Social Icons

https://twitter.com/blogoinformantefacebookhttps://plus.google.com/103661639773939601688rss feedemail

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Exército Russo terá novo uniforme em 2013

Em 2014 todos os infantes do Exército Russo terão um novo uniforme. Agora, o soldado pode combinar peças do uniforme, dependendo do clima ou da missão a ser executada. O novo uniforme foi testado com sucesso pelo exército no Ártico, Sibéria e nas regiões centrais da Rússia. É esperado que 70 mil kits sejam entregues aos infantes em 2013.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Comandante da Força Aérea Russa fala sobre o S-500


O futuro sistema de mísseis antiaéreos russo, o S-500, irá fornecer defesa antiaérea e antibalística a regiões especificas, regiões grandes, defender fábricas e objetivos estratégicos, disse na segunda-feira o comandante da Força Aérea Russa, tenente-general Viktor Bondarev.

De acordo com Bondarev, o S-500 será capaz de atingir até 10 alvos balísticos, incluindo mísseis hipersônicos que voam a uma velocidade de 7.000 km/h.

"Em termos de capacidade de combate, o S-500 é muito superior ao S-400 Triumf que está em serviço e seu concorrente americano, o PAC-3", disse Bondarev.

Segundo Bondarev, o S-500 será capaz de destruir mísseis balísticos de médio e longo alcance capazes de fazer manobras evasivas a qualquer momento do seu voo.

Já fora relatado anteriormente que o S-500 terá um radar mais potente que o S-400 Triumf. O radar do S-500 terá uma alcance superior a 900 km. O S-500 terá dois mísseis específicos  um será para engajar mísseis, o A-135 "Amur", o outro será para abater aeronaves, o A-235 "Samolet-M".

Construção de mais 2 "Mistral" para a Marinha Russa segue sem definição


A Rússia irá decidir se irá ou não construir os dois porta-helicópteros "Mistral" de origem francesa sob licença só depois que a Marinha Russa avaliar a performance, o tipo e o status desse tipo de navio, disse hoje o vice-premiê Dmitry Rogozin.

"Eu acredito que é muito cedo para falar sobre isso (sobre os planos de construção)", disse Rogozin.

"Antes de aceitarmos a entrega dos dois primeiros, temos que vê-los em ação, somente então tomaremos uma decisão", disse Rogozin.

"Até agora estamos dentro do conograma", concluiu ele.

Rússia e França assinaram em junho de 2011 um contranto de US$ 1,2 bilhão para a construção de dois porta-helicópteros franceses da classe Mistral, incluindo a transferência de tecnologia.

Nos termos do contrato, a STX France irá realizar a montagem final do dos 24 blocos dos cascos, blocos esses que serão fabricados na Rússia.

A STX France entregou em julho um documento preliminar técnico sobre o projeto de outros dois Mistral que serão construídos na Rússia. O estaleiro russo que construirá esses dois porta-helicópteros será o Admiraltyeyskiye Vyerfi (Admiralty Shipyard).

O primeiro porta-helicópteros para a Marinha Russa, o Vladivostok, esta estaleiro DCNS, em Saint-Nazaire deve ser entregue Marinha Russa em 2014, enquanto o segundo navio, o Sevastopo, está previsto para ser entregue em 2015.

Os outros dois navios eram esperados para ser 80% construído na Rússia e 20% em França.

O porta-helicópteros Mistral desloca 21 toneladas, mede 210 metros de comprimento e pode se deslocar a uma velocidade de 18 nós. Sua autonomia de até 10,800 km.

O navio pode operar até seis helicópteros, seis lanchas de desembarque e dois hovercraft, sem contar que pode abrigar um batalhão de tanques de combate Leclerc ou outros 70 viaturas blindadas.

Sua tripulação costa de 160 homens e pode transportar outros 450 homens.

VDV começará a receber ano que vem um novo sistema de comando e controle

As Tropas Aéreo Transportadas russas (VDV) começarão a receber no próximo ano o novo sistema de comando e controle automatizado Andromeda-D, disse nesta segunda-feira o ministro da Defesa Russa.

Segundo o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, o coronel Alexander Kucherenko, os primeiros sistemas Andromeda-D serão implantados em 4 divisões de Tropas Aéreo Transportadas de Assalto em toda Rússia: em Novorossiisk, Ivanovo, Tula e Ulyanovsk.

O sistema, que utiliza equipamento de telecomunicação digital, pode ser implantado em estações fixas ou moveis e, é voltado às especificações especiais das Tropas Aéreo Transportadas russas.

Levará 3 anos e cerca de 4.5 bilhões de rublos para completar a transição para o novo sistema, disse o comandante da VDV, o general Vladimir Shamanov.

Rússia e Índia assinam novos contratos de fornecimento de material bélico


Rússia e Índia assinaram hoje em Nova Delhi dois contratos para o fornecimento de material bélico ao país asiático.

Por cerca de US$ 2.9 bilhões, a Rússia fornecerá à Índia 71 helicópteros de transporte e kits necessários para a montagem sob licença de 42 caças.

O primeiro contrato estimado em US$ 1.3 bilhão, prevê que a Rússia venda 71 helicópteros de transporte Mi-17B-5. O segundo contrato, estimado em US$ 1.6 bilhão, prevê que a Rússia forneça à Índia os kits tecnológicos necessários para a construção de 42 caças Su-30MKI em solo indiano.

Também hoje na capital indiana, a empresa russa Helicópteros da Rússia e a empresa indiana Elcom Systems anunciaram a criação de uma joint-venture.

A empresa russa do setor de monitoramento por satélite NIS firmou um contrato estratégico com a indiana TATA.

"Swifts" e "Russian Knights" serão dotados com novos caças Su-30SM e Su-35S


Os renomados esquadrões russos de acobracia aérea "Swifts" (Strizhi) e "Russian Knights" (Russkiye Vityazi) passarão a voar em breve nos modernos caças Su-30SM e Su-35S, declarou hoje o comandante da Força Aérea Russa, o general Victor Bondarev.

"Os caças Su-30SM e Su-35S são um grande avanço. Devemos exibi-los para mostrar a superioridade do material aeronáutico russo", dosse Bondarev em coletiva de imprensa.

Anteriormente, o vice-premiê russo Dmitry Olegovich Rogozin, responsável pelo a indústria de defesa da Rússia, disse que havia ordenado que dotassem os esquadrões "Swifts" e "Russian Knights" com novos caças.

O general Bondarev também comentou que será criada um outro esquadrão de exibição, este será dotado com o novo caça de instrução avançado russo, o Yak-130.

"Este outro grupo será criado sem falta porque o Yak-130 é um excelente caça e também devemos exibi-lo", disse Bondarev.

Os esquadrões "Swifts" e "Russian Knights" estão dotados atualmente com caças Su-27 e MiG-29, respectivamente.

Le Monde: França desenvolve o reator mais potente do planeta


Mais potente, mais seguro, mais caro. Em gestação desde o início dos anos 1990, o EPR (European Pressurized Reactor) é uma versão melhorada dos reatores de água pressurizada (PWR, sigla em inglês) de segunda geração que compõem o parque nuclear francês.

Concebido após o acidente de Chernobyl (1986), ele tem como principal trunfo sua melhor resistência a uma fusão do núcleo do reator – situação mais temida pelas operadoras, que ocorreu nos reatores de água fervente da usina de Fukushima-I no Japão, em março de 2011.

Assim, se o núcleo de um EPR vier a fundir, o corium – as centenas de toneladas de um magma muito radioativo, originado da fusão do núcleo – teoricamente poderia ser contido em uma "área de espalhamento" onde ele seria resfriado e contido. Além disso, o EPR dispõe de quatro circuitos de resfriamento autônomos, situados em compartimentos distintos e dispostos em torno do compartimento-reator. Cada um desses sistemas de resfriamento, cruciais em casos de fusão do núcleo, é concebido para conseguir funcionar de forma independente, inclusive em caso de corte de energia elétrica.

"Falta de rigor"
Outro ponto forte do novo reator: o confinamento das piscinas de resfriamento dos combustíveis usados. Em Fukushima, elas ficavam situadas nas partes superiores e não impermeáveis dos compartimentos-reatores. E foi o aquecimento das barras de combustível velho ali entrepostas que provocou a difusão de partículas radioativas na atmosfera.

Além desses avanços, a EDF e a Areva também estão apresentando desempenhos melhores. Com 1.60 megawatts, o EPR será o mais potente reator em serviço no mundo, tendo ainda um rendimento energético 17% maior que os rendimentos atuais, menos efluentes e resíduos radioativos …

Mas entre as melhorias teóricas e sua realização, parece haver alguma distância. Em 2008, a Autoridade de Segurança Nuclear (ASN) havia denunciado "uma falta de rigor da operadora sobre as atividades de construção, dificuldades na supervisão dos prestadores de serviços e falhas em matéria de organização", determinou que a EDF suspendesse certas obras "após diversas lacunas constatadas na ferragem ou na concretagem dos radiers [lajes] que constituem a ilhota nuclear".

No ano seguinte, as autoridades de segurança da França, da Finlândia e do Reino Unido pediram por "uma melhoria na concepção inicial" do reator em razão de uma autonomia insuficiente dos sistemas de controle... Pouco depois do acidente de Fukushima, André-Claude Lacoste, presidente da ASN, declarou: "Se a questão de uma moratória [sobre o EPR] for levantada, e nós a estamos levantando, será sobre a construção de Flamanville".

El País: Com disputas fronteiriças e dirigentes nacionalistas, Ásia se prepara para a Guerra Fria


Com a vitória da conservadora Park Geun-hye nas eleições presidenciais da última quarta-feira (19) na Coreia do Sul, se encerra um ano em que os três países do nordeste da Ásia - China, Japão e Coreia do Sul - mudam de liderança em um momento crucial de suas relações e quando tudo aponta para o início de uma nova guerra fria no continente. O apogeu do nacionalismo nos três países e nas ilhotas em disputa entre a China e o Japão, umas; e entre Japão e Coreia, outras; somado à mudança na estratégia de defesa dos EUA faz temer um agravamento das tensões na região e um avanço da já iniciada corrida armamentista, sobre a qual paira a ameaça nuclear da Coreia do Norte.

Xi Jinping, eleito secretário-geral do PCCh (Partido Comunista Chinês) em novembro passado, pediu a suas forças armadas que "intensifiquem sua capacidade para o combate real" durante a primeira reunião que teve com os altos comandos do Exército Popular de Libertação como líder máximo comunista. Xi se referiu aos novos desafios que enfrenta o exército mais numeroso do mundo, com 2,3 milhões de efetivos, "na era da informação" e o incitou a "melhorar a habilidade de lutar em guerras regionais".

