o professor Rachid Tlemsani, da Universidade de Argel, em uma declaração ao site Tout sur l'Algérie.

O que mais aborrecia Gaddafi na região era o governo de transição da Tunísia, país que o líder líbio prometeu desestabilizar depois da derrubada em janeiro do presidente Ben Ali. A rebelião de Benghazi o impediu. Mesmo assim, o primeiro-ministro Beji Caid Essebsi manteve uma cautelosa neutralidade até domingo, quando deu o passo do reconhecimento. A Tunísia abriga mais de 100 mil refugiados líbios. O Egito seguiu o exemplo e na segunda-feira o Marrocos somou-se à onda de reconhecimento. Ontem seu ministro das Relações Exteriores, Taieb Fassi-Fihri, viajou para Benghazi com uma mensagem do rei Mohamed 6º para o CNT.

Ao longo de todos esses meses os ministros argelinos justificaram a atitude de Argel e sua oposição à intervenção da Otan descrevendo Gaddafi como um dique contra o terrorismo, evocando o risco de transformar a Líbia em um segundo Afeganistão. Também desmentiram de modo contundente os rumores sobre sua ajuda a Gaddafi permitindo o trânsito de armas ou o envio de mercenários saharauis para lutar ao lado do ditador. Nenhuma prova confirma esta acusação.

Mesmo assim, a embaixada da Argélia em Trípoli foi atacada na segunda-feira, provavelmente por elementos ligados ao CNT. Na imprensa de Argel há muitos depoimentos de cidadãos argelinos residentes na Líbia ameaçados de morte nos últimos dias. "Depois da queda do regime de Gaddafi, a Argélia vai enfrentar sérias dificuldades de vizinhança e de inserção regional", prevê o cientista político argelino Mohamed Chafik Mesbah, autor do ensaio "Argélia Problemática". Argel mantém péssimas relações com Rabat por causa do contencioso do Saara Ocidental. Sua fronteira comum está fechada desde 1994.

A Argélia também é a única das repúblicas norte-africanas em que persiste o antigo sistema político, embora o presidente Abdelaziz Buteflika prepare medidas de abertura. "A queda do clã de Trípoli coloca as autoridades argelinas no olho do furacão", salientou ontem em seu editorial Omar Belhouchet, diretor do jornal "El Watan", de Argel.

"Carentes de legitimidade, isoladas internacionalmente, nossas autoridades jogaram com fogo ao propor leis (sobre partidos, informação, etc.) que não correspondem às exigências de abertura e às expectativas da sociedade", prosseguiu. "A 'rentrée' social e política corre o risco de ser muito agitada."

O que aconteceu em países de seu entorno deve representar um sinal para Argel, segundo o cientista político Mesbah: "Nenhum regime despótico sobrevive eternamente. Existe uma dinâmica política e social impelida pela história que o poder argelino deveria levar em conta".

Em 4 décadas, Gaddafi flertou com várias ideologias para se manter no poder

Coronel Khaddafi
Essa revolução não constava do programa do Livro Verde. No entanto, foi ela que consumiu um Guia desnorteado, envelhecido, desgastado e cansado, após 41 anos sozinho no poder. Muammar Gaddafi escapou de tantas armadilhas colocadas sob seus pés, ou que ele mesmo plantou com suas mudanças de estratégia, que conseguiu se impor no mundo inteiro como um personagem tão impossível quanto inevitável.

Um ditador solvente, graças a seu petróleo. Um déspota bufão e confuso, de imprecações letais ou incompreensíveis. Durante essas quatro décadas que viram no mundo árabe-muçulmano perecerem muitas ideologias, o coronel mudou continuamente de papel. Como militar, ele se deu o título de coronel, o único limite que soube se impor. Como revolucionário, ele adotou qualquer causa que fosse extrema. Visionário, ele quis ser o símbolo do arabismo, e depois o sábio da África, com o mesmo fracasso. Realista, ele praticou a revolução a 360 graus, o homem que derrubou a Cirenaica (Idriss 1º, que se tornou soberano da Líbia) e terminou como rei da Tripolitânia, com fúria e sangue.

