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quinta-feira, 18 de abril de 2013

Copa, Olimpíada e estratégia nacional impulsionam setor de defesa e segurança

Acima o radar Saber M60

A ênfase da Estratégia Nacional de Defesa em promover a indústria bélica nacional --legislação recente que facilita a exportação do material da área-- e a necessidade de novos equipamentos de segurança para grandes eventos, como a Copa do Mundo e a Olimpíada no Rio, aumentaram os investimentos de empresas brasileiras no setor.

É o que indica um barômetro extremamente confiável: a participação das empresas na feira Laad 2013 (Latin America Defence & Security), encerrada na última sexta-feira no Rio.

A primeira edição da feira, em 1997, teve 30 expositores, seis delegações oficiais e cerca de 5.000 visitantes. A nona edição, agora encerrada, teve 694 expositores de 40 países (dos quais 195 brasileiros), 120 delegações estrangeiras e mais de 30 mil visitantes. Na feira anterior, em 2011, eram 663 expositores, 120 deles brasileiros.

Não foram anunciados negócios espetaculares. Mas foram divulgados vários pequenos acordos e contratos, ligados tanto ao reequipamento das Forças Armadas, quanto à exportação de material de defesa.
Exército expôs seu novo tanque antiaéreo Gepard --alemão, de segunda mão--, que tem potencial para defesa de eventos contra atentados com aeronaves.

A empresa Condor, especialista em armas não letais como bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha e pistolas de choque, anunciou que vendeu 76 trajes antibombas de fabricação alemã para a Secretaria Extraordinária de Segurança Para Grandes Eventos, ligada ao Ministério da Justiça.

A companhia levou para a feira dois modelos de robôs usados para desativar bombas, por enquanto ainda sem compradores no país.

Os Vants --veículos aéreos não-tripulados--, a última moda em vigilância e reconhecimento, estavam presentes em grandes quantidades na feira, refletindo o possível mercado dos eventos no país.

EMBRAER
Já a Embraer Defesa & Segurança anunciou a assinatura de um contrato para a implementação de um sistema de vigilância e proteção das florestas da Guatemala. Foram adquiridos seis aviões de treinamento avançado e ataque leve A-29 Super Tucano, um sistema de comando e controle e três radares, além de apoio logístico e treinamento.

Outro pequeno contrato anunciado pela empresa foi a venda de três Super Tucano para o Senegal.
O avião é um sucesso de vendas. Recentemente, venceu pela segunda vez uma concorrência da Força Aérea dos EUA para um avião adequado à guerra contra-insurgência para ser usado pelos afegãos. A concorrente americana ainda está tentando anular o resultado na justiça, mas Luiz Carlos Aguiar, Presidente da Embraer Defesa & Segurança, está seguro de que o contrato "está efetivo".

A empresa também divulgou a assinatura de um contrato para fornecimento de suporte logístico para os 92 Super Tucano da FAB (Força Aérea Brasileira), no valor total de R$ 252 milhões. A OrbiSat, empresa do grupo, anunciou a venda de quatro radares de defesa aérea Saber M60 para a FAB.

Mas o anúncio mais importante da Embraer na área de defesa foi o início das atividades de vendas do jato de transporte militar KC-390, o maior avião projetado no Brasil e um potencial sucesso de vendas. A empresa "congelou" a configuração do avião; o próximo passo é construir um protótipo.

O desenvolvimento do KC-390 só foi possível porque o governo investiu nele, diz Sami Youssef Hassuani, presidente da Abimde (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança).

AVIBRÁS
"O crescimento econômico é puxado pelo conhecimento e pela inovação. A indústria de defesa é isso", diz Hassuani, que preside a Avibrás Indústria Aeroespacial, uma grande exportadora de armamento e uma rara sobrevivente do período áureo da indústria de defesa brasileira na década de 1980.

"Há empresas que investem metade do faturamento em desenvolvimento", diz ele. A Avibrás chega a gastar 30%. "No plano estratégico da Avibrás, não se consta só com o mercado interno; o lucro e a produção em massa vêm da exportação."

O produto mais famoso da empresa, o lança-foguetes Astros, já foi vendido pra cinco países estrangeiros.
Recentemente o Exército e o Corpo de Fuzileiros Navais adquiriram versões mais modernas do lança-foguete, o Astros 2020. A empresa já exportou mais de 400 veículos militares, segundo Hassuani.

Um caso mostra como é difícil contar com o "mercado interno". O Exército queria um blindado leve sobre rodas com tração 4x4. Expediu o requisito. A Avibrás criou o Guará para atender a demanda. Nenhum foi comprado. O único protótipo foi enviado para testes na missão de paz do Haiti --e continua por lá.

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