As palavras de Xi, que será nomeado presidente da República Popular em março próximo, não tranquilizaram seus vizinhos. O orçamento militar da China há quase uma década cresce dois dígitos por ano. Em 2012 chegou a 80,423 bilhões de euros, o que representa um aumento de 11,2% com relação ao ano passado. Este ano também lançou seu primeiro porta-aviões e melhorou consideravelmente as capacidades de sua marinha, o que é visto com extrema preocupação pelo Japão e os países do Sudeste Asiático com os quais disputa outras ilhotas no mar do Sul da China.

A ascensão no Japão de Shinzo Abe, falcão do PLD (Partido Liberal Democrata), tampouco suaviza as tensões. Em seu primeiro discurso depois de sua vitória arrasadora nas eleições legislativas de domingo passado, Abe deixou claro que as ilhas Senkaku (em japonês) e Diaoyu (em chinês) "fazem parte integral do território do Japão" e rejeitou qualquer tipo de negociação a respeito. Com isso, Abe deixou claro para Pequim desde o início de seu mandato quais são suas linhas vermelhas, embora posteriormente tenha lhe estendido um ramo de oliveira ao salientar que a China é "o primeiro parceiro comercial do Japão".

Abe aprova que o Japão transforme suas forças de autodefesa em um exército regular, o que exige reformar o artigo 9º da Constituição pacifista imposta em 1946 pelos EUA como potência ocupante depois da derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial. Já em 2006, durante os 11 meses em que Abe encabeçou pela primeira vez o governo japonês, deu importantes passos nesse sentido. Apesar das limitações impostas pela atual Constituição, Tóquio tem o sexto maior orçamento militar do mundo - 45 bilhões de euros em 2012, embora para 2013 se preveja uma redução de 1,8%.

As ilhas Senkaku/Diaoyu, que Washington quis manter sob seu controle até devolvê-las ao Japão junto com o arquipélago de Okinawa em 1971, estão protegidas pelo tratado de defesa mútua entre EUA e Japão. Por isso essa disputa também amarga as relações entre Pequim e Washington.

"A China deve sentir a contenção dos EUA para que não continue sua expansão. É preciso exercer pressão e não só militar, mas também econômica", indicam fontes diplomáticas japonesas.

Para a China, a nova estratégia de segurança nacional do presidente Barack Obama, que dá prioridade à região da Ásia-Pacífico, não tem outra intenção além de "cercá-la e impedir sua ascensão". Daí o mal-estar existente pela decisão americana de estreitar as relações estratégicas com o Japão e a Coreia do Sul, países nos quais tem estacionadas tropas, além de outros vizinhos da China, como Filipinas, Vietnã, Índia e Mianmar (antiga Birmânia).

A China não aceita as críticas de Washington ao forte aumento anual de seu orçamento militar e retruca que chega a apenas 1,8% de seu PIB, enquanto o dos EUA, com US$ 662 bilhões (R$ 1,3 bilhão), supera 2% do PIB americano. Além disso, a decisão de potencializar a espionagem, os robôs de combate, as operações especiais e a guerra cibernética é vista por boa parte do PCCh como "a prova evidente de que Washington desatou uma nova guerra fria na Ásia porque não está disposta a permitir a ascensão pacífica da China", segundo diferentes analistas.

Washington, por sua vez, está muito incomodada com Pequim porque não freia as ameaças nucleares de seu parceiro norte-coreano, cujo regime considera "muito pouco confiável". A colocação em órbita de um satélite na semana passada é vista como um novo teste de míssil intercontinental e viola as diretrizes da ONU, mas não é possível impor sanções a Pyongyang, porque Pequim o impede ao considerar que, se isolar ainda mais esse regime, poderá torná-lo mais perigoso e beligerante.

A vitória eleitoral da conservadora Park Geun-hye também tem um papel importante na região. A Coreia do Sul é um destacado parceiro militar de Washington, mas a disputa pelas ilhas Dokdo (em coreano) / Takeshima (em japonês) envenenou nos últimos meses as relações com o Japão. Além disso, durante seu primeiro mandato como chefe de governo Abe rejeitou que o exército imperial tenha utilizado "escravas sexuais" coreanas durante as guerras de expansão pela Ásia na primeira metade do século 20, o que provocou protestos em Seul. Abe se viu obrigado a pedir perdão para não romper as relações com seu vizinho.

Seul está quase mais preocupada com o aumento do nacionalismo japonês do que com o do chinês. Mas o que seus vizinhos aguardam com interesse é ver que atitude tomará diante de Pyongyang. Boa parte dos sul-coreanos apoia uma melhora das relações entre os dois países, o que favoreceria economicamente a ambos.

Le Monde: Após sanções americanas, cresce a desconfiança entre a Rússia e a União Europeia


As relações entre a UE (União Europeia) e a Rússia se estagnaram desde que Vladimir Putin voltou ao Kremlin. A 30ª cúpula entre as duas partes, na sexta-feira (21) em Bruxelas, não foi ser marcada por nenhum avanço significativo em questões essenciais, entre elas a segurança energética e a isenção de vistos, esperada por Moscou para seus cidadãos. O contexto é ainda mais cinzento pelo fato de que paira uma sombra sobre essas relações: a de Sergei Magnitsky, o advogado do fundo Hermitage, morto na prisão em 2009 em decorrência de maus tratos.

A cúpula anterior fora realizada no final de 2011, enquanto manifestações inéditas na Rússia expressavam a fúria da classe média urbana contra a fraude nas eleições legislativas. Desde então, a oposição russa não conseguiu encontrar um líder para si e concordar em uma estratégia. Foi ainda mais difícil pelo fato de a volta de Vladimir Putin ao Kremlin ter provocado um endurecimento legislativo, policial e judiciário. "A Human Rights Watch tem um escritório na Rússia há mais de vinte anos, e temos certeza de que uma repressão política realmente sem precedentes está em andamento", explicou a ONG em meados de novembro. A consequência desse clima é que europeus e americanos estão reavaliando suas relações com a Rússia desse ponto de vista, mas evitando a ruptura.

Nos Estados Unidos, o Congresso aprovou no dia 14 de dezembro por esmagadora maioria uma lei intitulada "Magnitsky bill", prevendo sanções (proibição de vistos, congelamento de bens) contra os oficiais russos de alto escalão envolvidos na morte do jurista, mas também mais amplamente contra todos os acusados de atentados aos direitos humanos. Depois da Câmara de Representantes, o Senado validou esse delicado dispositivo como parte de um texto que regulariza as relações comerciais entre os dois países.

Os dirigentes russos reagiram com fúria às sanções americanas. A Duma (câmara baixa do Parlamento) aprovou um texto que prevê sanções idênticas, mas sem citar nomes americanos. Entre as "vítimas" russas, estão o comerciante de armas Viktor Bout. Em resposta à lei Magnitsky, criaram a "lei Yakovlev", nome de uma das crianças russas mortas nos vinte últimos anos depois de terem sido adotadas por americanos negligentes. Os deputados foram mais longe do que nunca, proibindo a adoção por casais americanos. Os órfãos viraram reféns da diplomacia russa? O ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, exprimiu dúvidas sobre essa medida. Na quinta-feira, Vladimir Putin considerou "apropriada" a "reação emocional" dos deputados.

Outro efeito da "Magnitsky bill" foi que ela acelerou a reflexão na Europa sobre as sanções contra oficiais russos, a exemplo daquilo que a UE já vem praticando contra Belarus. "Tudo depende do peso da opinião pública", diz Bill Browder, presidente do fundo de investimentos Hermitage Capital Management, ex-empregador de Magnitsky e principal lobista a favor das sanções. "A questão que surge para os governantes é simples: vocês querem deixar que responsáveis por torturas venham livremente a seus países?"

Atalho
No dia 23 de outubro, o Parlamento europeu aprovou uma resolução não obrigatória que exige sanções. Segundo Alexey Puskhov, presidente da comissão das Relações Exteriores da Duma, essa resolução visa "separar a Europa da Rússia". Mas na UE, cada Estado segue uma direção. "Precisaremos de mais um ano para conseguir aqui as mesmas sanções que nos Estados Unidos", prevê Bill Browder. O parlamento holandês aprovou uma resolução por unanimidade a favor de sanções similares. Iniciativas parlamentares também surgiram na Itália e na Suécia. O governo britânico escolheu um atalho ao visar os oficiais russos envolvidos, mas sem revelar publicamente quantos deles e seus nomes.

A Alemanha tem um posicionamento reservado. Já a França se mostra totalmente vaga. "Existe uma ambiguidade na Europa sobre a política das sanções individuais," diz um diplomata francês. "Isso é feito para certos países, sem saber se é eficaz, mas não para outros". Entrevistado pelo "Le Monde" durante uma viagem a Varsóvia, no dia 16 de novembro, o ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius, disse ignorar a existência de um debate sobre sanções específicas. Bem como os detalhes do trágico destino de Sergei Magnitsky, espancado até a morte e privado de seus direitos básicos por ter denunciado uma fraude gigantesca no montante de US$ 230 milhões que beneficiou membros do Ministério do Interior.

Der Spiegel: "Temos de abrir negociações imediatamente", diz presidente israelense sobre o conflito entre Israel e Palestina


As Nações Unidas reconheceram o Estado palestino e primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu parece preferir o confronto à negociação. Mas em entrevista à Spiegel, o presidente israelense Shimon Peres disse que não há alternativa a não ser reiniciar as negociações de paz, acrescentando que é hora de esquecer o passado.

Spiegel: Numa votação recente, a ONU essencialmente reconheceu o Estado da Palestina, concedendo-lhe um "status de não membro observador". Você está decepcionado com essa decisão?
Peres: Você pode criticar a resolução da ONU, mas isso não importa. Eu aprendi há muito tempo que há uma coisa na vida que você não pode mudar, essa coisa é o passado. O que aconteceu, aconteceu.

Spiegel: Será que a decisão da ONU tornará as negociações de paz com os palestinos mais difíceis?
Peres: Eu não sei se mais difíceis, mas mais necessárias. Agora, o grande problema será o Tribunal Penal Internacional em Haia, e as duas partes tentarão caçar uma à outra. Se esta é uma previsão para o futuro? Isso é o que viemos fazendo o tempo todo: eles costumavam nos culpar, e nós costumávamos culpá-los. Mas precisamos esquecer o passado.