Nascido por volta de 1942, sob uma tenda de pele de cabra, em alguma parte do deserto de Sirte, Muammar Gaddafi poderia ter ficado confinado por muito tempo em seu vilarejo, assim como tantos outros líbios. Mas a influência de sua família, que tomara parte na longa luta contra o poder colonial italiano, o lançou rapidamente em um mundo onde as preocupações políticas dominavam. Ele tinha 17 anos quando, com seus colegas da escola secundária de Sebba, organizou aquilo que depois ele chamou de suas “primeiras atividades revolucionárias práticas”, na verdade inocentes reuniões secretas.

O jovem Muammar e seus amigos, que, desde a nacionalização do Canal de Suez, assistiram maravilhados à irrupção do nasserismo no cenário internacional e ao despertar do arabismo, sentiam vagamente que seu país permanecia, por culpa de seus dirigentes, afastados do grande movimento de emancipação árabe.

Formado em História em 1963, Gaddafi entrou no ano seguinte na academia militar de Benghazi. Essa decisão foi tomada após muita reflexão: ele acreditava que o caminho mais curto para a revolução passava pelo Exército e conseguiu impor suas ideias sobre o “caminho militar para a revolução” à maioria de seus jovens amigos. Os “oficiais livres unionistas” – como eles mesmos se chamavam - , em sua maior parte de origem modesta, começaram a levar uma vida ascética por incentivo de Gaddafi: seus dias eram dedicados aos estudos e às preces. Eles não bebiam, não fumavam, não frequentavam casas noturnas e se abstinham até de relações sexuais.

Em 1965, Gaddafi terminou seus estudos na academia militar. Ele foi enviado no ano seguinte para a Inglaterra, onde fez um estágio de aperfeiçoamento de seis meses na academia militar de Sandhurst. De volta à Líbia, ele se dedicou inteiramente a suas atividades militares, ao mesmo tempo em que fazia um trabalho de solapamento clandestino. A derrota árabe de junho de 1967 frente a Israel o levou a acelerar seus preparativos. A decisão de derrubar o regime do rei Idriss foi tomada. No dia 1º de setembro de 1969, o golpe de Estado foi um sucesso retumbante.

Rapidamente ele foi superando seus pares. Seu rosto emaciado, de traços regulares, seu olhar escuro e determinado, seu sorriso tenso logo se tornaram lendários. “A revolução líbia é um aspecto do nacionalismo árabe que você defende e do qual você é o líder”. Foi nesses termos que o jovem coronel Muammar Gaddafi se dirigiu ao presidente Gamal Abdel Nasser dez dias após a queda da monarquia dos Senoussi.

Sua preocupação em imitar o modelo egípcio beirava a obsessão, e às vezes o ridículo. No entanto, a diferença era nítida entre o regime nasseriano, moderado por seus inúmeros reveses, e o impetuoso coronel, impaciente para atingir objetivos que o Cairo já há muito tempo considerava ilusórios. Após a morte de Nasser, no dia 28 de setembro de 1970, fortalecido pelos recursos petroleiros de seu país, ele acreditou ser o mais qualificado para voltar a levantar a bandeira do pan-arabismo, mas o projeto de “federação de laços flexíveis” associando o Egito e a Síria à Líbia logo degringolou. Gaddafi, que rapidamente se desentendeu com a maioria dos países árabes, foi marginalizado. Esse isolamento se acentuou após a guerra de outubro de 1973, para a qual ele não foi consultado.

Foi em parte para quebrar as reticências dos líbios, alimentadas por esses fracos resultados, que Gaddafi lançou, no mesmo ano, sua “revolução cultural”. Ele disse a seu povo que era preciso “queimar os livros que contivessem ideias importadas da reação capitalista ou do comunismo judeu”. Ele afirmava que a única ideologia autorizada seria aquela que emanasse do livro de Deus, o Corão, e convidou os “cidadãos livres” a tomarem as rédeas das instituições, dos principais serviços públicos, e a assumirem o controle dos postos de comando. “A caça aos inimigos da revolução” foi elevada à condição de virtude. Mas ela logo estagnou.

