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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Mohammad Ali Ghanezadeh: O papel dos países não-alinhados.


Países membros (azul escuro) e observadores (azul claro) do Movimento Não-Alinhado (2005)

O Irã, democracia religiosa, tem papel central na luta contra as ameaças criadas pelos países poderosos, como o acúmulo de armas nucleares e químicas

A cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados (NAM, de Non-Aligned Movement) será realizada entre 30 e 31 de agosto em Teerã.

Ela tem como lema uma governança global compartilhada, que, com base na rejeição de unilateralismo, é uma das preocupações comuns dos Estados independentes e soberanos.

Neste evento, será debatido, entre outros assuntos importantes para os países-membros, as mais relevantes questões internacionais e regionais, incluindo o fortalecimento do multilateralismo, a reforma na estrutura das ONU, o desarmamento internacional, o combate ao terrorismo e o enfoque em uma solução pacífica para litígios e conflitos.

O NAM é um movimento que reúne 120 membros. Foi criado em 1961 por países que não queriam se associar a nenhum dos dois polos na estrutura internacional da época.

Há ainda os membros-observadores, 21 países, incluindo o Brasil, e dez organizações regionais e internacionais, incluindo a ONU, a Organização de Cooperação Islâmica, a União Africana e a Liga Árabe. Dois terços dos países na ONU são do NAM. Trata-se da segunda maior organização política mundial, depois da própria ONU.

Mas há uma questão: que papel o NAM pode desempenhar?

Como resposta, devo dizer que as necessidades atuais exigem que todas as nações participem da gestão global. Embora o sistema bipolar tenha sido desmantelado, a humanidade segue com vários problemas:

- O unilateralismo;

- As ameaças criadas pelo acúmulo de armamento nuclear, biológico e químico dos países poderosos;

- A continuação da fissura entre os países desenvolvidos e aqueles em desenvolvimento;

- A falta de reforma das velhas estruturas internacionais;

- E, entre outros problemas, a degradação ambiental.

As soluções passam pela determinação e pela cooperação coletiva. O NAM, com base na grande capacidade de seus países-membros, pode desempenhar um papel eficaz para enfrentar e controlar esses acontecimentos e assuntos supracitados.

Desde o início da vitória da Revolução Islâmica no Irã, em 1979, nosso país baseia os seus princípios e aspirações de política externa, incluindo uma mudança nas relações injustas que regem o mundo:

- À não dependência aos poderes dominadores;

- Ao respeito ao direito à autodeterminação das nações;

- À eliminação, a ocupação e a rejeição da dominação estrangeira.

Por isso, houve uma intrínseca sinergia com os ideais do Movimento Não Alinhado. Assim, o Irã teve uma presença ativa e eficaz nas atividades desse movimento.

O líder supremo e o presidente da República Islâmica do Irã destacaram várias vezes a importância da criação de sistemas justos na ordem internacional, mantendo a independência das nações e assegurando outros princípios do NAM.

A República Islâmica do Irã, como um dos membros pioneiros do Movimento Não Alinhado, ao fornecer padrões de uma democracia religiosa ganhou um papel central no processo de evolução das estruturas regionais e internacionais.

Sem dúvida, o encontro em Teerã será um importante novo passo na realização dos objetivos do Movimento Não Alinhado.

O Irã, como um dos principais membros, assumirá nos próximos três anos a presidência do NAM. Fará todo o esforço possível para tornar práticas as ideias dos fundadores do movimento, através da preservação da unidade e da empatia dos membros. O movimento tem de ter uma participação ativa nas relações internacionais, em busca dos interesses comuns dos membros.

O governo e o povo iraniano, de acordo com uma tradição de hospitalidade e de olhar pacífico ao mundo, recepcionarão todos os líderes dos países membros e observadores do Movimento Não Alinhado.

MOHAMMAD ALI GHANEZADEH, 59, é o embaixador da República Islâmica do Irã no Brasil

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