Spiegel: Ainda assim, ao fazer reivindicações para a Terra Santa,  ambos os lados citam milhares de anos de história.
Peres: Nós não vamos lidar com Abraão, nosso pai e irmão. Acabou.

Spiegel: O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no entanto, refere-se a essa história quase que diariamente.
Peres: A história é necessária para justificar o presente. Mas voltar 2.000 anos? Meu Deus, deixe isso para os historiadores. O que aconteceu 2.000 anos atrás não se repetirá hoje. Minha proposta é: deixar para trás e dizer que o passado foi perdoado; não vamos processar um ao outro. É um desperdício de tempo. Temos de abrir imediatamente as negociações sem condições prévias. E imediatamente significa após as eleições parlamentares de 22 de janeiro.

Spiegel: A Alemanha se absteve na votação recente da ONU sobre a situação palestina. Um elemento que contribui para a posição de Berlim foi a frustração da chanceler Angela Merkel com o fato de Netanyahu ainda não ter entrado em negociações com os palestinos. Você entende a posição?
Peres: Eu gostaria que a Alemanha votasse de forma diferente. Mas e daí? Quando eu analiso mais profundamente e me pergunto o que prefiro, uma Europa alemã ou uma Alemanha europeia, prefiro uma Alemanha europeia. E essa decisão faz parte de a Alemanha ser europeia.

Spiegel:  Há algumas semans, reuniões de alto escalão entre os membros do gabinete israelense e alemão foram realizadas em Berlim. Antes de chegar, o primeiro-ministro Netanyahu reclamou da votação da Alemanha na ONU. O que você acha sobre o estado das relações entre Alemanha e Israel?
Peres: Eu acho que o relacionamento é justo, e acho que a atitude da chanceler Merkel é notável. Ela tem suas posições, e seu pensamento é coerente. Eu a respeito muito. Os laços da Alemanha com Israel são profundos, não são oportunistas. Acontece de discordarmos de vez em quando. Mesmo os céus azuis do Mediterrâneo têm nuvens às vezes. Mas o céu é azul.

Spiegel: A Alemanha não estava sozinha. Com exceção da República Tcheca, todos os países da UE votaram ou a favor dos palestinos ou se abstiveram. Israel está se tornando cada vez mais isolado?
Peres: Eles não votaram em nós por causa da falta de negociações. Assim que começarem as negociações, eles vão nos apoiar.

Spiegel: Mas e se não houver nenhuma negociação?
Peres: Não haver negociações não é uma possibilidade. Temos de negociar. Basicamente, nós já temos uma base para um acordo: dois Estados e blocos de assentamento. Haverá três blocos, e devemos dar aos palestinos uma parte igual de terra. Os assentamentos ocupam talvez 2% a 6% da Cisjordânia. Não é algo insolúvel.

Spiegel: Se a solução for realmente tão simples, por que a paz não foi alcançada há muitos anos?
Peres: O verdadeiro problema está em como iniciar as negociações. Você não pode começar as negociações pelo final. Então temos de definir como começar. E acho que temos de começar da seguinte maneira: dizendo que o que aconteceu até agora vai parar e que haverá um perdão do passado. Temos que começar sem condições prévias.

Spiegel: Você teve uma série de reuniões secretas com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, há mais de um ano. Vocês dois tinham chegado perto de um acordo sobre como reiniciar as negociações. Mas nesse ponto, Netanyahu lhe pediu para interromper o contato.
Peres: Olha, esse é o passado novamente. Mas Netanyahu concordou com uma solução de dois Estados.

Spiegel: No papel, talvez. Mas nada aconteceu. E é muito provável que o próximo governo esteja ainda menos dispostos a negociar.
Peres: O futuro governo terá que tomar uma decisão estratégica. E Israel não tem uma escolha melhor do que a solução de dois Estados.

Spiegel: Esta é só a sua opinião? Ou será que o primeiro-ministro Netanyahu também a compartilha? As ações dele parecem indicar que não.
Peres: Esses quatro anos não se repetirão.

Spiegel: O que o faz ter tanta certeza?
Peres: A minha experiência. Essa é a diferença entre os jovens e os mais velhos. Eu sou velho. Eu posso lhe dizer, a realidade afeta os líderes mais do que qualquer líder afeta a realidade. Tenho certeza de Netanyahu não quer um Estado binacional. Um Estado binacional não teria paz – por causa da tensão, das diferenças do território pequeno.

Spiegel: Mas parece mais que Netanyahu quer preservar o status quo.
Peres: No momento, sim, talvez. Mas haverá um outro momento.

Spiegel: Como você mantém o otimismo ao longo de todos esses anos de conflito?
Peres: Eu me lembro do início. Eu vim para um país que não tinha nada, um pequeno pedaço de terra com um pântano no norte e um deserto ao sul. Nós não tínhamos água. Tínhamos dois lagos – um morto, o outro moribundo – e um rio, o Jordão, que tem mais fama do que a água. Em 1948, éramos um grupo pequeno de 650 mil pessoas cercadas por uma hostilidade tremenda, com menos armas, em menor número, sem recursos naturais. Tivemos uma guerra antes de termos um Estado. Tivemos um exército antes de termos um governo. Nós não tínhamos chance – e, ainda assim, veja o que aconteceu.

Spiegel: Isso foi em 1948. Mas se você comparar a situação atual com os tempos esperançosos de Agosto de 1993, quando os acordos de paz de Oslo foram assinados, tem de admitir que as coisas ficaram muito piores.
Peres: Alguns críticos também disseram que nunca faríamos a paz com nenhum país árabe. Nós fizemos a paz com o Egito, fizemos paz com a Jordânia. Nós começamos a fazer a paz com os palestinos. E, de fato, existe uma Autoridade Palestina, e há uma espécie de relação.

Spiegel: Quais são as chances de que você viver para ver negociações bem-sucedidas entre israelenses e palestinos?
Peres: Chances de 100%. Pode demorar um pouco mais do que eu gostaria. Nós temos de ser pacientes, temos que ser constantes e não devemos ouvir os pessimistas. Eles cometem tantos erros quanto os otimistas.

Spiegel: Pode-se também ver o seu otimismo constante como nada mais do que uma folha de parreira para esconder um governo que carece de vontade suficiente para um compromisso.
Peres: Essas acusações são um absurdo. Na minha longa carreira política, participei fazendo coisas inacreditáveis por este país. O que eu fiz são coisas reais – não folhas de parreira, mas uvas, frutos.

Spiegel: Alguns veem o atual mandato de Netanyahu como primeiro-ministro como quatro anos perdidos em termos de reforma e mudanças importantes. Durante o mandato, o clima se tornou mais hostil também em relação aos imigrantes africanos e árabes-israelenses.
Peres: Eu não estou tão certo de que tudo seja tão sombrio. Veja as relações com os árabes em Israel: parece um relacionamento impossível. Mas se você olhar um pouco mais de perto, existem ilhas de paz entre nós. Por exemplo, na saúde. Não há um único hospital em Israel que não tenha enfermeiras, médicos e pacientes árabes e judeus trabalhando juntos sem problemas. É uma paz completa nos hospitais.

Spiegel: Muitos em Israel veem a Primavera Árabe como um "inverno árabe". Você compartilha desse ponto de vista?
Peres: Eu vejo isso como uma "primavera mundial" ao invés de uma primavera árabe. O clima de mudança é global, e não nacional. E você não pode chegar a uma primavera mundial vestido para o inverno.

Spiegel: Em que medida as revoluções no mundo árabe influenciaram o que acontece em Israel?
Peres: Nem tudo o que acontece no Oriente Médio está ligado a Israel. O derramamento de sangue na Síria não está ligado a Israel. O Egito não tem nada a ver com Israel. E o mesmo vale para a Tunísia e o Iêmen. Há alguns fanáticos que tentam introduzir o conflito entre nós e os palestinos como uma desculpa para o seu extremismo, mas fazem parte da minoria. Então, acho que temos de nos desconectar deste período de transição no Oriente Médio.

Spiegel: Você falou sobre um "novo Oriente Médio" durante décadas. O Oriente Médio está tomando a tomar forma que você imaginava?
Peres: Ainda não existe um novo Oriente Médio. Há um divórcio entre o antigo Oriente Médio, mas ainda não existe um novo Oriente Médio. Estamos num período de transição. Mas eles estão construindo governos, o processo começou. A nova geração já conquistou alguma coisa. Antes de mais nada, eles se livraram de seus ditadores. Eles empurraram seus países para as eleições. Eles não sabiam como ganhar eleições, mas introduziram eleições.

Spiegel: Há quatro meses, pouco antes de seu aniversário de 89 anos, você advertiu publicamente os israelenses contra lançar um ataque unilateral sobre o Irã. O que preocupava tanto a ponto de decidir se pronunciar?
Peres: O problema do Irã é um problema global. Israel não deve monopolizá-lo.

Spiegel: Isso significa que você não confia que os atuais líderes do seu país tomem a decisão certa?
Peres: Eu respeito os líderes, mas também respeito as realidades. E prefiro estar do lado de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos. O presidente Barack Obama, em minha opinião, é um líder sério e coerente. Ele é contra os iranianos terem uma bomba porque é um perigo para o mundo.

Spiegel: Você reclamou recentemente sobre perder o sono por estar muito preocupado. Devemos nos preocupar também?
Peres: Claro, eu estou preocupado... Portanto expressei minhas opiniões. Até o presidente russo, Vladimir Putin, disse-me que não pode suportar uma bomba nuclear nas mãos dos iranianos. Então por que ficar sozinho? Eu não entendo isso.

Spiegel: Suas posições sobre este e outros temas são contrárias àquelas do atual governo e do primeiro-ministro Netanyahu. Por que você não é mais crítico de forma aberta?
Peres: Eu prefiro expressar aquilo que defendo, e não o que sou contra.

Spiegel: Muitos israelenses estavam esperando para vê-lo como o chefe da oposição nas próximas eleições. Por que você acabou decidindo não concorrer?
Peres: Eu fui eleito presidente por sete anos. Quero cumprir o compromisso que eu assumi. Não me faltam oportunidades. Não sinto que estou ocioso. Acho que tenho de contar a história do meu país e para onde estamos indo.

Spiegel: Você chegou a considerar concorrer?
Peres: Sinto que posso influenciar tanto com boa vontade, quanto com o poder administrativo. Acho que eu tenho, de certa forma, uma responsabilidade educacional de dizer aos jovens para onde estamos indo. Espero que eu não esteja exagerando, mas espero que as pessoas estejam me ouvindo com atenção.