Para enfrentar uma oposição incipiente, o coronel Gaddafi contava com o apoio das camadas mais desfavorecidas da população (beduínos, trabalhadores urbanos, jovens). Ele impôs a adoção de suas ideias de “governo popular direto” para instaurar um sistema de governo que, aos seus olhos, constituía “a primeira verdadeira democracia desde Atenas”.

Baseada na “teoria da terceira via”, exposta no famoso Livro Verde do líder líbio – cujo primeiro fascículo foi publicado em 1976 - , a nova forma de “governo do povo” se exerceu pela decisão dos “congressos populares de base” (aos quais cada cidadão pertencia automaticamente), dos “comitês populares de base” (que são seus órgãos executivos) e dos sindicatos e uniões profissionais: a base de uma pirâmide em cujo topo se situava o Congresso Geral do Povo, que se tornou a instância suprema da Líbia, agora chamada de Jamahiriya (“o Estado das massas”).

Quanto ao coronel Gaddafi, ele se tornou secretário-geral do Congresso Geral do Povo. Para ele, o socialismo preconizado decorria diretamente do islamismo, que é “a mensagem eterna, a revolução contínua, uma ideologia nova e a mãe das teorias”. Considerando-se forte o suficiente, em abril de 1977 ele ordenou pela primeira vez a execução de cerca de trinta opositores. Eles não foram os últimos. Para poder se dedicar melhor à “ação revolucionária”, em setembro de 1978 o coronel Gaddafi se desobrigou de todas suas funções oficiais.

Mas em sua condição de Guia da Revolução, ele continuava sendo a autoridade suprema do país. Desapontado com seus fracassos árabes, ele se voltou para o continente africano e acusou a França, de quem, no entanto, ele voltara a se aproximar, de apoiar os “regimes reacionários” na África, e de ser apenas “a unha da pata americana sobre o continente africano”. Uma política de intervenção para todos os lados lhe valeu novas decepções no Magreb e na África negra. No entanto, ele teve sua primeira vitória política e militar em dezembro de 1980, quando os tanques líbios fizeram a batalha de N’Djamena pender a favor do presidente chadiano Goukouni Oueddei, precipitando a derrota de Hissène Habré.

Mas a vitória chadiana de Gaddafi suscitou preocupações em Washington. Com a chegada ao poder da nova administração americana do presidente Reagan, o coronel líbio se tornou o homem de quem eles deveriam se livrar. Trípoli era o centro onde se reuniam todos os movimentos de libertação nacional contrários ao “imperialismo” americano. Para o presidente Reagan, ele era antes de tudo o “principal agente de Moscou” no continente africano.

À medida que iam se delineando as ameaças americanas, aquele que foi, a exemplo de seu mestre Naser, um dos defensores da política do neutralismo, foi se alinhando cada vez mais com o bloco soviético. Teria sido então a CIA autorizada a conduzir uma operação de desestabilização contra o coronel Gaddafi, como afirmou o “Washington Post” em novembro de 1985? Depois de atentados perpetrados nos aeroportos de Viena e de Roma, em janeiro de 1986, o presidente Reagan o acusou novamente de financiar o terrorismo internacional. Ele se tornou alvo da aviação americana, que bombardeou o quartel de Bab Al-Aziziya na noite de 14 de abril. Sem sucesso.

Enquanto o marasmo econômico atingia a Líbia, em consequência da queda dos preços do petróleo e do fiasco da “revolução”, o coronel Gaddafi parecia hesitar. Entretanto, os atentados de dezembro de 1988 em Lockerbie, contra um Boeing americano da PanAm, e de setembro de 1989 no Níger, contra um DC-10 francês da UTA foram atribuídos a ele. Ele também foi acusado de lançar, a exemplo de Saddam Hussein, um programa proibido de armas químicas.

