Social Icons

https://twitter.com/blogoinformantefacebookhttps://plus.google.com/103661639773939601688rss feedemail

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Pró-russos na Ucrânia são chefiados por 'profissional' do separatismo

Logo no início da batalha separatista na Ucrânia oriental, um líder nacionalista russo, Alexander G. Dugin, pintou um retrato brilhante do futuro dos territórios recém-capturados, conhecidos na Rússia como Novorossiya.

A terra será "um lugar sagrado para o renascimento da cultura russa, o espírito russo e a identidade russa", disse aos seus seguidores em Moscou. Os moradores serão "pessoas absolutamente diferentes --corajosos, inteligentes e capazes de lutar por sua liberdade".

Hoje, esse sonho parece distante, já que o Exército ucraniano está se aproximando de Donetsk, a capital separatista, aparentemente cercada desde sábado (2). Bombardeios das tropas ucranianas mataram seis pessoas em Donetsk no final de semana e provocaram incêndios em bairros periféricos, enquanto os soldados enfrentavam as defesas externas da cidade.

Lojas e restaurantes estão fechados, e as ruas estão praticamente desertas. No entanto, a liderança do movimento pró-Rússia continua promovendo seu objetivo abrangente de estabelecer um governo duradouro no local.

Para tanto, um quadro de burocratas foi trazido a Donetsk da Transnístria, um território separatista da Moldávia, outra região pró-Rússia não reconhecida. Eles são liderados por Vladimir Antyufeyev, há muito chefe de segurança da região e que em julho foi nomeado primeiro-ministro interino do principal grupo rebelde aqui, chamado República do Povo de Donetsk.

Até 2012, Antyufeyev liderou uma força de segurança na Transnístria chamada MGB, que diplomatas ocidentais dizem ser inspirada na KGB, a polícia secreta soviética. A força que ele está formando em Donetsk também tem esse nome, que significa Ministério de Segurança de Estado.

"É um claro sinal de apoio de certos círculos de Moscou à insurgência no leste da Ucrânia", disse William H. Hill, ex-diretor da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) na Moldávia, que conhece Antyufeyev. "Foi extremamente interessante ver que Moscou o escalou novamente."

Antyufeyev, 63, disse que veio como cidadão comum e como "profissional" no estabelecimento de forças policiais, tanto comuns quanto secretas.

"Eu reanimo os órgãos de aplicação da lei, os grupos que mantêm a ordem social, o Ministério da Administração Interna e da segurança do Estado", disse ele, formando a base de um novo governo.

"As pessoas têm o direito de viver em suas terras, de falar o idioma que quiserem", afirmou. "Somente um Estado pode defender esse direito. Estamos construindo um governo formado pela vontade do povo."

Antyufeyev e seus assistentes são o equivalente civil à ajuda militar que os governos ocidentais acusam a Rússia de fornecer aos separatistas.

Antyufeyev substituiu um morador de Donetsk como chefe de segurança nacional no mês passado, em uma reforma que, segundo o embaixador dos EUA na Ucrânia, Geoffrey R. Pyatt, reforçou o controle direto pela Rússia do movimento separatista, apenas uma semana antes do voo MH17 da Malaysia Airlines ser derrubado, um fato que deve ser contemplado em quaisquer futuros processos sobre a queda do avião.

Os Estados Unidos e os governos europeus acusam a Rússia de continuar a ajudar militarmente os separatistas, mesmo após a derrubada do avião que matou todas as 298 pessoas a bordo. A Rússia e os rebeldes negam a acusação.

Alguns, mas não todos, dos cerca de 40 burocratas da Transnístria já chegaram, disse Antyufeyev em uma entrevista na quinta-feira em seu escritório na sede da República Popular, que tem um retrato pendurado na parede do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Outros especialistas estão a caminho.

O governo russo, disse ele, não tem influência nesse quadro de pessoal, e ele nega ser membro das forças de inteligência soviéticas ou russas. "É um absurdo" afirmar que a Rússia tem "controle direto" sobre a liderança separatista ucraniana, afirma.

Antyufeyev viveu durante uma década na Transnístria sob o nome falso Vadim Shvetsov para evitar um mandado de prisão da Interpol por assassinato durante a supressão de manifestações pró-independência na Letônia, em 1991. O mandado expirou.

Para evitar a prisão, Antyufeyev e dezenas de outros agentes da polícia soviética dos países bálticos da Letônia, Lituânia e Estônia viajaram para a Transnístria e desempenharam um papel fundamental no estabelecimento do Estado separatista local.

Valery Litskai, ex-ministro das Relações Exteriores do governo não reconhecido da Transnístria, conheceu Antyufeyev quando ele estabeleceu a MGB.

"Ele criou uma cooperação muito estreita entre a FSB da Rússia e a nossa MGB", disse Litskai. "O sistema foi muito bem organizado, muito melhor do que na Abkhasia e na Ossétia", onde Antyufeyev também prestou consultoria na formação das forças de segurança. Na Transnístria, Litskai disse: "Ele coordenava 90% de seu trabalho com Moscou e nunca tentou disfarçar isso".

Antyufeyev descreveu sua carreira nos pontos quentes da ex-União Soviética como defesa dos direitos dos habitantes que falam russo ou que têm etnia russa. Na década de 90, turvando o quadro de claro apoio do governo russo, ele foi preso em Moscou em obediência ao mandado da Letônia, embora tenha sido liberado mais tarde. Muito antes da derrubada do presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich da Ucrânia, em fevereiro, fato que desencadeou a atual crise, Antyufeyev escreveu uma tese de doutorado em 2003 afirmando que o governo russo deveria apoiar os grupos de língua russa nos países recém-independentes de forma a preservar sua influência.

"Se você empurrar qualquer coisa viva para um canto, até mesmo um gatinho, ele vai lutar, e isso está acontecendo agora com os russos", disse Antyufeyev em entrevista. "Há 20 anos que o Ocidente e, sobretudo, os Estados Unidos, ao mesmo tempo em que fingem amizade com a Rússia, fazem de tudo para mantê-la fraca. A Rússia está sendo empurrada para um canto."

A proeminência de Antyufeyev aqui ficou clara na semana passada quando ele foi declarado primeiro-ministro interino de seu grupo de atuação enquanto o primeiro-ministro, o colega russo Alexander Borodai, estava na Rússia. O comandante rebelde militar, Igor Girkin, conhecido como Igor Strelkov, disse que ele serviu na FSB até o ano passado.

O ucraniano Oleg Tsarev preside uma câmara legislativa ampla que tem como objetivo unir as duas regiões separatistas, Luhansk e Donetsk, em um Estado chamado Novorossiya. Como base legal, tem uma proposta de constituição redigida por advogados em Moscou que não estão no governo russo, disse ele.

Segundo Tsarev, os burocratas da Transnístria eram necessários porque a revolução "se formou de maneira caótica, e muitas pessoas boas tomaram decisões por conta própria. Portanto, precisávamos trazer a ordem".

Um comentário:

  1. amigo anônimo, como voçe sabe q foi a CIA q derrubou o avião por acaso voçe pertence ao FSB?

    ResponderExcluir