Der Spiegel: Americanos anunciavam armas como o presente de Natal perfeito para garotos


No rastro do tiroteio na escola em Newtown, Connecticut (EUA), parece grotesco. Mas os fabricantes de armas dos EUA costumavam anunciar seus produtos mortíferos diretamente para os adolescentes, comercializando-os como o presente de Natal perfeito. E, se a esposa resistisse, a Winchester tinha as respostas.

A sala está decorada para as festas de fim de ano, com uma poltrona posicionada convidativamente diante da lareira e uma árvore de Natal reluzente ao seu lado. Os presentes, sobre o tapete embaixo da árvore, já foram desembrulhados --e estão expostos com destaque pela sala. Pistolas, rifles e munição. "Tenha um Natal Browning", diz a legenda sobre a foto.

A imagem fazia parte de um anúncio de jornal publicado décadas atrás para atrair os leitores americanos a comprar armas Browning de presente para seus entes amados. Nos últimos anos ele circulou na internet, e os comentários mostram que muitos americanos ainda se lembram de tê-lo visto. E também há outros, como a imagem do menino sardento de olhos arregalados que acaba de abrir seu presente. Ele segura seu novo rifle e diz: "Puxa, papai... uma Winchester!"

Depois do recente tiroteio em uma escola americana, os anúncios hoje parecem uma piada macabra. Mas, na década de 1950, quando foram publicados, quase não causavam estranheza. De fato, muitos americanos que insistem com veemência no direito de possuir armas foram moldados por esses anúncios quando eram jovens. Eles claramente exibem a despreocupação com que os americanos da época e, em grande medida, de hoje, encaram as armas.

A Markham Air Rifle Company era especialmente hábil para vender suas armas. Já na década de 1880 a empresa introduziu o primeiro rifle a ar comprimido produzido em massa. Ele era extremamente rentável, e não apenas por causa de sua construção simples. A companhia, baseada em Plymouth, Massachusetts, era especialmente hábil no marketing.

Treinamento empresarial?
"O rifle King Air dá a um menino um ar de masculinidade e poder, o torna alerta, autoconfiante, decidido. Ele começa de uma maneira natural o treinamento que anos mais tarde fará dele um líder no mundo dos negócios", diz a publicidade de 1950, que mostra dois meninos brincando com armas.

O rifle de ar comprimido como símbolo de status para jovens: foi a concorrente da Markham, a Plymouth Iron Windmill Company, mais tarde Daisy Company, que aperfeiçoou a estratégia, com um rifle chamado Daisy. O filme "Uma História de Natal" chegou aos cinemas dos EUA em 1983 e rapidamente se tornou um clássico da temporada. Seu sucesso pode ser explicado pelo menos em parte pelo fato de que gerações inteiras de homens podiam se identificar com seu protagonista, Ralphie, que cresceu em Indiana na década de 40. Ralphie não queria nada para o Natal tanto quanto um "Official Red Ryder Carbine-Action Two-Hundred-Shot Range Model Air Rifle" [rifle a ar modelo patrulheiro].

A Daisy Outdoor Products batizou seu cobiçado "Red Ryder BB Gun" com o nome de um famoso herói dos quadrinhos da década de 1940, um caubói chamado Red Ryder [Cavaleiro Vermelho]. O caubói dos quadrinhos aparecia muito na publicidade, e o rifle a ar tinha um modelo semelhante ao dos rifles Winchester dos velhos filmes de faroeste.

Para muitos meninos daquela época, possuir um Daisy Red Ryder era o maior sonho. A arma lhes dava a veneranda combinação de responsabilidade e maturidade. A arma BB continua em produção, e mais de 10 milhões foram vendidas desde que a Daisy começou a fabricá-la em 1938.

"Um tiro no olho"
Muitos meninos que se identificavam com o Ralphie de "Uma História de Natal" compartilharam seu drástico destino. Quando expressavam seu desejo de Natal por um Red Ryder BB Gun, ouviam a advertência: "Você vai dar um tiro no olho!"

O fabricante original de armas Winchester compreendia o sentimento generalizado de temor partilhado pelas mães e o abordou em sua própria campanha de publicidade dirigida aos pais. O anúncio começa com: "Suponha que você queira dar uma Winchester 22 para seu filho de 12 anos. Mas sua mulher diz: 'É muito perigoso agora. Espere até ele ficar mais velho'. O que você diz a ela?"

Então o anúncio responde à pergunta que coloca:

"Primeiro, diga-lhe exatamente por que você acha que um menino deve aprender a lidar com armas desde cedo. Diga que ele poderá não ter uma oportunidade depois. E muitos meninos crescem pensando que as armas são brinquedos. Diga a ela que um menino que deseja atirar e caçar é perfeitamente normal. Algo que nasceu com ele. Faz parte de sua tradição americana... diga a ela como se sente um menino na floresta com uma 22. Perseguindo seu primeiro coelho. Espreitando uma raposa. Sentado imóvel embaixo de uma árvore de esquilos. Diga a ela que os programas de conservação do Estado até incentivam a caça para ajudar a manter o equilíbrio da natureza. E a Associação Nacional do Rifle conduz um programa de tiro para ensinar aos jovens a segurança e a esportividade das armas e como lidar com elas. Finalmente, diga-lhe que quando um velho caçador como você tem um filho que quer caçar é sua obrigação ensinar a ele tudo o que sabe sobre armas, a caça e a natureza. E compre-lhe uma Winchester. E leve-o para caçar. Por que uma Winchester? Porque na Winchester nós ainda acreditamos que as 22 são armas de verdade."

A transição de brincar de caubói a disparar armas de verdade era fluida, especialmente para as pessoas que cresceram nos anos 50 e 60 e foram recrutadas para lutar na Guerra do Vietnã. Mas os que foram para a guerra tinham muito a aprender. "O Vietnã não é um lugar para o atirador tradicional americano, que se orgulha de ter uma mira precisa em longo alcance e de sua mão firme", escreveu a revista "Time" em um artigo em 1967 sobre o novo programa de treinamento chamado "Quick Kill" [Morte Rápida].

"A Morte Rápida é para o tiro que você precisa dar quando não tem tempo para fazer a mira precisa", diz o coronel William Koob, 47, diretor de armas em Fort Benning, segundo o artigo. "Quando é matar ou morrer", acrescentou.

O artigo compara a técnica com os métodos que os jovens instintivamente usam quando brincam de caubóis e índios. O programa de treinamento usava, de todas as coisas, armas Daisy BB, o rifle a ar comprimido que tantos pequenos caubóis almejavam.

Der Spiegel: Mulheres, artistas e intelectuais são intimidados por ultraconservadores na Tunísia


Quase dois anos depois que a Primavera Árabe teve seu início na Tunísia, os salafistas estão intimidando mulheres, artistas e intelectuais. Muitos temem que o governo esteja tacitamente apoiando os islâmicos radicais em seus esforços para fazer da jovem democracia uma teocracia.

Era uma sexta-feira em fevereiro de 2011 quando a Revolução Jasmim atingiu as prostitutas em Impasse Sidi Abdallah Guech, uma rua sem saída escondida no canto mais escuro da Medina em Túnis, a capital da Tunísia. As mulheres encostadas nas paredes são registradas no governo e pagam impostos. O distrito da luz vermelha nesta pequena rua é muito próximo uma grande mesquita no coração de um país islâmico.

Neste dia, pouco depois da queda do antigo regime na Tunísia, várias centenas de cidadãos revoltados reuniram-se perto da rua das prostitutas. Alguns usavam barba e outros vestiam jeans, mas todos exigiam pureza moral. Logo, começaram a avançar para as mulheres, com bastões e tochas nas mãos.

Esse tipo de atitude não surpreende, pois os imames dos canais a cabo do Qatar e da Arábia Saudita rotineiramente fazem discursos irados contra esse antro de vícios. Os árabes do Golfo Pérsico não precisam das mulheres de Abdallah Guech quando vêm passar o verão na Tunísia, já que em geral trazem suas próprias acompanhantes. Guech e centenas de outras casas do tipo, chamadas maisons closes na Tunísia, são para as pessoas comuns e sempre foram toleradas, tendo sido legalizadas em 1942. Os homens vêm e vão, deixando para trás meia dúzia de dinares.  

Naquela sexta-feira, os militares intervieram e a polícia deu tiros de advertência para o alto para impedir que os moralistas muçulmanos atacassem as mulheres. Uma milícia de caftens, porteiros e trabalhadores fizeram uma barricada na entrada da rua. Depois do incidente, a placa do estabelecimento "Impasse Sidi Abdallah Guech" foi removida por questões de segurança. Um portão foi instalado, e as mulheres colocaram um aviso dizendo "fechado às sextas e durante o Ramadã", em um esforço para acomodar os islâmicos.
As maisons closes em outras cidades da Tunísia não tiveram tanta sorte. Em locais como Sousse, Médenine, Sfax e Kairouan, os bordeis foram incendiados, e as mulheres, perseguidas e espancadas.

Os ataques em fevereiro de 2011 marcaram o início de um desdobramento que se tornou uma revolução cultural e um modelo para países pós-revolucionários no Norte da África: a ofensiva, tolerada pelo governo, de fundamentalistas salafistas contra aspectos da sociedade secular moderna, mesmo que não passem das fracas atividades de prostituição em uma pequena rua de Túnis.

Em abril de 2011, o cineasta Nouri Bouzid foi espancado com uma barra de ferro depois que falou em favor de uma constituição secular.

Poucas semanas depois, em junho, uma gangue de salafistas invadiu um cinema de arte em Túnis, o AfricArt, jogou gás lacrimogêneo e ameaçou seus gerentes. O cinema pretendia mostrar o que os salafistas viam como um filme herético sobre a religião na Tunísia. A polícia só interveio depois de muita pressão. Desde então, o AfricArt está fechado.

Em outubro de 2011, algumas centenas de islamistas tentaram incendiar a casa do proprietário da rede de televisão privada Nessma. O canal tinha transmitido a animação "Persepolis", da exilada iraniana Marjane Satrapi, no qual Alá é brevemente retratado. Em junho de 2012, a polícia de moralidade atacou a mostra "Primavera das artes" no palácio El Ebdellia, destruindo uma dúzia de pinturas.  

Medo e intimidação   
Hoje, mal se vê a cicatriz na cabeça careca de Nouri Bouzid, 67. "Por sorte, eu estava de chapéu", diz o diretor.  "Só o que sobrou da nossa revolução é que não há mais tesouras", acrescenta, referindo-se à censura do governo. "Mas há uma censura feita pelas brigadas salafistas e pelas chamadas Ligas pela Proteção da Revolução".