Em 1992, a ONU votou um embargo contra a Líbia. O coronel se fechou em um torturante isolamento. Foi preciso esperar até 1999 para que Trípoli se resignasse a reconhecer, relutantemente, sua responsabilidade nos casos da PanAm e da UTA. O fato de as tropas americanas derrubarem seu colega ditador iraquiano, em março de 2003, precipitou a nova troca de pele do coronel.

Para se poupar de um destino tão funesto como aquele, Muammar Gaddafi deu garantias a Washington. No caso de Lockerbie (Paris deveria esperar para obter uma solução para seu litígio), mas não só. Hábil, ele bancou o auxiliar na “guerra contra ao terrorismo” islâmico iniciada por George W. Bush depois do atentado de 11 de setembro. Um terreno ainda mais favorável pelo fato de que o coronel esmagara seus próprios jihadistas. O ex-idealizador da política da bomba, ultrapassado pela Al-Qaeda, colocou seu antigo conhecimento a serviço dos ocidentais. No dia 19 de dezembro do mesmo ano, aperfeiçoando de forma espetacular sua radical mudança de visão sobre o Ocidente, o coronel Gaddafi anunciou o abandono de seu programa nuclear.

Então Washington o absolveu, e a Europa voltou a se apressar, às vezes sem grande pudor, para Trípoli. Tony Blair foi o primeiro, em 2004. Todos o imitaram.

Somente a crise das enfermeiras búlgaras, condenadas à morte por terem supostamente inoculado o vírus da Aids em crianças líbias, impediu a conclusão dessa normalização, até o verão de 2007, com a chegada de Nicolas Sarkozy ao poder, que atacou o caso a unhas e dentes. O presidente francês pagou o preço dolorosamente, infligindo-se o calvário de uma recepção com todas as pompas do diretor líbio em Paris, durante a qual o coronel Gaddafi fez inúmeras provocações e ataques.

Bruxelas, Nova York (durante uma assembleia geral da ONU) e muitas capitais africanas seriam submetidas ao mesmo tratamento, que era tolerado por causa da solvabilidade ou das generosidades interessadas de um país pelo qual o coronel também se interessava pouco, ou só através de caprichos como a Grande Riviera artificial. A ideia era encaminhar para a costa líbia, a parte mais populosa do país, a água bombeada de lençóis artesianos situados sob o deserto, e que não pode se renovar. Foi a seu filho Saif al-Islam, que por um tempo foi a fachada de um sistema excêntrico, que se atribuiu a ideia de aproveitar essa reabilitação de imagem entre a comunidade internacional para instaurar o conceito de novo emirado (petroleiro), o eldorado magrebino.

Duro com os fracos, o Guia líbio mostrou uma última vez os limites de sua moderação, ao se enfurecer com a Suíça por ela ter prendido brevemente, em julho de 2008, seu filho Hannibal, suspeito de maus tratos contra dois de seus empregados domésticos. Prova de um estado de tensão, enquanto se esboçava o momento de uma complexa sucessão dinástica. Esta só podia estar preparando sua queda. Pego em janeiro e fevereiro entre as revoluções tunisiana e egípcia, o coronel Gaddafi, um dos poucos a lamentarem o colapso do regime de Ben Ali, viu a rebelde Benghazi se voltar contra ele no dia 17 de fevereiro.

A intervenção da Otan sob pressão dos antigos amigos britânicos e franceses evitou no último momento um banho de sangue. Salva em cima na hora, a insurreição pôde então instilar seu veneno. O Guia líbio se mostrou resiliente frente à coalizão interna incerta que ele uniu sem querer, mas novamente banido pelas demais nações, ele foi se enfraquecendo inexoravelmente ao longo dos meses. Ele descobriu tarde demais uma raiva que ele não havia notado: a de seu povo.

Produção petroleira da Líbia não voltará ao nível normal antes de 2013

As grandes empresas ocidentais – ENI, BP e Total – esperam retomar suas atividades rapidamente

Rebelde líbio monta guarda em refinaria tomada em 27 de favereiro em Brega
O Conselho Nacional de Transição (CNT), que substituiu o coronel Muammar Gaddafi à frente do Estado líbio, terá uma prioridade: relançar a indústria petroleira, praticamente parada desde o início do conflito, em fevereiro, e retomar o mais rápido possível a produção: 1,6 milhão de barris por dia antes do conflito. O ouro negro de fato garante a maior parte das receitas orçamentárias e explica por que as reservas em divisas estrangeiras do país chegam a US$ 168 bilhões (R$ 270 bilhões).