Bouzid parece mais alarmado do que amargurado. "Centenas de eventos" já foram obstruídos, diz ele. Festivais de verão e shows de rock foram interrompidos, e atores foram ameaçados. Tudo isso está acontecendo, explica Bouzid, com o consentimento tácito do partido islâmico governante, o Ennahda. "Eles estão fazendo um jogo duplo", diz Bouzid. "Eles usam os radicais para testarem até onde podem ir. Nem um único artista está envolvido no Ennahda".

Localizada no extremo norte da África, a Tunísia fica muito perto da Europa e tem uma tradição de tolerância que artistas como Bouzid hoje acham que está ameaçada. "Eles querem destruir essa identidade, usando todo o dinheiro que recebem do Golfo", diz Bouzid. "Mas, diferente do passado, não temos mais medo da polícia. Podemos expressar nossas opiniões, estamos dispostos a tomar riscos e não queremos aceitar tudo parados. Isso pode ser inspirador".

Túnis ainda é uma cidade onde as mulheres não precisam ser corajosas para mostrar seu cabelo. Em contraste com o Cairo, por exemplo, mulheres com véus são uma minoria em Túnis. Em muitos bairros, Túnis parece irmã gêmea de Marseille, uma metrópole agradável e arejada, na costa mediterrânea da França, onde a maior parte das pessoas se recusa a receber ordens do que vestir em público ou na praia no verão.

Dada a fama de Túnis, é ainda mais chocante ouvir uma jovem jornalista falar sobre como ficou aterrorizada ao encontrar uma fotografia sua na página de Facebook de um grupo salafista. O endereço dela também estava listado. Em cima, havia uma caveira e a palavra "traidora". Isso não é incomum, diz ela. "Você tem de esperar que 30 salafistas vão estar na sua porta na manhã seguinte, gritando que o diabo mora ali".
É a revolta salafista online. Seria uma continuação da revolução do Facebook, usando as mesmas ferramentas, mas com um propósito diferente: intimidar advogados, artistas, palestrantes e cineastas –e,  é claro, mulheres.    

Controle das mesquitas    
A ofensiva do grupo ultraconservador teve mais sucesso nas mesquitas. "É uma invasão. Eles controlam a maior parte das mesquitas de Túnis. Eles demonizam os velhos imames e acusam-nos de serem cúmplices do antigo regime", diz Sheikh Ahmed Touati, até recentemente imame da grande Mesquita Zitouna, e atual presidente de um grupo chamado "Partido dos Conservadores".

Touati, 32, é uma figura grande e imponente. Ele está sentado de pernas abertas e calças baggy na frente do Sekajine souk, bebendo chá. A maior parte dos transeuntes o cumprimenta, mas nem todos, especialmente aqueles que usam as vestes até o tornozelo dos islâmicos radicais. "Na opinião deles, sou até um kafir, um infiel", diz ele. "Eles não têm permissão para cumprimentar um infiel".

Ele descreve o dia em que os islâmicos apareceram pela primeira vez na grande mesquita, uma semana depois da derrubada do ex-ditador Zine El Abidine Ben Ali. Eles exigiram que a posição de prece fosse alterada e que o Alcorão não fosse recitado em voz alta pela congregação. Em um ano, o principal imame tinha sido expulso. "Por quê? Eles tinham dinheiro e antenas satélite", disse Touati. "Sua mensagem agrada aos praticantes, especialmente os jovens. Os outros mantêm distância. Nosso erro foi que esperamos tempo demais".

Touati levou um tapa quando removeu um tratado islâmico da parede de sua mesquita. Ele também recebeu ameaças, com islâmicos dizendo coisas como: "Saia daqui e não volte mais –ou alguém cortará sua garganta".  

Acusações de duplicidade do governo    
Muitos dos islâmicos também estão envolvidos em atividades militantes. As Ligas pela Proteção da Revolução coletam doações e recrutam jovens para combaterem na guerra civil da Síria.

O Partido Ennahda, que está no governo, ainda não se distanciou dos radicais. O fundador do Ennahda, Rachid Ghannouchi até estimulou "nossos jovens salafistas" a pacientemente embarcarem em uma longa marcha. "Por que a pressa?" disse ele em um vídeo de um encontro com salafistas. "Os islâmicos precisam encher o país com suas organizações, estabelecer escolas do Alcorão em toda parte e convidar imames reiligiosos". O vídeo foi gravado em segredo e divulgado na Internet, mas Channouchi alega que suas palavras foram tiradas de contexto.

A oposição acusa o Ennahda de duplicidade, dizendo que, enquanto publicamente apresenta o discurso da tolerância, também usa os jovens radicais para intimidar as vozes independentes, aparentemente em um esforço conjunto.

O Ennahda reage a essa acusação e alega que está sendo mal compreendido. "Apoiamos a tolerância e a liberdade de expressão nas artes. Afinal, Ennahda significa renascimento, certo?", diz Ajmi Lourimi, membro da liderança do partido responsável por assuntos educacionais e culturais.

Lourini usa um boné para trás. Ele aponta para a tela de seu computador, onde há uma entrevista do YouTube com o filósofo judeu Emmanuel Levinas: "Você vê? Também sou filósofo", diz Lourimi. "Um filósofo islâmico".    

O propósito da cultura é educar as pessoas, diz Lourimi. E, é claro, ele acrescenta, ele é contra ataques a galerias de arte. Quando perguntado sobre manifestações contra a transmissão do filme "Persepolis", ele diz: "Ninguém é contra esse filme. É só que tem algumas cenas que magoam os sentimentos de muitas pessoas quando apresentadas publicamente. A maior parte dos diretores percebe então que os cortes são necessários".


Quando perguntado sobre seu filme predileto, ele menciona um filme de suspense com Alain Delon e Jean Gabin. "Meu pintor favorito? Ah, sou velho demais para ir para exibições de arte". Ele tem 50 e poucos anos.

O jornal do partido "al-Fajr" divulgou um artigo sobre o curta-metragem "Bousculades" chamado "Os últimos relances de gênio do cinema da Tunísia". O filme conta a história de como as prostitutas em um bordel participaram na guerra de libertação do país do domínio da França.

Sawssen Saya,26,  diretora do filme, vê o artigo como uma provocação. "O jornal do partido governante denuncia um filme sem tê-lo visto", diz ela. "Por quê? Para que haja boicotes do tipo: defendam-se".

Ao mesmo tempo, "Bousculades" recebeu verbas do governo e desde então coletou prêmios em um festival de cinema. Este pode ser um sinal da liberalização – ou do que restou da liberdade para a arte.


Taurus é a 4º distribuidora de armas nos EUA


Empresa gaúcha avança no mercado americano e busca expandir vendas globais, principalmente para centro-americanos e africanos

Acima o fuzil ART 556 da Taurus
O Brasil tem um papel cada vez mais importante no mercado armamentista dos EUA: a marca gaúcha Foijas Taurus tornou-se a quarta maior distribuidora de armas no país da National Rifle Association, ao lado de gigantes como Smith&Wes son. Um em cada cinco revólveres comprados por americanos em 2012 veio da fabricante brasileira, que hoje vende mais nos EUA do que no próprio Brasil.

Essa rápida expansão no território americano é parte de uma estratégia maior da holding Taurus, que nos últimos anos vem adotando uma estratégia mais agressiva para ampliar exportações. Segundo a diretora de relações com investidores, Doris Wilhelm, no topo da lista de destinos cobiçados pela empresa está África e América Central  segundo a ONU, as duas regiões do mundo com maior número de mortes por arma de fogo .

A lei militar brasileira impede que a indústria bélica nacional revele o número de armas exportadas, tampouco os destinos exatos das vendas. Divulgam-se apenas blocos geográficos" para onde vâo esses produtos. Em 2012, 55% das armas da Taurus foram vendidas ao "bloco norte-americano" (EUA, Canadá e México). A empresa tinha uma receita líquida de US$ 409 milhões em 2009. Este ano, impulsionada pelas exportações, ela deve fechar nos US$ 700 milhões.

Doris afirma que os EUA são o maior mercado da Taurus e o único em que a esmagadora maioria das vendas é para pessoas, e não forças estatais de segurança pública e militar. "Estamos falando de um mercado de consumo: civis americanos comprando ar: mas como hobby, esporte, caça e defesa pessoal. A cultura americana é "outro bicho". A Segunda Emenda (da Constituição) garante o direito de portar armas e defender sua propriedade.

A empresa brasileira tem uma fábrica no norte de Miami desde 1983. No ano passado, comprou por US$ 10 milhões a Heritage Manufacturing, especializada em réplicas de armas do velho oeste, usadas em uma modalidade conhecida como "plinking" tiro ao alvo com latinhas em locais abertos, ao clássico estilo cowboy do deserto.

O New York Times afirmou na terça-feira que a Taurus seria uma possível compradora da fabricante do fuzil AR-15 Bushmaster, usado no massacre de Newtown. A companhia brasileira diz que a informação é "meramente especulativa".

Nos dois dias úteis após a tragédia, as ações da Taurus caíram cerca de 10%. Segundo analistas, o mercado "teme" a aprovação de restrições a esse comércio.

Mas, como as demais empresas do setor de armamento nos EUA, a Taurus acabou beneficiada pela débâcle econômica de 2008 e pela polarização política no governo Barack Obama. O motivo é psicológico: em meio à sensação de insegurança, americanos tradicionalmente compram mais armas. O pânico após o furacão Katrina fez com que 2005 fosse o ano mais lucrativo às empresas do setor.

Tup 4„ Segundo Matthias No-wak, pesquisador do centro Small Ar ms Survey (SAS), com sede na Suíça, o Brasil é desde 2001 o quarto maior exportador das chamadas "armas pequenas", categoria que abrange revólveres, pistolas, submetralhadoras, fuzis de assalto, entre outros. O País é colocado atrás apenas de EUA, Itália e Alemanha e à frente da Rússia, maior herdeira da indústria bélica soviética.

Para analistas, são essas as "Verdadeiras armas de destruição em massa" - as que mais provocaram mortes no mundo. Segundo o centro suíço, os últimos dados disponíveis são de -2009 e indicam que o Brasil exportou US$ 382 milhões dessas armas. Mas Nowak acredita que a cifra real seja muito maior e critica a falta de informações públicas.

Bruno Langeani, do Instituto Sou da Paz, também reclama da falta de transparência e afirma que "não há mais sentido" em vetar a divulgação dessas exportações, pois vários compradores revelam os números.

"Ao investir no fortalecimento da indústria bélica nacional, o governo Dilma Rousseff torna ainda maior a necessidade de transparência", defende.

No ranking do SAS que avalia o acesso à informação sobre essas exportações em cada país, o Brasil tem hoje nota 7,5 em uma escala crescente de o a 25. Em 2009, era de 8,5; em 2006, era 9.

Empresa busca expansão na África e América Central
Com uma nova estratégia para diversificar exportações, a Taurus está de olho em mercados de regimes africanos em transição política e países da América Centrai em luta contra 0 narcotráfico. Essas regiões têm o maior índice de homicídios por armas de fogo do mundo, segundo o escritório da ONU para controle de drogas e crime (UNODC). ONGs como a brasileira Sou da Paz temem que parte das armas acabe nas "mãos erradas".

A Taurus diz fornecer armas para governos, de acordo com as normas do Exército e submetida ao direcionamento político do Itamaraty. "Se a arma vai parar em outro destino, nós não temos o menor controle sobre isso, Cabe ao Itamaraty julgar que o governo não é confiável", diz Doris Wilhelm, da Taurus.

Entrevista com Sergey Lavrov

Em entrevista exclusiva à RT, o chanceler da Federação Russa, Sergey Viktorovich Lavrov, aborda vários temas comuns hoje na arena politica internacional: os resultados do Acta Magnitski, o atual estado da resolução do conflito sírio e as mudanças que necessitam o CS da ONU.

domingo, 23 de dezembro de 2012

A arma secreta do Japão

Um dos segredos mais bem guardados da Segunda Guerra Mundial foi o plano japonês de bombardear o Canal do Panamá com uma arma secreta inovadora e diferente de todas as outras.

Treinamento Extremo: Escola dos Rangers

Documentário: Os mísseis nucleares da Guerra Fria

O "Informante" nas redes sociais


Eu optei por hora utilizar esse novo layout para o blog, um layout moderno, leve, dinâmico... Mas infelizmente eu não posso usar “widget” para compartilhar os links do blog nas redes sociais. Por esse motivo eu abrir esse post para disponibilizar os links do blog nas redes sociais para vocês. Adicione-nos nas redes sociais e saiba em primeira mão as novidades do blog.

Obs.: As vezes eu posto algumas notícias somente no FACEBOOK. Também costumo adicionar referências as notícias postadas no FACEBOOK para enriquecer ainda mais as notícias. 

O Informante no Facebook

O Informante no Twitter

O Informante também está presente no YOUTUBE

O Informante também se faz presente no Google+

TV Estrela "invade" a base aérea Engels de bombardeiros estratégicos

PAK-FA T-50: Testes estatais de voo do caça russo de 5ª geração começarão em março de 2013

4º protótipo do T-50 alça voo pela primeira vez em 12/12/12

O caça russo de 5ª geração, o T-50, começará os testes estatais de voo em março de 2013, afirmou ontem (23) o comandante da Força Aérea Russa, o general Viktor Bondarev.

Atualmente três protótipos do T-50 estão realizando voos de teste no aeródromo de Zhukovsky, perto de Moscou, o quarto protótipo é submetido a ensaios de teste de fábrica e quinto protótipo está em processo de aprovação de fábrica, disse o comandante.

Todos os protótipos do T-50 voarão em março do ano que vem para a cidade russa de Akhtubinsk, região de Astrakhan, lugar esse que será levado a cabo os testes estatais, disse o comandante.

Até o final de 2013, serão 8 protótipos do T-50 construídos e envolvidos nos testes estatais em Akhtubinsk.

"Nós completaremos os testes dentro de 2-2,5 anos e entre 2015 ou inicio de 2016 é esperada a produção em série desses caças e vamos começar a recebê-los e repassá-los para nossas unidades de combate", disse o comandante.

Na semana passada, a fabricante do T-50 anunciou que tinha conduzido o primeiro voo do quarto protótipo do T-50 (T-50-4), voo esse que durou 40 minutos nos céus de Komsomolsk-on-Amur, Sibéria.

O T-50 é um caça de superioridade aérea, com peso de decolagem de mais de 30 toneladas e de dimensões medianas, semelhantes as medidas do caça Su-27.  Seu desenho desfruta da tecnologia de baixa detecção (stealth).

Comparado aos caças de geração anterior, o T-50 tem muitas características únicas e conjuga funções de ataque e de caça, ou seja, é um caça multi-função. Ele está equipado com uma aviônica moderna, o que reduz o trabalho do piloto, sendo assim, o piloto pode se concentrar no comprimento das tarefas táticas.

O T-50 pode alçar voo e aterrizar em pistas de 300-400 metros. Será capaz de voar a uma distância de 5.500 km, pode ser reabastecido em voo e pode desenvolver uma velocidade de 2,500 km/h (Mach 2+). O T-50 poderá portar até oito mísseis R-77 ou duas bombas guiadas de 1.500 quilos, assim como dois mísseis de longo alcance Novator K-100, que é capaz de abater aeronaves de alerta antecipado e controle de voo (AWACS) a uma distância de 400 km.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Documentário: Falklands' Most Daring Raid (em inglês)

Em 30 de abril de 1982, a RAF lançou uma missão secreta: levar um bombardeiro Avro Vulcan às Ilhas Malvinas e bombardear o aeroporto de Port Stanley, colocando assim os caças argentinos fora de ação. No entanto, a RAF só conseguiria isso com um plano: Um bombardeiro Avro Vulcan teria que voar da Inglaterra para o sul das Malvinas em uma viagem de 12,8 mil km e ser reabastecido em vôo por um Handley Page Victor. Essa viagem levaria 14 horas e seria a missão de bombardeiro de longo alcance mais longa da história. Do início ao fim, a missão aparentemente impossível era uma comédia de erros, realizada em conjunto pela determinação e ingenuidade. Prestes a serem aposentados, apenas 3 bombardeiros nucleares Avro Vulcan obsoletos poderiam ser equipados para a guerra. Um iria cumprir a missão e os outros 2 deveriam ser mantidos na reserva. Peças cruciais para o avião tiveram que ser recolhidas de museus ou de depósitos de sucatas. Um componente vital para o Avro Vulcan, o qual estava sendo usado como cinzeiro em um refeitório para oficias, teve que ser usado na preparação do bombardeiro. Em apenas 3 semanas a tripulação do Avro Vulcan teve que aprender a realizar missões de reabastecimento em voo, missões que não era realizadas a mais de 20 anos, e missões de bombardeiro convencional que não faziam a 10 anos. A RAF vasculhou o país atrás de bombas de ferro da Segunda Guerra Mundial. Cálculos complexos de reabastecimento em vôo foram feitos na noite que antecedeu a missão com uma calculadora medíocre de £5. Era hora do Avro Vulcan cumprir sua missão. O bombardeiro foi à guerra cheio de falhas mecânicas, com combustível escasso, sistema de navegação duvidoso e detalhe: passando por várias tempestades elétricas. Das 21 bombas que o Avro Vulcan despejou em Port Stanley, apenas uma encontrou o seu objetivo. No entanto, essa bomba foi suficiente para mudar o resultado da guerra. Se você dominar o idioma inglês, poderá saber esses e outros segredos no documentário acima.

Reportagem sobre os Igla-S (SA-24) da Venezuela

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Atiradores: Como começam a serem forjados os dedos mais letais do Exército Russo

Na região russa de Kuban, o Exército Russo realizou tratou de realizar o treinamento de seus atiradores. Os recrutas são instruídos por instrutores profissionais. Os instrutores transmitem a experiência de combate acumulado ao longo dos anos para os recrutas. O treinamento dura vários meses. A aula de ocultação levou várias horas, afinal os russos primam por essa arte há décadas. Diminuir a silhueta do rosto e do corpo com os trajes ghillie suit é indispensável. Agora o sniper mais se parece com um vegetal. Os instrutores agora instrui o que deve ser melhorado. A tarefa se hoje foi: Se camuflar com materiais naturais. A região de Krasnodar abre um vasto leque de possibilidades para os snipers se ocultarem. Tufos de capim seco na ghillie suit nessa região é o melhor jeito para se camuflar.

Mi-28 "Havoc" despeja uma chuva de foguetes em objetivos

Suomen Kansainvälinen Valmiusjoukko/Finnish Rapid Deployment Force

Guard Jaeger Regiment/Kaartin Jääkärirykmentti (Exército Finlandês)

VKS "Vychlop" (Exhaust): Novo rifle de precisão russo dispara projeteis anti-blindagem sem ruídos, nem chamas

Um rifle sniper silencioso e uma e uma submetralhadora que perfuram chapas de aço. Veja no vídeo acima os testes dessas magnificas armas criadas pelos armeiros da Tulsky Oruzheiny Zavod a pedido das Forças Especiais do FSB (agência de inteligência russa para assuntos internos). O rifle que aparece no vídeo é o VKS "Vychlop" (Exhaust), já a submetralhadora é a PP-2000.

Índia equipará seus caças Su-30MKI com mísseis BrahMos


A empresa russo-indiana BrahMos Aerospace  instalará seus mísseis de cruzeiro a bordo dos caças russos Su-30MKI em serviço na Força Aérea Indiana mediante a um contrato assinado nesta sexta-feira com a estatal russo Rosoboronexport, assim informa uma fonte do Ministério da Defesa Indiano.

“A BrahMos assinou com a Rosoboronexport um contrato para modernizar os Su-30MKI e instalar neles os seus mísseis”, disse a fonte.

Os mísseis de cruzeiro supersônicos BrahMos pesam 2.550 kg, mede 8.3 metros e tem 67 cm de diâmetro. São de dois estágios, usam combustível sólido, tem um alcance de até 290 km e podem portar uma cabeça de guerra de 300 kg.

Sua fabricante, a BrahMos Aerospace, foi criada em 1998 pela empresa russa NPO Mashinostroyenie e a Organização indiana de Pesquisas e Desenvolvimento de Defesa (DRDO). A companhia produz mísseis de uso naval, terrestres e aéreos.

A Índia importou os primeiros caças multifuncionais Su-30MKI em 1996. Até 2020, a Índia planeja comprar 130 caças desse modelo. Se realmente a Índia comprar esses 130 caças, somando os mesmos com os 140 atuais, ascenderá ao número de 270 Su-30MKI.