As companhias petroleiras estão impacientes para retomar o caminho da Líbia: as refinarias são loucas por esse petróleo de baixo teor em enxofre, difícil de substituir com outras produções. Será que as “grandes” dos países mais engajados contra o regime de Muammar Gaddafi (a França, na linha de frente) aproveitarão esse apoio militar?

O chefe do Estado, Nicolas Sarkozy, se revolta em off com o fato de que possam imaginar que ele tenha conduzido “uma guerra pelo petróleo”, sendo que para ele tratava-se de uma campanha militar contra um ditador. Nada impede, no entanto, que as empresas francesas acabem se beneficiando desse apoio político e militar à rebelião.

A começar pela Total. O grupo ainda é pouco presente na Líbia, que representa somente 2,3% de sua produção mundial de hidrocarbonetos. Mas embora não se trate de um país estratégico, todas as áreas de prospecção são importantes para uma companhia que quer aumentar sua produção em 2% ao ano entre 2010 e 2015, considerando que o petróleo é cada vez mais difícil de descobrir e extrair.

Teriam seus dirigentes entrado em contato com os rebeldes durante o conflito? “Somos previdentes”, conta-se na sede do grupo, onde lembram que “conversas estavam acontecendo antes da guerra” para adquirir novos blocos de exploração. Mais direta, a americana Marathon Oil reconhece “conversas preliminares” com os anti-Gaddafi. A BP voltará a enviar expatriados “tão logo as condições locais permitam”. A italiana ENI, a mais bem instalada, também está pronta para voltar ao trabalho.

Nova explosão
A recuperação e reativação da infraestrutura serão longas, sendo que as companhias deverão ter de trabalhar com um persistente risco de instabilidade. Antes da guerra, Trípoli havia estabelecido para si a meta de produzir 3 milhões de barris por dia em 2013.

Voltar aos 1,6 milhão de barris já seria um feito e tanto. “Temos gente de qualidade no setor petroleiro desde os anos 1950”, declarou o ex-diretor do Banco Central, na terça-feira (23), à rede Al-Arabiya. Farhat Omar Guidara “acredita que três a quatro meses bastarão para retomar a produção petroleira”.

Mas e depois? Para a consultoria Wood MacKenzie, uma volta ao estado normal poderia levar até três anos. Foram necessários quatro anos para que o Iraque reencontrasse o nível de produção de antes da invasão americana de 2003, observam os especialistas. O banco de investimentos Goldman Sachs acredita que o país conseguirá produzir somente 585 mil barris por dia até o final de 2012, uma vez que ele não tem fornecido mais do que 60 mil.

Os mercados petroleiros estão comemorando o final da guerra na Líbia. Ela garantia somente 2,2% da produção mundial, mas detém 3,3% das reservas petroleiras do planeta, o que a coloca como número um entre os países africanos.

O “problema” líbio havia feito disparar os preços do petróleo bruto do Mar do Norte até US$ 125 no final de abril. Após o início do conflito, os ocidentais iniciaram conversas secretas com a Agência Internacional de Energia (AIE) para avaliar o risco de escassez. E na terça-feira (23) a AIE decidiu, para surpresa geral, retirar 60 milhões de barris de suas reservas estratégicas para “responder ao desequilíbrio que afeta o abastecimento de petróleo da Líbia”.

O fim do conflito não é uma garantia de relaxamento nos preços. A solidez do crescimento mundial será mais determinante. Durante negociações eletrônicas na Ásia, na quarta-feira, o barril de petróleo se aproximava dos US$ 110. Mas a queda de Muammar Gaddafi também pode alimentar a esperança de outros povos, precipitar o colapso de outros ditadores e desencadear uma nova explosão do ouro negro.