Rússia seduzir a Índia a comprar o BMP-3


A Rússia esta tentando persuadir o Ministério da Defesa da Índia a desistir do seu projeto Futuristic Infantry Combat Vehicle (FICV) em favor do seu veículo de combate de infantaria BMP-3, assim informa uma fonte do Ministério da Defesa da Índia.

A Rússia ofereceu à Índia a tecnologia do BMP-3, caso a Índia cancele o FICV, projeto esse que ainda levará anos para se materializar e consumirá US$ 10 bilhões.

O presidente da russo, Vladimir Putin, muito provavelmente tratará dessa questão em sua visita de 24 de dezembro à Índia.

Um oficial do Exército Indiano afirmou que a aquisição do BMP-3 russo com tecnologia faria mais sentido, uma vez que o FICV provavelmente levará 10 anos para se materializar. Nunca é demais lembrará que a Índia é operadora do BMP-1 e BMP-2.

No âmbito do projeto FICV, a Índia gastará US$ 10 bilhões para produzir 2.600 veículos para substituir os BMPs mais velhos.

O FICV foi concebido às bases do projeto indiano “Make India”, que estimula a produção técnico-industrial no país. Empresas do setor automotivo indianas competem entre si. A empresa vencedora irá desenvolver o protótipo do FICV, enquanto 80% dos fundos do governo indiano irão para os custos de desenvolvimento.

As empresas indianas fizeram parcerias com empresas estrangeiras para tentarem ganhar o contrato bilionário. A empresa indiana Mahindra Defence Systems, por exemplo, se aliou com a britânica BAE Systems, a Tata Motors fez uma parceria com a alemã Rheinmetall e a Larsen & Toubro fez parcerias menos significativas.

Primeiro submarino vietnamita do Project 06361 “Varshavyanka” já realiza testes de mar

A imagem acima é meramente ilustrativa e não trata do submarino Hà Nội

O Estaleiros do Almirantado (Admiralteyskie Verfi) começou no inicio de dezembro os testes de mar do submarino convencional Hà Nội, o primeiro de uma série de 6 submarinos russos da classe Project 06361 “Varshavyanka”, uma versão avançada da classe Kilo.

No momento os testes estão sendo realizados em Kaliningrado.

Como já foi mencionado, a classe Project 06361 “Varshavyanka” é versão avançada da classe Kilo, sobretudo no que tange a eletrônica embarcada. Os equipamentos de bordo da classe Project 06361 “Varshavyanka” foram testados com sucesso no submarino B-585 Saint Petersburg, o primeiro submarino da classe Lada (Project 677).

O submarino Hà Nội teve sua construção iniciada em agosto de 2010.

O Vietnã como também já foi mencionado comprou 6 submarinos da classe Project 06361 “Varshavyanka” em 2009. O Admiralteyskie Verfi construirá todos os 6 submarinos por cerca de US$ 1.8.

Em junho de 2011 foi anunciado que o Vietnã iria receber o primeiro submarino dessa classe em 2014 e o último em 2018.

Um dado importante sobre o Admiralteyskie Verfi:
O Admiralteyskie Verfi construiu nos últimos 5 anos 17 submarinos para Marinha Russa e clientes estrangeiros, isso é, se eu não me engano, um marco em tempos de paz.

Omã compra 12 Typhoons e 8 treinadores avançados da Grã-Bretanha

Acima um Typhoon da RAF

A empresa bélica britânica BAE Systems acordou com as autoridades de Omã o fornecimento de 12 caças multifuncionais Eurofighter Typhoon e 8 jatos de instrução avançada Hawk Advanced Jet Trainer por US$ 4 bilhões, informou a empresa em comunicado.

“A assinatura do contrato é uma enorme honra e uma notícia excelente para a BAE Systems, que desde muito tempo opera em Omã e para o consórcio Eurofighter”, declarou um dos diretores da empresa, Guy Griffith.

A BAE Systems começará a fornecer os aviões ao país árabe a partir de 2017 e também será encarregada da manutenção dos mesmos.

Omã assim se tornará o 7º operador do Eurofighter Typhoon e o 2º do Oriente Médio, depois da Arábia Saudita.

Eu particularmente achei caríssima essa aquisição. O sultão Qaboos bin Said al Said mostra a exemplo de outros líderes árabes que não tem apreço pelo seu povo e da uma clara demonstração que é incapaz de governar um país.

Ministério da Defesa da Rússia nega que abandonou os planos de construir dois porta-helicópteros franceses sob licença


Acima o porta-helicópteros Mistral (L9013)
A Rússia não retrocedeu no projeto de construção de dois porta-helicópteros de origem francesa da classe Mistral sob licença em solo russo, disse nesta sexta-feira uma fonte de Ministério da Defesa Rússia ao desmentir a informação do jornal econômico russo “Vedomosti”, que dizia justamente o contrário.

“O Ministério da Defesa  não está abandonando os planos de construir dois navios da classe Mistral na Rússia, mas está adiando o início dos trabalhos de construção para 2013-2016”, disse a fonte.

A razão do adiamento está no fato da Marinha Russa avaliar o desempenho dos navios tipos de performance e status.

“Primeiramente, é essencial entender o que é necessário para garantir o seu funcionamento eficaz e assistência técnica”, disse a fonte.

Também pode ser necessário modificar o projeto do navio, introduzir novos elementos e mecanismos que levem em conta as necessidades russas e condições de base, disse a fonte.

A United Shipbuilding Corporation também tratou de negar a informação do jornal Vedomosti, dizendo que o contrato sobre o Mistral com a parte francesa esta em vigor.

“Nós não fomos informados de tal decisão pelo Ministério da Defesa da Rússia. Atualmente, o contrato continua em vigor, como antes”, disse um porta-voz da United Shipbuilding Corporation.

O porta-voz também disse que a construção dos dois primeiros navios continua conforme o cronograma.

O primeiro navio da classe Mistral para a Rússia, o Vladivostok, deverá ser entregue à Rússia em 2014 e o segundo navio, ainda sem nome, deverá ser entregue em 2015.

O porta-helicópteros Mistral desloca 21 toneladas, mede 210 metros de comprimento e pode se deslocar a uma velocidade de 18 nós. Sua autonomia de até 10,800 km.

O navio pode operar até seis helicópteros, seis lanchas de desembarque e dois hovercraft, sem contar que pode abrigar um batalhão de tanques de combate Leclerc ou outros 70 viaturas blindadas.

Sua tripulação costa de 160 homens e pode transportar outros 450 homens.

O que motiva os atiradores


Homens-bomba que cometem atentados terroristas têm comportamento em comum com autores de massacres

Por Adam Lankford, The New York Times

O que Aimal Kansi, Ali Abu Kamal, Hesham Mohamed Hadayet e Nidal Malik Hasan têm em comum com Eric Harris, Dylan Klebold, Seung-Hui Cho e Adam Lanza? Os primeiros quatro declararam estar combatendo a diabólica opressão do governo americano sobre os muçulmanos: foram eles os autores, respectivamente, dos atentados contra a sede da CIA, o Empire State Building, o Aeroporto Internacional de Los Angeles e a base do exército em Fort Hood, no Texas. Os últimos quatro aparentemente agiram por motivos pessoais; eles escolheram como alvos uma escola de segundo grau, uma universidade e uma escola primária.

Durante anos, o senso comum dizia que os terroristas suicidas são pessoas racionais que agem por motivos políticos, enquanto os autores de matanças indiscriminadas e suicidas são pessoas solitárias que sofrem de alguma perturbação mental. Mas os dois grupos têm muito mais em comum do que se costuma imaginar.

Nos últimos três anos, analisei entrevistas, estudos de casos, cartas deixadas por suicidas, vídeos de pessoas que se preparavam para o martírio e declarações de testemunhas e constatei que os terroristas suicidas são suicidas no sentido clínico - o que contradiz o que muitos psicólogos e cientistas políticos vêm afirmando.

Embora os terroristas suicidas possam ter as mesmas convicções das organizações de que constituem a principal propaganda, são fundamentalmente motivados pelo desejo de matar e de ser mortos - assim como a maior parte dos autores de chacinas.

Na realidade, deveríamos considerar muitos desses assassinos como terroristas suicidas desprovidos de uma ideologia. Em alguns casos, eles afirmam estar lutando por uma causa - o neonazismo, a limpeza da raça, a supremacia masculina ou uma revolução contra o governo estabelecido - mas, como acontece com os terroristas suicidas, suas ações em geral têm uma causa muito mais profunda e mais pessoal.

Motivos. Aparentemente, há três fatores que distinguem estes matadores. O primeiro é que em geral eles sofrem de problemas mentais que geram o seu desejo de morrer. Os diagnósticos psiquiátricos específicos variam consideravelmente, e vão desde a depressão clínica e doenças causadas por stress pós-traumático à esquizofrenia e a outras formas de psicose.

Em 2010, a taxa de suicidas foi de 12,4 em cada 100 mil pessoas nos Estados Unidos (a mais elevada em 15 anos). O suicídio é relativamente raro, mas é ainda mais raro na maioria dos países muçulmanos. Portanto, os terroristas suicidas e os autores de chacinas pertencem a um grupo limitado.

O segundo fator é uma profunda sensação de vitimização dessas pessoas e da convicção de que sua vida foi arruinada por alguém, às quais atribuem o bullying, a opressão ou a perseguição. Não surpreende que a presença de uma doença mental possa intensificar estas convicções, levando-as a perceber de maneira irracional e exagerada a própria vitimização.

Não faz muita diferença se a entidade da qual se consideram vítima é um governo inimigo (no caso dos terroristas suicidas) ou o chefe, ou os colegas de trabalho, de escola ou membros da família (no caso dos autores de matanças indiscriminadas).

O problema é que o indivíduo que sofre dessas perturbações acha que está sendo profundamente humilhado e que a vingança violenta se justifica plenamente. Em muitos casos, o alvo da vingança torna-se maior e mais simbólico do que uma só pessoa, de modo ele passa a considerar todo um grupo ou categoria de pessoas como responsável pela sua dor e sofrimento. Então, a urgência de cometer suicídio torna-se um desejo de assassinato e suicídio.

O terceiro fator é o desejo de alcançar fama e glória por meio da matança. Mais de 70% dos assassinos-suicidas são cônjuges ou parceiros, e esses crimes em geral ocorrem em casa.

Os que cometem assassinato e suicídio em público são muito mais desinibidos e raros. Em sua maioria, os terroristas suicidas acreditam que serão honrados e celebrados como "mártires" depois da morte e, evidentemente, as organizações terroristas gravam vídeos do martírio para inspirar outros desesperados a se apresentarem como voluntários para também se imolarem.

Se Eric Harris, Dylan Klebold, Seung-Hui Cho e Adam Lanza tivessem nascido em Gaza e recebido a formação da odiosa propaganda das organizações terroristas, teriam amarrado bombas na cintura e se imolado? Temo que sim.

*Adam Lankford, professor-assistente da Universidade de Alabama, autor de "O mito do martírio"

O Informante comenta a notícia: As facções islâmicas palestinas não precisam fazer propaganda para atrair mujahedeens ou fedayeens. Os palestinos que pegam em armas, assim o fazem pela repressão de um regime racista. Eu nunca vi líder religioso palestinos pregar que os judeus são inimigos do povo muçulmano, mas já vi líderes religiosos judeus falaram que os muçulmanos são inimigos dos judeus. Aliás, os judeus sionistas de Israel dizem que os muçulmanos são “gentis”. Qualquer pessoa que estude as religiões monoteístas sabe que a palavra gentil é algo muito pejorativo. Por falar em ódio, os líderes espirituais do Exército de Israel já declararam que eles e os palestinos estão em uma guerra santa e ordenou o massacre de crianças palestinas. As Brigadas de Ezzedeen, as Brigadas de Al-Quds ou a Jihad Islâmica nunca viram crianças israelenses como alvo e mais: Os palestinos só miram em alvos militares. Não devo deixar de mencionar que todo mundo em Israel que tiver boa saúde ou que não estudar a religião, de 17 a 49 anos de idade é um militar israelense. Não nego que os palestinos possam cometer algum abuso em dado momento da história, mas a verdadeira história, a qual eu conheço muito bem, não é a história que os palestinos são os vilões.

Obama e os lobbies: abismos que podem se abrir em 2013

Barack Obama

Há épocas de planícies e vales plácidos e épocas acidentadas e abruptas, cortadas por abismos infranqueáveis. Os mais difíceis de superar costumam ser fruto do esforço humano, escavados voluntariamente, graças à obstinação e às vezes à intolerância. A política nos EUA tem a virtude poética das boas metáforas. Aí está o "fiscal cliff", o abismo fiscal, para demonstrar um e outro: a criação artificial de um obstáculo que parece insuperável e a capacidade sintética de resumi-lo em uma expressão redonda.

O abismo fiscal se abrirá sob os pés do governo dos EUA no primeiro dia de 2013, dentro de 11 dias, caso não tenha ocorrido previamente um acordo orçamentário entre a Presidência e o Congresso, no qual é preciso conciliar a defesa do gasto social pelos democratas com a maldição contra os impostos dos republicanos. Ocorrerá por desígnio do próprio Congresso, que aprovou cortes lineares e automáticos do gasto público para essa data, simultâneos à expiração dos cortes de impostos decretados por Bush em 2001 e prorrogados por Obama. Tudo isso se não houver antes o já mencionado acordo orçamentário entre a Casa Branca e o Congresso que reduza o déficit público pela metade.

No estado atual das trepidantes negociações, encabeçadas por Barack Obama e pelo presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, este último já concordou em incrementar a pressão fiscal sobre os mais ricos, concretamente em quem tiver renda anual superior a US$ 1 milhão, longe do limite de 250 mil que propunha o presidente e também de sua última oferta de 400 mil.

O abismo fiscal, com a ameaça que o acompanha de uma queda da economia dos EUA e atrás dela a do resto do mundo, não é o único que se abre sob os pés dos americanos, para infelicidade dos que continuam caindo neles. As crianças e professoras do colégio Sandy Hook de Newtown são as últimas vítimas engolidas pelo abismo escavado pela obsessiva identificação entre a liberdade dos cidadãos e a posse de armas de fogo, derivada de uma leitura da Constituição que vai além inclusive do que diz literalmente sua Segunda Emenda.

Por trás de todo abismo, se encontram escondidos grupos de interesses nem sempre confessáveis. O abismo se franqueia no momento em que os multimilionários deixam de aparecer como uma delicada espécie da qual é preciso cuidar como se estivesse em perigo de extinção, e não superprotegida como se encontra; ou quando a sacrossanta liberdade de portar armas para se defender já não se traduz no direito a acumular arsenais e passear pelos campus com subfuzis de assalto escondidos sob a gabardine. Há um momento em que a pressão dos grupos especializados em exercê-la deixa de ser efetiva, e então se pode reverter de uma vez toda a sua influência.

O melhor exemplo na história imediata é a derrota dos amigos de Taiwan diante das necessidades de abertura estratégica para a China de Mao, que levou em 1971 e muito rapidamente à expulsão da ilha nacionalista do Conselho de Segurança e da ONU para deixar o lugar livre para a República Popular da China. O lobby taiwanês estava muito identificado com os republicanos e os frios guerreiros anticomunistas, mas foi exatamente seu paladino, Richard Nixon, quem cometeu a sacrílega inversão de posições. Algo semelhante se poderia dizer a respeito da resistência da indústria do tabaco às proibições de fumar em espaços públicos, antes que começassem a chover sobre ela processos milionários que a puseram contra as cordas.

Agora estamos prestes a presenciar como os republicanos relativizam ou deixam de obedecer a Grove Norquist, o patrono do lobby anti-impostos e inventor de um juramento que todos os republicanos eleitos assinaram, pelo qual se comprometem a rejeitar com seu voto qualquer aumento da fiscalidade, sem importar a quem afete. O mesmo pode acontecer com a Associação Nacional do Rifle, poderosíssimo lobby das armas, agora levemente abrandado pela tragédia de Newtown e, ao que parece, disposto a aceitar a limitação das armas mais perigosas.

Algum dia ocorrerá algo parecido com os colonos que ocupam os territórios palestinos da Cisjordânia, atualmente muito apoiados no Partido Republicano, no eleitorado evangélico dos Estados do sul e, destacadamente, no Aipac (Comitê de Assuntos Públicos Americano-Israelenses), o poderoso lobby conservador israelense. Em todos esses casos, se dá uma fabricação ou invenção semelhante de uma tradição política, para justificar a manutenção de um "status quo" muito mais recente. Nem na época mais selvagem do oeste americano havia a permissividade com as armas que se instalou agora, nem a aversão aos impostos é inerente à alma americana, nem o relaxamento de qualquer exigência aos governos de Israel sobre os direitos dos palestinos faz parte de um DNA das relações internacionais que remonta aos pais fundadores.

O futuro do Egito: nada voltará a ser como antes


Em 25 de janeiro de 2011, Hillary Clinton, secretária de Estado norte-americana, saudou o começo da agitação no Cairo com essas palavras: "nossa avaliação é a de que o governo do Egito é estável e busca os meios para responder aos interesses e necessidades legítimos do povo". Mas, 18 dias mais tarde, caía o presidente Hosni Mubarak. O general-ditador havia montado um simulacro de Estado de direito, com algum grau de liberdade de expressão; umas eleições que ganhava sempre o partido no poder, mas que consentiam a existência de uma oposição amena; e algum grunhido ou outro em direção a Israel, mas sempre compatível com servir os interesses de Washington.

Hoje, quase dois anos mais tarde, nada está suficientemente definido no país. Há um presidente, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana; uma Constituição criticada como demasiado islamista que está sendo votada em referendo e uma segunda versão da algazarra popular que derrubou Mubarak, que exige ao chefe de Estado a retratação de quase tudo o que está acontecendo. Mas há algo que já pode ser dito: nada voltará a ser como antes; a ditadura, impura e dura, passou para a história. É o nascimento de um sistema político no qual deveria caber a oposição, embora, no momento, o enfrentamento esteja na rua.

Quais são as forças presentes? Mursi não está seguro de que tem a totalidade da Irmandade Muçulmana atrás de si. Três partidos a representam, dois deles em aparente dissidência, e se a organização islamista obteve 37,5% dos votos nas legislativas de novembro de 2011, com 235 cadeiras de 498, nas presidenciais de maio passado só conseguiu 25% dos votos no primeiro turno.?Ganhou no segundo contra um candidato do Antigo Regime porque parte da Irmandade, o salafismo, o islamismo radical que conseguiu 123 cadeiras, e, tampando o nariz, a oposição liberal laica, consideraram que, apesar de tudo, Mursi representava a revolução. Mas o presidente chegou a um modus vivendi com o Exército. Em agosto, destituiu o marechal Tantaui, que havia se erigido ao poder acima do trono, e o substituiu sem consultar Abdul Fatah al Sisi, piedoso general favorável à Irmandade.

As forças que integram o núcleo do protesto: liberais, nasseristas e aqueles mal definidos que só no mundo muçulmano cabe chamar de laicos, obtiveram 40% dos votos no primeiro turno, mas se opõem tanto entre si como se congregam na rua contra Morsi. É outro Egito. E, finalmente, os revoltados do regime anterior, cujo candidato, em geral, apenas perdeu contra um islamista por umas dezenas de milhares de votos, estarão com o Exército esperando medrar hoje como o fizeram na terça-feira com quem governe o Egito. Na primeira jornada eleitoral, a Irmandade disse que estava em vantagem. E, se fosse assim, teria a votação no bolso, porque no segundo turno do próximo sábado, o interior do Egito lhe é muito mais favorável do que Cairo ou Alexandria, que votaram no fim de semana passado.

O cenário intelectual no qual se desenvolve o enfrentamento é a Constituição, redigida por uma grande maioria de islamistas, cujos trabalhos foram boicotados pelos deputados da modernidade. E no texto legal, tudo o que se refere à sharia é tão genérico como multiuso. A Constituição repete em seu artigo 2 o enunciado da Carta de 1971, pelo qual se eleva a lei corânica à "fonte principal de toda legislação", uma afirmação à qual quase nenhum egípcio, fervoroso ou não, opor-se-ia. E, para definir os princípios da mesma, entrega à histórica universidade de Al Azhar a autoridade absoluta para interpretá-la. Tão ou mais significativos são, entretanto, os artigos com que se compra a aquiescência dos generais. O 197 põe o orçamento militar fora de qualquer escrutínio parlamentar, competência exclusiva de um Conselho Nacional de Defesa inflado de altos funcionários; e o 198 permite o julgamento de civis pelo fórum militar, quando "prejudicarem o Exército". O que pode conter inúmeros delitos.

Foi dito que as forças presentes respondem a três Ms: militares, mesquitas e massas. O quarto M, de Mursi, conta com o consentimento mais do que a adesão dos militares, a aprovação interessada da mesquita (Al Azhar), e uma parte flutuante das massas. A partida está apenas começando.